Quem pagou a caução de Nhimpine? (Maputo) A Presidência da República negou que tenha estado envolvida no pagamento da caução a Nhimpine (ou: Nyimpine) Chissano, o filho mais velho do PR Joaquim Chissano, alegadamente detido durante umas horas na África do Sul na semana passada. O "mt" contactou esta semana o adido de imprensa do PR, Bento Baloi, perguntando-lhe donde é que saíram os dinheiros usados para pagar a caução para a libertação de Nhimpine - se da Presidência da República ou se das contas pessoais do próprio, considerado pelo pai como "um empresário de sucesso". Baloi respondeu-nos taxativamente que "a Presidência da República desconhece este assunto". Na semana passada, diversas fontes informaram-nos que Nhimpine Chissano teria sido detido pela Polícia sul africana e que no mesmo dia elementos do protocolo da Presidência viajaram para a RAS com dinheiro para pagarem a tal caução. Baloi negou que isto tenha acontecido. "A informação que tenho é de que ninguém do protocolo viajou para a África do Sul na semana passada". Várias fontes disseram ao "mt" que Nhimpine havia sido detido depois de a Polícia sul africana tê-lo mandado parar para revistar o carro, ao que ele terá reagido com "arrogância". Foi por isso que o detiveram, disseram as nossas fontes. Os "excessos" dos filhos do Presidente Chissano já são do conhecimento do público de Maputo. Há poucas semanas, o "mt" noticiou um caso de violência, com ameaça de morte, protagonizada pelo irmão mais novo de Nhimpine, Naite. Meses
antes noticiáramos sobre "desmandos" cometidos por Nhimpine numa esquadra policial de Maputo. Nhimpine, um "empresário" de 30 anos, "formado" nos Estados Unidos da
América, tem sido conotado na praça como tendo "facilidades" de importação de mercadorias da RAS para Moçambique, nomeadamente bebidas alcoólicas
e viaturas. Depois de várias tentativas, o "mt" não conseguiu ouvir o visado. NE: Durante estes anos de existência do "mt", recebemos aqui na redacção várias alegações sobre supostas actividades "ilícitas" do filho do PR. A prática do "mt" foi a de nunca publicá-las antes de uma averiguação rigorosa e, sobretudo, antes de ouvirmos a versão do visado. Mas sempre que o contactássemos, Nhimpine reagiu violentamente, insultando-nos e ameaçando-nos. Por causa deste comportamento, o editor Carlos Cardoso chegou, a dada altura, a decidir que nunca mais procuraríamos ouvir Nhimpine, por causa da sua manifesta falta de respeito pelo jornal. metical - arquivo 2001 |