Moçambique on-line

Notícias do dia 13 de Novembro 2001

Desmandos da autoridade:
Polícia prende 6 "magermanes" ilegalmente

Um grupo de seis antigos trabalhadores moçambicanos na Alemanha do Leste (ex-RDA) esteve detido durante duas semanas, sem qualquer acusação formal. Um jornalista do semanário Demos, que acompanhava o caso, foi espancado após a libertação daquele grupo e acredita que há ligação entre os factos.

Os seis "magermanes" tinham se deslocado ao Ministério de Trabalho para falar com o ministro, Mário Sevene, no quadro das exigências que têm efectuado junto do governo. Dizem que, enquanto pediam audiência, a polícia recebeu ordens para prendê-los. Tudo deu-se sem nenhum procedimento legal e, duas semanas mais tarde foram libertos sem mandato de soltura. Os presos afirmam que, apesar de estarem em liberdade, receiam a morte. A polícia tem sido acusada de assassinar reclusos.

Por seu turno, Fábio Mondlane, o jornalista que investigava o caso, foi espancado no dia da soltura dos "magermanes", após visitar a cadeia onde tinham estado detidos. Mondlane diz que foi espancado por quatro indivíduos que lhe deram alguns "recados". Disseram-lhe, por exemplo, que "você cheirou aonde não devia cheirar". "Vocês do jornal Demos têm a mania de que escrevem muito, assim vai escrever melhor". Tiraram-lhe o telemóvel e uma bolsa que continha um gravador e a sua identificação. A Polícia e o Ministério do Interior ainda não se pronunciaram sobre os dois casos. (RTP-África, 12/11/01, baseado num artigo no Demos de 07/11/01)
 

950 homens ingressaram no exército

Um total de 950 novos recrutas prestaram juramento de bandeira ontem, na Manhiça, província de Maputo, no acto que marcou o final da sua instrução militar básica, que vinha decorrendo no Centro de Preparação Militar de Munguíne. A cerimónia foi presidida pelo presidente Joaquim Chissano, e contou com a presença dos ministros da Defesa Nacional, Tobias Dai, e do Interior, Almerino Manhenje, adidos militares de alguns países, familiares dos finalistas, entre outros.

Neste segundo turno do segundo ciclo de incorporação no Serviço Militar Obrigatório participaram mil recrutas, dos quais 23 não chegaram ao fim, por "razões diversas". Estes mancebos foram recrutados em Agosto deste ano em todas as províncias do país e o seu treino durou 45 dias. O primeiro treino similar teve lugar em 1999 e nele participaram mil mancebos. (Notícias, 13/11/01)
 

Na Maxixe:
Incêndio devora loja da mCel

Um incêndio, aparentemente originado por um curto-circuito, destruiu parcialmente a loja da empresa de telefonia móvel mCel na cidade da Maxixe. Segundo as Telecomunicações de Moçambique, o incêndio destruiu um computador, cerca de 250 "pacotes iniciais" (cartões de cliente), 42 telemóveis, entre outros artigos. O incêndio provocou a paralisação do serviço de telefonia móvel e danos avultados no equipamento e nas próprias instalações. Entretanto, os serviços da mCel naquela urbe deverão funcionar a partir de hoje, no quarto dum hotel. (Notícias, 13/11/01)
 

Em Caia:
Batelão paralisado desde quinta-feira

A ligação entre o centro e o norte do país através do rio Zambeze, no distrito de Caia, encontra-se outra vez interrompida, devido à paralisação do batelão. A paralisação daquele meio deu-se na quinta-feira última e resulta da redução do nível das águas no Zambeze. Assim, os automobilistas que utilizam a via Dondo-Caia estão a ser aconselhados a utilizar a travessia sobre o rio Chire, que se encontra em melhores condições.

A ligação através de Caia só poderá ser restabelecida depois de concluídas as obras de aterro do canal de acesso à rampa onde atraca o batelão. Os trabalhos, executadas pela empresa Mota & Companhia, poderão durar mais de dez dias. Entretanto, há dezenas de automobilistas retidos nas duas margens do rio Zambeze. (Notícias, 13/11/01)
 

Município não tem capacidade para manter a cidade limpa
reconhece presidente do Conselho Municipal de Maputo

O Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Artur Canana, reconheceu que o Município não tem capacidade para manter a urbe limpa. Canana apontou a falta de capacidades humanas, materiais e financeiras como as causas do problema. Falando no passado sábado no programa "Linha Directa", transmitido pela Rádio Moçambique, por ocasião do 114º aniversário de Maputo, Canana disse que "não se sabe até quando a cidade vai estar limpa definitivamente porque a solução passa por um sistema sustentável que já estamos a montar desde o princípio do ano".

A área municipal de Maputo produz por dia entre 600 e 700 toneladas de lixo e a capacidade de recolha do município com os seus próprios meios técnicos é apenas de 250 a 300 toneladas por dia. A única solução é o reforço dos meios de recolha do lixo urbano, que depende de fundos financeiros que o Conselho Municipal não tem, afirma Canana. (AIM 10, metical 13/11/01)
 

Notícias de ontem (12 de Novembro):

Académica conquista "Africano" de basquetebol
Chissano visita Suazilândia e apela a mudanças políticas
Inhambane vai ter "loja de negócios"
Diário imprimido simultaneamente na Beira e em Maputo
Polícia em Sofala deporta malawianos
Carro de transporte de valores capota e desaparece saco de dinheiro


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