Caso Cardoso: (Maputo) Apenas uma arma (AK47) foi usada para vitimar Carlos Cardoso e o autor dos disparos é uma pessoa bem treinada no manuseamento daquele tipo de artefactos, esclareceu ontem ao Tribunal o perito sul-africano que analisou os factos ligados ao assassinato do jornalista. "Não há evidências que sugiram a existência doutra origem dos tiros. Quem usou a arma conhece e já antes havia usado armas", referiu. A fonte, que não deixou de salientar a qualidade do atirador a partir da precisão dos 5 tiros que atingiram o jornalista e seu motorista, explicou ainda que os disparos foram feitos tiro à tiro. As conclusões do perito colocam em causa o depoimento do réu Carlos Rachid que, ao confessar a autoria dos disparos que mataram Cardoso, explicou ao Tribunal que aquela tinha sido a primeira vez na sua vida a manusear uma arma. O mediaFAX está em posse de informações dando conta que Carlisto já foi membro do exército e da Polícia moçambicanas. De acordo com a peritagem, os tiros foram disparados no sentido de cima para baixo, havendo duas possibilidades quanto ao posicionamento do atirador no momento dos disparos - numa, o atirador podia estar posicionado a frente da viatura e depois no lado da porta do passageiro, ou então, na segunda, do lado contrário. Entretanto, na audição de ontem foi ouvido mais uma testemunha da acusação, João Rafael Chiboleca, guarda da empresa privada "SSP", que guarnece o parque "Adil Auto", local onde Anibalzinho parqueou a viatura usada no crime. Segundo Chiboleca, que afirmou não reconhecer nenhum dos réus presentes, confirmando conhecer apenas Anibalzinho, a viatura vermelha, City Golf, esteve parqueada no local a partir de 15 de Novembro de 2000 até ao dia 18 do mesmo mês, tendo sido retirada no dia 19, isto é, três dias antes do crime. Naquele parque, de acordo com a testemunha, Anibalzinho mantinha reservado, permanentemente, 3 lugares para guardar viaturas. O tribunal solicitou ainda ontem ao Ministério Público para apresentar na próxima segunda feira todas as testemunhas que ainda deseja apresentar ao
Tribunal. Este posicionamento resultou do facto de ontem os trabalhos terem terminados antes da hora prevista alegadamente porque o MP entendeu prescindir de uma das suas testemunhas, na
circunstância, Marcelo Pateguana. Por outro lado, a partir da próxima semana começa a vez da defesa para apresentar as suas testemunhas. O Juíz convocou ambas
as partes para escutar ou visualisar, hoje, as cassetes em poder do Tribunal. [topo] |