Moçambique tem sua Academia de Ciências Policiais
O PNUD tem 12 milhões USD para financiar a segunda fase do projecto de apoio às reformas em curso na Polícia de Moçambique (PRM), cujo arranque foi marcado ontem pela inauguração oficial da Academia de Ciências Policiais (ACIPOL), em Maputo. Cento e vinte e seis cadetes aprovados nos testes de admissão previamente realizados fazem parte do primeiro grupo de formandos que durante quatro anos irão aprender os métodos científicos de exercício da função policial, naquele que é o primeiro curso de licenciatura em Ciências Policiais na história de Moçambique.
Do programa de apoio, que a comunidade internacional vem prestando às reformas na PRM, continuarão a ser desencadeadas acções de reciclagem de agentes da corporação seleccionados nos diversos pontos do país, para além do suporte do funcionamento da Academia e do processo de reabilitação e apetrechamento das esquadras da PRM em diversas cidades do país.
Esta última componente já teve início na capital do país, onde algumas esquadras beneficiaram de obras de reabilitação e apetrechamento e os seus agentes foram submetidos à reciclagem no centro de Michafutene, em Maputo, ao abrigo do projecto apoiado pelo PNUD. Na primeira fase, o apoio à polícia, que conta com parcerias da Suíça, França, Espanha, Holanda, e Portugal, consistiu basicamente no financiamento da reabilitação do centro de Formação da Polícia, em Michafutene, bem como acções de reciclagem de agentes da PRM em cerca de 27% do total do efectivo. (Notícias, 23/09/00)
Gestão do Porto de Maputo privatizada
Elevar os níveis de rendimento foi o objectivo principal do Governo moçambicano ao entregar à gestão privada o Porto de Maputo, processo concluído ontem. O porto tem uma capacidade instalada de 15 milhões de toneladas por ano, mas está a operar a níveis que não ultrapassam os 30% do seu potencial. No entanto, os novos concessionários desta infra-estrutura, a MPDC-Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo, pretendem atrair para a capital moçambicana cargas anuais que oscilem entre as 8 a 10 milhões toneladas.
O Porto de Maputo, para poder recuperar a reputação que lhe coube na África Austral, requer a introdução de procedimentos e de técnicas de gestão modernos. Nos próximos 15 anos, este porto passa a ser gerido pela MPDC, um consórcio formado por investidores nacionais e estrangeiros, nomeadamente os CFM, a Moçambique Gestores, a Mersey Docks and Harbours Company da Grã Bretanha, Liscont AS de Portugal e a Skanska BOT AB da Suécia. (Notícias, 23/09/00)
Moçambique embarga carne sul-africana
Moçambique acaba de impôr um embargo à importação de bovinos, caprinos, suínos e seus subprodutos derivados provenientes da África do Sul, em consequência de, desde o passado dia 21 do mês em curso, ter sido detectada a ocorrência da febre aftosa naquele país. Os serviços moçambicanos de pecuária orientaram o aumento da vigilância epidimiológica nos postos fronteiriços, particularmente nos da província de Maputo, numa medida preventiva.
Nas zonas fronteiriças de Matutuíne, Namaacha e Moamba, na província de Maputo, foi imediatamente interdita a entrada e saída de animais vivos, seus produtos, subprodutos e despojos de e para África do Sul, tendo ainda sido alertados os chefes de pecuária e encarregados de tanques carracicidas nos distritos para esta situação. Os sinais desta doença fatal e contagiosa podem ser percebidos através do aparecimento da aftas (úlceras das mucosas) em todos os orifícios naturais dos animais. Em Moçambique, o último caso desta doença foi reportado nos finais da década de 70 no distrito de Chókwè em Gaza, sendo que todos os animais, incluindo o Homem, podem ser afectados pela enfermidade. (Notícias, 23/09/00)
Raul Domingos vai continuar a trabalhar em prol da democracia
Raul Domingos, ex-quadro sénior da Renamo recentemente expulso daquele partido, afirmou ontem na cidade de Quelimane não estar surpreendido com a deliberação do Conselho Nacional da organização de o afastar do partido, acrescentado que continuará a comungar das ideias daquele partido, trabalhando a bem da paz e da democracia do país. Falando na sua primeira reacção pública após a deliberação do Conselho Nacional, Raul Domingos indicou que já tinha conhecimento antecipado da sorte que o esperava, desde a sua partida de Maputo à cidade de Quelimane, local onde teve lugar o encontro. Domingos diz que se escusou a avançar pormenores que quiçá podessem interferir na tomada de tal decisão.
Entretanto, a decisão de afastar Raul Domingos das fileiras da organização surge em face das conclusões da comissão de inquérito criada para averiguar as alegações sobre o pedido deste de valores monetários ao Governo, denunciado pelo Presidente da República, Joaquim Chissano, em Junho último. Tais resultados terão confirmado que Raul Domingos solicitou tal apoio para solucionar problemas pessoais relacionados com os seus negócios. Raul Domingos foi igualmente chefe da bancada parlamentar do partido durante a primeira legislatura multipartidária, e até à data da sua expulsão era deputado e membro da Comissão Permanente da Assembleia da República. (Notícias, 23/09/00)
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