Droga: Pretória contra Maputo
(Maputo) O governo sul-africano, nomeadamente, o Presidente Thabo Mbeki,
está no centro do furação da sociedade civil do seu país, alegadamente por
nada fazer para parar as drogas pesadas que têm entrado no país a partir de
Moçambique.
Fonte policial em Joanesburgo confirmou ao mediaFAX que tanto as
forças policiais como as de segurança estão agastadas pelo silêncio cúmplice
que as autoridades políticas fazem em relação ao tráfico de drogas a partir
de Maputo.
A apreensão, semana passada, de grandes quantidades de mandrax, na
RAS, cujos donos são dois portugueses e um moçambicano, veio agudizar um
debate antigo nas forças da Polícia da RAS, que sempre encontraram nas suas
investigações pistas e evidências fortíssimas do envolvimento de grandes
figuras moçambicanas no tráfico da droga.
As nossas fontes na Polícia sul-africana confirmaram-nos que Thabo
Mbeki tinha mandato para, na sua cimeira da semana passada com Chissano, em
Maputo, fazer ver claramente ao PR moçambicano que já basta.
Esta revelação é consubstanciada no mau humor que tanto Chissano como
Mbeki manifestaram à Imprensa, à saída da sua cimeira.
Aparentemente, as autoridades sul-africanas estão na disposição de
fornecer, por via da Imprensa, a longa e delicada lista de moçambicanos
envolvidos no tráfico de drogas, com ligações fortíssimas nas forças da Lei
e Ordem e na política.
Marcelo Mosse escreveu ontem que no encontro Chissano-Mbeki foi tambem
discutida a postura ambigua de Chissano em relacao 'às ocupações ilegais de
terras incentivadas por Robert Mugabe. Mbeki, ao contrario de Chissano
distanciou-se de Mugabe. Chissano considera que o lider zimbabweano é o
"campeão da lei e da ordem".
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