(Maputo) A posição não clara e ambígua do presidente Joaquim Chissano quanto à situação no Zimbabwe deve estar na origem da não aprovação até hoje, pelo Congresso americano, do apoio adicional de 131 milhões de USD para ajuda à reconstrução pós-cheias em Moçambique.

Fontes do “mt” crêem que, por esta altura, o Congresso americano já devia ter tomado uma decisão a este respeito, respondendo a um pedido de Bill Clinton formulado logo depois da conferência de doadores de Roma, mas a não clarificação da posição de Chissano sobre a expropriação de terras, a violência e o respeito pelos direitos humanos no Zimbabwe, está a atrasar a decisão.

As necessidades de um apoio adicional americano à Moçambique acabam de ser confirmadas no terreno por um grupo de funcionários de congressistas, que estiveram cá há poucos dias. Uma decisão estava para ser tomada há dias, mas os congressistas que estão a lidar com a matéria querem que Chissano actualize a sua posição. O Congresso americano acaba de aprovar uma resolução altamente condenatória ao regime de Robert Mugabe. Os americanos esperavam que Chissano mencionasse alguma coisa sobre o assunto nestes encontros de parceria inteligente, em que Mugabe esteve presente, mas nenhuma referência foi feita.

As nossas fonte referem que subjaz a esta indecisão americana a ideia de que não seria correcto Washington estar a incrementar o seu apoio a um país que demonstrou alguma solidariedade com o cenário de expropriação de terras no Zimbabwe, durante o período que antecedeu às eleições legislativas locais. Tudo leva a crer que o que o Congresso quer de Chissano é uma posição pública que condene com veemência o que aconteceu no país vizinho, pois o “mt” apurou de fonte governamental que o governo acaba de fazer chegar à USAID, nos últimos dias, uma posição sobre o Zimbabwe segundo a qual está a favor de uma solução pacífica, é contra a violência e pela defesa da legalidade.
(Marcelo Mosse)

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