Mazula "derrotado" (Maputo) O actual reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Brazão Mazula, saiu "derrotado" da consulta realizada à comunidade universitária, na semana passada, visando a legitimação dos candidatos reitoráveis - ele acabou por ser candidato único. Os resultados da consulta, feita por sufrágio universal, mostram que Mazula teve a preferência de 32% de docentes, 32 de estudantes e 52 do corpo técnico administrativo. Os resultados foram divulgados no fim de semana por elementos do Conselho Universitário, por via da televisão. Mazula foi o único candidato à consulta, considerada pelo Sindicado dos Professores (SNP-UEM) como tendo sido viciada. Assinale-se que, contrariamente à prática consagrada em tais circunstâncias, os resultados parciais da votação não foram afixados nos locais de voto e, apesar de os resultados globais terem sido apurados no próprio dia da votação, no passado dia 27 de Março, também não foram divulgados nem sequer comunicados ao Conselho Universitário dentro dos prazos estabelecidos nas normas que regiam a consulta. Fontes do Sindicato dos Professores consideraram estas "irregularidades" como mais uma prova da "falta de transparência do processo e suscita dúvidas mesmo sobre os resultados agora conhecidos, apesar de serem altamente desfavoráveis ao candidato único". Uma fonte ligada a oposição à Mazula assinala, por exemplo, que, segundo o editorial do BIUEM (Boletim de Informação da UEM) de Setembro de 2000, existiriam na universidade "aproximadamente 7300 estudantes", mas de acordo com as contas da Comissão de Selecção o número de estudantes seria de apenas 6038. Por isso, a fonte pergunta-se: "Como se explica o desaparecimento de mais de 1000 potenciais votantes? Da mesma forma, o número de docentes em meados de 2000 era já de 808. Como é que, sabendo-se que houve nos últimos meses numerosas contratações, o número de docentes teria descido para 773, conforme aponta a Comissão de Selecção?". Fontes próximas do SNP-UEM comentaram ao "mt" que uma saída digna e de bom senso para Mazula seria colocar o seu lugar à disposição
do Chefe do Estado, em vez de tentar impor a sua renomeação depois de "um processo polémico, cheio de irregularidades e que ainda por cima terminou com uma
votação altamente desfavorável". metical - arquivo 2001 |