Zimbabwe - Crise económica está a "progredir"

A empresa zimbabweana de combustíveis (NOCZ) aumentou, num recorde de 41%, o preço da gasolina normal, segundo agravamento em cinco semanas e quando o Zimbabwe se debate com uma grande penúria de combustíveis e divisas. O maior aumento de combustíveis foi o do querosene, usado sobretudo pelos mais pobres para iluminação e cozinha, que duplicou para 30.2 dólares zimbabweanos. Em Julho passado, o querosene tinha aumentado em 128% e a gasolina em 26%.

A NOCZ, monopólio estatal de abastecimentos, anunciou um aumento do preço da gasolina em 41% e do diesel, usado na agricultura, indústria e transportes, em 54%. A inflação chegou aos 70% este ano e o desemprego ultrapassou os 50%. Segundo NOCZ, os aumentos de preços foram devidos ao agravamento em 50% dos produtos refinados de petróleo nos mercados internacionais, que o Zimbabwe importa, e a uma desvalorização em 27% do dólar zimbabweano em relação ao dólar americano desde Junho passado. Os fornecedores de combustíveis cortaram os abastecimentos, exigindo o pagamento de uma já velha dívida, cifrada em 236 milhões USD. (Notícias, 28/08/00)

Zimbabwe - "Hitler" recusa demissão

Chenjerai "Hitler" Hunzvi, líder das ocupações das fazendas dos agricultores brancos no Zimbabwe, foi demitido pelos seus comparsas, mas nega abandonar o cargo e diz que está sendo vítima de um "golpe de Estado". Estas querelas no seio dos antigos combatentes surgem numa altura em que os veteranos dispõem de um controlo sem precedentes das terras e das decisões políticas no Zimbabwe. O Secretário-Geral da Associação dos Antigos Combatentes do Zimbabwe (AACZ), Andy Mhlanga, justificou que a decisão de demitir "Hitler" deve-se ao facto de este "agir por sua própria conta".

O contestado líder dos veteranos disse que "Andy quer usurpar o poder", acrescentando que continua a exercer as suas funções, dado que a sua demissão não seguiu os trâmites legais, pois para validar a decisão terão de consultar os 5000 membros da organização. "Hitler" é tido como estando envolvido em negócios sujos, que reforçam as suspeitas quanto ao seu verdadeiro papel desempenhado durante a guerra de libertação. Sua ex-esposa assegurou que "Hitler" nunca combateu na guerra de independência.

A mudança na direcção da AACZ não irá pôr fim às ocupações de 1600 fazendas, iniciadas em Fevereiro último. O Governo prevê atribuir uma cota de 20 a 30% das terras confiscadas, mas os números apontam já para valores superiores a 50%. (Notícias, 29/08/00)
 

RDCongo - Rebeldes opõem-se aos observadores da ONU

O MLC, um dos movimentos rebeldes da RDCongo, apoiado pelo Uganda, recusou a presença de observadores da ONU em Gbadolite, seu quartel general. Por outro lado o porta-voz da missão da ONU naquele país (MONUC), disse que o MLC atacou posições governamentais.

Entretanto uma delegação de senadores dos EUA encontrou-se com o Presidente Kabila. O Chefe da delegação disse que explorou com Kabila novas pistas de soluções susceptíveis de pôr fim à guerra. O Governo de Kabila propôs um encontro que juntaria representantes seus e de Ruanda, Uganda e Burundi, com a participação, como observadores, do Zimbabwe, Angola e Namíbia. Contudo a Ruanda e o Burundi já rejeitaram a proposta. (Notícias, 01/09/00)

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