SIDA e o desenvolvimento da criança
(Maputo) A situação do HIV/SIDA em Moçambique é tão
alarmante que o país não vai atingir a previsão que consta no
Relatório do Desenvolvimento Humano que indica que em 2010 a
média da produção nacional/pessoa estará acima de 350 USD. Os
dados indicam que em Moçambique há 700 casos de infecção/dia.
Esta foi uma das conclusões saída de uma mesa-redonda sobre o
Relatório Nacional do Desenvolvimento Humano: “Implicações
nos direitos da criança”, organizada quarta-feira última pelo
UNICEF.
Os participantes concluíram igualmente que o combate à SIDA é
a primeira prioridade para um rápido desenvolvimento humano, o
que contribuirá para melhor implementação dos direitos da criança.
Um estudo feito este ano pelo Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento refere que das 504 mil crianças órfãs de mãe
em Moçambique, mais de 340 são as que perderam as mães por
SIDA. No tocante à educação, a SIDA, que já está a matar
alguns professores, vai contribuir para que a criança tenha pouco
conhecimento. Muitas vezes, os órfãos de SIDA são obrigados a
abandonar a escola para se dedicar ao trabalho infantil para
conseguir algum rendimento para o sustento.
(A.M.)
O Governo e o caso Alberto Adriano
(Maputo) O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação,
Dr. Leonardo Simão, manifestou ontem, em Maputo, o seu apreço
para com o governo alemão pela “rapidez” e “prontidão” no
tratamento do caso Alberto Adriano, vítima de xenofobia alemã
em Junho deste ano, ao julgar e condenar os três xenófobos em
tempo record.
(...)
Simão, que falava em conferência de imprensa, disse que as
penas dadas aos jovens alemães “não irão trazer a vida ao nosso
compatriota. Mas é um sinal que as autoridades alemãs estão
decididas a lutar contra a xenofobia e racismo”. Acrescentou que
“o governo alemão cumpriu na íntegra a sua palavra”, pois
prometera “que o caso teria uma resolução rápida”.
A dado passo, Leonardo Simão comentou que o problema de
xenofobia afecta cidadãos de outros países e que tem sido
debatido com os europeus na ACP, pois estão preocupados com o
tratamento a que são submetidos os africanos na Europa. Na
mesma abordagem, o governante advertiu que o oposto pode
ocorrer em países africanos relativamente a cidadãos europeus.
“Esse é um assunto que preocupa a todos. O esforço tem que ser
comum a nível dos governos”.
Simão reconheceu igualmente que a sociedade civil moçambicana
exigiu que a justiça fosse feita sobre o caso Adriano Alberto. A
Associação Moçambicana dos Direitos Humanos e
Desenvolvimento entregou, no mês passado, ao embaixador
alemão, em Maputo, uma petição dirigida ao Presidente da
República Federal de Alemanha, Johannes Rau; à carta estava
anexado um abaixo-assinado protestando, repudiando e exigindo
que a justiça fosse feita contra os criminosos de Alberto Adriano.
Questionado sobre acções que o governo tem feito para evitar,
Simão disse que para o caso da Alemanha “não temos um
mecanismo permanente”. Acrescentou que, a nível da ACP
assinou-se um acordo com a UE cuja preocupação de destaque aí
manifestada foram os maus tratos por que passam alguns cidadãos
dos países da ACP na Europa e a aplicação da justiça.
(Arménia Mucavele)
metical - arquivo 2000
|