Moçambique on-line


Artigo do metical de 27 de Setembro 2000


Não vai haver incineração de pesticidas

(Maputo) Há nova decisão na questão dos pesticidas obsoletos. Já não vai haver incineração.

A decisão anterior de exportar uma parte das 900 T armazenadas na Boror (Matola) e das 160 T armazenadas nos portos de Nacala e Beira, armazenar uma outra parte num aterro sanitário e incinerar o resto, foi substituída pela decisão de exportar o grosso dos pesticidas e armazenar em aterro sanitário os não exportáveis.

A nova decisão e a razão da mudança vêm explicadas num comunicado emitido ontem pelo "gabinete do ministro" John Kachamila (MICOA). O comunicado diz que "estudos especializados e detalhados" foram levados a cabo com a intenção de se saber se a incineração causaria problemas. "Das análises feitas concluiu-se que, para que a operação fosse feita da melhor forma, seriam necessários cerca de 4 anos", à razão de 8 horas/dia e não 24, porque o teor de cloro em cerca de 45 T de pesticidas é "bastante elevado".

"Igualmente, a tolerância do forno para metais como sódio, potássio bem como enxofre e fósforo é limitada".

"Por outro lado", acrescenta o comunicado, "a fábrica de cimentos não garante que após a conclusão da incineração dos pesticidas obsoletos irá incinerar outros lixos tóxicos produzidos a nível nacional", o que "torna o projecto bastante oneroso pois ele tinha como argumento de fundo a criação de uma capacidade nacional de tratamento de todo o tipo de lixo perigoso produzido no país, incluindo capacidade para incineração". O governo considera, agora, que investir tanto dinheiro na fábrica de cimentos só para incinerar pesticidas - "uma única operação" - "inviabliza o projecto".

Eis, então, as decisões do governo:

  • "Exportar, em termos comerciais, para países elegíveis no âmbito das convenções de Basileia e Bamako, todos os pesticidas obsoletos, incluindo aqueles que seriam submetidos ao processo de incineração na fábrica de cimentos da Matola";
  • construir um aterro sanitário para lá depositar os pesticidas não exportáveis assim como "outros lixos tóxicos a serem produzidos futuramente pela indústria nacional bem como lixos domésticos";
  • identificar as "melhores opções" - como reciclagem e recuperação - no respeitante ao tratamento de lixo produzido dentro do país.
(da redacção)
 

metical - arquivo 2000


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