Chissano quer dialogar com Dhlakama
O Presidente da República, Joaquim Chissano, convidou Afonso Dhlakama a um "frente a frente", numa data e num local condicionados à resposta do líder da Renamo. Chissano pretende discutir com Dhlakama aquilo que chama de visão "vinte-vinte" - o desenvolvimento do país nos próximos 20 anos. Aparentemente Dhlakama não quer discutir o futuro de Moçambique a longo prazo e a resposta do líder da oposição foi que o único interlocutor válido para essa discussão é o PNUD e que a "concessão" devia ter sido o Carter Centre dos EUA. A Renamo aponta como prioridade nacional a discussão do dossier eleitoral.
Caso se concretize o encontro entre Chissano e Dhlakama, vai ser uma oportunidade para a criação de um órgão nacional composto por elementos de vários partidos com o objectivo de perspectivar o desenvolvimento de Moçambique nos próximos vinte anos. A ideia deste diálogo nasceu aquando do "Diálogo Inteligente" da SADC havido em Maputo recentemente. Chissano diz que está à espera de uma resposta definitiva de Dhlakama. (TVM, 05/10/00)
A Renamo adiou "sine die" as manifestações que havia programado para arrancarem na passada 3ª feira nas cidades da Beira, Quelimane e Nampula, em protesto contra a alegada má governação da Frelimo e pelos resultados eleitorais que deram vitória àquele partido e ao seu candidato, Joaquim Chissano. O facto foi tornado público na 4ª feira, em Quelimane, pelo deputado da Renamo Luís Gouveia, que alegou questões organizativas para justificar o adiamento. Na ocasião, Gouveia acusou a Frelimo de ter posicionado forças policiais nas três cidades em alusão para alegadamente reprimirem e molestarem os quadros e apoiantes da Renamo. Disse inclusive terem sido enviados reforços de Maputo para "matar a população das zonas centro e norte do país".
Porém, contrariamente ao que anunciou Gouveia, o Secretário-Geral da Renamo, João Alexandre, disse no mesmo dia, na cidade da Beira, que as manifestações já tinham arrancado no dia 4 de Outubro, à escala nacional. Para "analistas políticos", o facto de a Renamo não ter conseguido arrancar com as marchas nos dias ora indicados significa mais um revés político para aquele partido que está a ver frustradas as suas pretensões de inviabilizar a governação no país. (Notícias, 06/10/00)
Membros da Renamo condenados à prisão Três membros da Renamo foram recentemente condenados pelo Tribunal Judicial de Sofala a penas que variam entre 12 a 18 meses de prisão e ao pagamento de 5 mil meticais por dia, por prática de crime de incitação à desobediência civil. Trata-se de Fernando João, chefe provincial de informação e propaganda da Renamo, e os membros José Manuel e José Daúde. Segundo o Comando da Polícia em Sofala, na noite de 3 de Agosto último os referidos indivíduos foram surpreendidos pelas forças policiais a lançarem e a afixarem panfletos em vários pontos da cidade da Beira. A polícia diz ainda que os referidos panfletos contêm palavras insultuosas, belicistas e tribais, ameaçam e ofendem as autoridades públicas do Governo, do partido Frelimo e a figura do Chefe de Estado. Esta é a terceira vez que atitudes desta natureza se repetem, mas não foi possível "neutralizar" os primeiros dois grupos de desordeiros que espalharam o material de propaganda insultuosa, acrescentou a polícia. (Notícias, 06/10/00)
Começa hoje o III Congresso do MONAMO O partido MONAMO-PSD realiza hoje e amanhã, em Maputo, o seu III Congresso, o qual visa passar em revista as realizações desta organização política nos últimos anos, revitalização das suas estruturas e adopção de estratégias com vista à sua inserção no contexto político nacional. O evento, que já foi adiado várias vezes devido à debilidade financeira do partido, vai reunir delegados oriundos de todas as províncias do país. No quadro da preparação deste encontro, quadros do partido desdobraram-se por todas as províncias do país para inteirarem-se do processo da discussão final das teses ao congresso, assim como da nomeação dos delegados. (Notícias, 06/10/00) Notícias de ontem (5 de Outubro): Maputo terá "Av. Maria de Lurdes Mutola" Papel da ciência e tecnologia em debate |