Jornalistas do "Savana" ameaçados de morte

O editor e o chefe de reportagem do semanário independente Savana, Salomão Moyana e Paulo Machava, foram ameaçados de morte. Moyana confirmou ontem à RTP-África que a redacção do seu jornal recebeu na quinta-feira um telefonema anónimo indicando que ele e Machava constam de uma lista de pessoas a abater alegadamente por "falarem muito".

Além dos dois jornalistas a lista das pessoas a abater incluiria ainda o advogado e deputado pela Renamo-UE Manuel Frank, o empresário português Lino Gonçalves, proprietário do complexo Kaya Kwanga, um empresário italiano, proprietário da Pensão Martins e ainda o adido militar da Embaixada de Portugal em Maputo.

Algumas horas mais tarde, a filha de Manuel Frank recebeu um telefonema de alguém que alegou ser Salomão Moyana, a dizer que Frank seria um dos próximos a ser abatido. Em entrevista com a RTP-África o comandante da polícia de Maputo afirmou ter recebido queixas de três ameaças de morte por telefonemas anónimos. A polícia não revelou os nomes das três vítimas e disse que está a investigar o assunto. (RTP-África, AIM 15/12/00)

PES 2001 prevê crescimento de 9%

O Plano Económico Social do Governo (PES) para o ano 2001, apresentado ontem no Parlamento pelo Primeiro-Ministro, Pascoal Mocumbi, prioriza o crescimento económico sustentável e a redução da pobreza. Segundo Mocumbi, o Governo está a envidar esforços no sentido de implementar o programa de reconstrução pós-cheias, recorrendo ao financiamento interno e à ajuda disponibilizada pela comunidade internacional. A estratégia do Governo na luta contra a pobreza foi consagrada no Plano de Acção de Redução da Pobreza para o período 2000-2004, no qual se identificam as principais acções sectoriais a implementar, destacando-se a promoção do crescimento económico sustentado, a extensão e o melhoramento das infra-estruturas sócio-económicas, desenvolvimento dos recursos humanos e fortalecimento das redes de protecção social.

Assim o PES 2001 visa alcançar um crescimento económico de cerca de 9%, contenção da taxa de inflação média anual em níveis de 6 a 7% e a criação de condições que tornem atractivo o investimento em Moçambique. No que diz respeito ao OGE, prevê-se que a receita total do Estado para o ano 2001 atinja os 8.481 milhões de contos, o que corresponde a um aumento nominal de cerca de 14% relativamente ao ano 2000 e um decréscimo de 0,5% em relação ao Produto Interno Bruto. (Notícias, 16/12/00)

País não vai importar carne europeia

O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER) diz que não há necessidade de se recorrer à importação de carne bovina da Europa e recomenda aos cidadãos para que na presente quadra festiva recorram à carne de origem nacional ou importada do Zimbabwe, Botswana e outros países vizinhos livres da febre aftosa. O MADER indica que a proibição de carne da África do Sul e da Suazilândia é acompanhada pela adopção de medidas de controlo, que incluem a criação de um cordão de segurança sanitária através de vacinação dos animais vivos e carne provenientes de áreas infectadas. Os Serviços de Pecuária irão publicar regularmente as normas e procedimentos específicos a vigorarem em cada momento, de acordo com a evolução da situação dos focos da febre aftosa na Suazilândia e na África do Sul. (Notícias, 16/12/00)

Instituto do Coração vai abrir brevemente

O Instituto do Coração, uma instituição de assistência humanitária, que se vai ocupar do tratamento de doenças cardiovasculares em pacientes declaradamente indigentes e na formação de especialistas moçambicanos neste domínio, vai entrar em funcionamento a partir do primeiro trimestre do próximo ano. Para o efeito já começaram a chegar ao país equipamentos para o apetrechamento do instituto, que irá funcionar na ex-Clínica do Hospital Militar de Maputo, agora em fase conclusiva de reabilitação e adaptação.

No total são 11 toneladas de equipamentos doados por diversas instituições humanitárias europeias no quadro da cooperação existente com a Associação dos Amigos do Coração e com o Ministério da Saúde de Moçambique. Dentro dessa cooperação cerca de 150 crianças moçambicanas foram, a título gratuito, operadas ao coração na Europa. (Notícias, 16/12/00)

Ensino técnico não corresponde às necessidades

O Ministério da Educação (MINED) reconhece que o ensino técnico em Moçambique está obsoleto, não acompanha a dinâmica do desenvolvimento económico e não satisfaz as expectativas dos cidadãos. Para reverter a situação, o MINED está a levar a debate público a estratégia desta área de ensino para os próximos 10 anos. Dados apresentados num encontro de reflexão sobre o ensino técnico dão conta de que só nos próximos cinco anos os grandes projectos apresentam necessidades de mão-de-obra qualificada na ordem de 13 mil pessoas, que o país não está preparado para oferecer.

A reflexão em curso visa essencialmente suprir essas lacunas e ao mesmo tempo criar mecanismos de articulação entre o Estado e o empresariado na tomada de decisões fundamentais sobre a formação de mão-de-obra qualificada para os diversos sectores da economia. (Notícias, 16/12/00)

Notícias de ontem (15 de Dezembro):

Movimento pela Paz e Cidadania lança Manifesto
Continua a morrer gente em Montepuez
Parlamento consumirá 95 mil milhões de meticais em 2001
Mutola e Cardoso personalidades do ano
Tabaco moçambicano será processado no Malawi
Comercialização de excedentes: malawianos apoiam os moçambicanos