Montepuez:
Mais de 80 reclusos morreram nos últimos três dias, em circunstâncias estranhas e ainda não esclarecidas, nas celas do Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM), na sede do distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado. Só na noite de terça-feira última morreram 75 pessoas. Trata-se de pessoas detidas em conexão com o seu envolvimento nas recentes manifestações promovidas pela Renamo-UE.
Para o esclarecimento do caso o Governo já enviou para Montepuez uma equipa composta por médicos, patologistas, especialistas em medicina legal e agentes da PRM para averiguar as causas que originaram a tragédia. Por outro lado, o Governo solicitou apoio à comunidade internacional com vista ao envio à Montepuez de uma equipa técnica autónoma para trabalhar no esclarecimento da situação. Para o efeito, o Primeiro-Ministro reuniu-se com representantes da ONU, União Europeia, e um membro da Commonwealth de que recebeu garantias de apoio. (Notícias, 24/11/00)
Restos mortais de Carlos Cardoso vão ao crematório
Os restos mortais de Carlos Cardoso, jornalista e editor do "Metical", assassinado na passada quarta-feira em Maputo por dois indivíduos ainda a monte, vão hoje ao crematório do Cemitério de Lhanguene em Maputo. A cerimónia será antecedida de um velório no Salão Nobre do Conselho Municipal de Maputo. Em homenagem a Carlos Cardoso, o Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) organizou uma marcha para hoje que, partindo da sede do SNJ deverá desembocar no local onde aconteceu o crime. A marcha visa repudiar veementemente o assassinato bárbaro que vitimou Carlos Cardoso.
O Primeiro-Ministro, Pascoal Mocumbi, disse que todos os esforços estão sendo feitos para identificar, neutralizar e levar a julgamento os autores morais e materiais do crime. Segundo Mocumbi, neste esforço está envolvida a Polícia dos países vizinhos e a Polícia internacional (INTERPOL). Entretanto, a PRM anunciou que gratifica a quem indicar o paradeiro dos assassinos de Carlos Cardoso, mas não revelou o montante. (Notícias, 24/11/00)
Polícias que instigaram cães para morderem moçambicanos estão soltos
Os seis polícias sul-africanos, detidos no início deste mês por terem "treinado" cães com ataques a moçambicanos, foram postos em liberdade condicional na passada quarta-feira. Aqueles polícias foram libertados sob uma caução de 2000 randes cada um, pelo juiz Allan Cohen, do tribunal de Pretória, e abandonaram as instalações judiciais em viatura blindada para destino desconhecido. No exterior do edifício do tribunal, cerca de 150 pessoas manifestaram toda a manhã a sua cólera contra a brutalidade dos polícias, antes de serem dispersadas pela Polícia.
Os seis polícias afrikaners, membros da unidade canina da polícia da região de East Rand, foram filmados em Janeiro de 1998 a lançarem cães contra três imigrantes clandestinos moçambicanos, que em seguida foram submetidos a torturas e a insultos racistas. O juiz Cohen, ao anunciar a decisão de conceder liberdade provisória aos réus, justificou-a com o argumento de que "não é do interesse da justiça mantê-los presos". Os seis polícias deverão comparecer em tribunal no dia 22 de Janeiro de 2001. (Notícias, 24/11/00)
TDM anuncia exercício económico
Segundo anunciou ontem o presidente do Conselho de Administração das Telecomunicações de Moçambique (TDM), Rui Fernandes, os proveitos operacionais daquela empresa pública atingiram, em 1999, cerca de 1.228 milhões de contos. Nesse ano, foram alcançado resultados líquidos de 65 milhões de contos. Fernandes que apresentou estes dados durante a cerimónia consagrada ao Dia do Cliente da empresa, fez ainda a menção dos principais projectos de desenvolvimento previstos para o triénio 2001/2003.
A empresa distinguiu como melhores clientes o Banco Comercial de Moçambique, a Electricidade de Moçambique e os Caminhos de Ferro de Moçambique. A empresa Organizações Leonardo Mandlate foi galardoada como o melhor concessionário dos telefones públicos assistidos e à Mozal coube o título de melhor agente do "telecartão". (Notícias, 24/11/00)
Notícias de ontem (23 de Novembro):
Homens armados assassinam o jornalista Carlos Cardoso
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