Cheias: O Presidente da República, Joaquim Chissano, solicitou ontem à comunidade internacional um apoio adicional de emergência face à situação de cheias no país, que poderá agravar-se nos próximos dias devido a uma depressão tropical que se está a formar no Canal de Moçambique. Chissano pediu meios logísticos, nomeadamente barcos e aeronaves com maior capacidade, para operações de resgate das populações que se encontram nas zonas de risco. Dados preliminares indicam que as cheias já causaram cerca de 70 óbitos, 490 mil afectados, destruíram cerca de 32 500 hectares de culturas e levaram ao encerramento de 183 escolas primárias, afectando perto de 52 350 alunos e respectivos professores. O Governo já disponibilizou fundos de emergência que ascendem aos 13 milhões de contos, cuja gestão está a cargo do INGC. Entretanto, o sistema da ONU em Moçambique lançou ontem um apelo para angariação de 10,7 milhões USD como parte da resposta da organização ao apelo de 30 milhões USD feito pelo Governo. O apelo feito pelo sistema da ONU enquadra-se na visita que o Coordenador Assistente do Alívio à Emergência, Ross Mountain efectuou ao país. (Notícias, 08/03/01) Inundações no Púnguè: EN6 novamente em risco ONU vai lançar apelo de emergência Perturbação tropical poderá agravar a situação Uma perturbação localizada no Canal de Moçambique, está a ameaçar agravar a situação de emergência nas províncias costeiras de Zambézia, Sofala e o norte de Inhambane, que deverão ser atingidas pelo fenómeno. Esta tem uma velocidade de cinco nós e ontem localizava-se no extremo norte do Canal de Moçambique. Uma primeira perturbação tropical - fenómeno normal na região nesta época do ano - fustigou em Janeiro último a província da Zambézia, tendo provocado o desalojamento de várias pessoas e isolamento de alguns distritos. (Notícias, 08/03/01) Katupha "insulta" Dhlakama: Os deputados da Renamo-União Eleitoral perturbaram ontem o informe do Governo à Assembleia da República (AR) sobre as cheias, quando exigiam explicações sobre as afirmações que terão sido feitas no sábado último ao programa "Linha Directa" da Rádio Moçambique (RM) por Mateus Katupha, porta-voz da AR, segundo as quais o líder da Renamo estaria "clinicamente maluco". Aqueles deputados, que exigiram a demissão de Katupha das funções de porta-voz da Comissão Permanente da AR por alegadamente já não merecer a sua confiança, queriam saber ainda com que legitimidade e mandato ele teria proferido tais declarações. Mulémbwè, Presidente da AR, respondeu à Renamo que delegou competências a Katupha para representar o órgão no programa em alusão e não recebeu nenhum mandato para proferir insultos. Entretanto, o Presidente da AR solicitou os materiais à RM para audição pela Comissão Permanente, visando apurar a veracidade dos factos para a tomada de medidas. Por seu turno, Mateus Katupha disse que estaria disposto a pronunciar-se sobre o caso depois da audição a efectuar aos materiais solicitados à RM. O único ponto da ordem do dia de ontem, relativo à suspensão das audições aos deputados indiciados de práticas ilícitas, não chegou a ser discutido. Aqueles deputados prometeram voltar hoje ao Parlamento munidos de flautas, apitos, cornetas e outros instrumentos sonoros para inviabilizar o informe do Procurador-Geral da República, único ponto em agenda. (Notícias, 08/03/01) Notícias de ontem (7 de Março): Inundações no Púnguè: EN6 está novamente em risco |