Caso Carlos Cardoso: (Maputo) A defesa dos réus do caso do assassinato do jornalista Carlos Cardoso vai começar a apresentar as suas testemunhas a partir da próxima quarta-feira, numa altura em que o julgamento parece estar a entrar na sua fase crucial. Hoje e amanhã, o Ministério Público e a acusação particular deverão apresentar as suas últimas testemunhas. O mediaFAX apurou que a defesa arrolou como testemunha, entre outros, Teodoro Waty, na sua qualidade de Presidente do Conselho de Administração do Casino do Hotel Polana. Crê-se então que o testemunho de Waty deverá incidir sobre as transacções efectuadas por Nini Satar com o Casino, na pessoa de Gery Roup, antigo responsável desta casa de jogos de azar agora ausente de Moçambique. Recorde-se que Nini Satar tem estado a argumentar que a sua detenção deveu-se fundamentalmente a alegadas divergências com Roup à volta da
cobrança de dívidas contraídas pelo Casino junto a si. Os antigos procuradores Manuel Duarte (ex-PGR adjunto), Júlio Muthisse (ex-Procurador da Cidade) e Rui Seuane, também deverão comparecer esta semana no julgamento para testemunharem a favor dos réus, ou seja, prestando depoimentos no sentido da sua defesa. Crê-se que o arrolamento dos procuradores tem em vista um objectivo: mostrar que os réus acusados de autoria moral foram colaborativos no processo da fraude ao BCM, dando, portanto, a ideia de que eles sempre colaboraram com a justiça. Os três procuradores estão a ser alvo, no entanto, de um processo crime justamente relacionado com a fraude ao BCM. O processo surgiu na esteira de um inquérito levado a cabo pelo Tribunal Supremo à actuação dos magistrados do Ministério Público no caso da fraude, tendo o mesmo constatado vários níveis de irresponsabilidade dos mesmos e de outros procuradores. Também deverão comparecer como testemunhas de defesa alguns guardas ao serviço da Unicâmbios e uma secretária desta empresa. Dois
cidadãos de nomes Riaz e Firoz foram igualmente arrolados, crendo-se que o seu papel será o de afirmarem que estiveram com Nini Satar, na noite de 22 de Novembro de 2002,
num jantar no restaurante Piri Piri. [topo] |