NoTMoC: Notícias de Moçambique
Edição on-line


NoTMoC
Informar (sobre) Moçambique

Ano 02 - Edição 39 - 16 de Outubro de 2000
 


POLÍTICA


Renamo volta ao Parlamento

A Renamo regressou aos debates na AR, pondo fim ao boicote de protesto contra os resultados eleitorais de Dezembro último, considerando ser esta uma melhor estratégia, com recurso a manifestações públicas. Entretanto o plenário da Assembleia da República, que ontem iniciou os trabalhos da 3ª sessão ordinária, não chegou a consenso no que respeita à agenda de trabalho submetida à apreciação dos deputados pela Comissão Permanente, devido ao desacordo no 1° ponto da agenda acerca da proposta de Revisão do Regimento Interno da AR. A Renamo-UE defende a retirada deste ponto alegando que a proposta foi submetida ao plenário fora dos prazos legais. A deliberação foi assim adiada para a próxima terça-feira.

A presente sessão tem como prioridade o projecto de revisão de regimento de funcionamento da AR, a discussão do Plano Económico e Social para 2001 proposto pelo Governo, o projecto de orçamento da AR para 2001, a eleição de membros do Conselho Superior de Magistratura Judicial e o informe do Chefe do Estado sobre o estado da nação. A presente sessão tem apenas 26 dias para discutir 21 pontos de agenda.

Raul Domingos, recém-expulso da RENAMO, e membro da Comissão Permanente da AR, não será afastado desta Comissão, conforme solicitado pela RENAMO, por força do regimento. Tal só poderá ocorrer caso ele o pretenda ou se filie a um outro partido. (Savana e Notícias, 13/10/00)
 


Dhlakama não quer discutir com Chissano o futuro do país

O chefe da bancada parlamentar da Renamo-UE na Assembleia da República, Ossufo Quitine, disse em Maputo que o seu líder, Afonso Dhlakama, não vai aceitar o convite de Joaquim Chissano para o debate do futuro do país nos próximos 25 anos, porque a Renamo considera este convite uma brincadeira do Presidente da Frelimo, acusando-o ainda de estar a "promover o diálogo" para "abafar" as pressões da Renamo sobre a recontagem dos votos das últimas eleições gerais, ganhas pela Frelimo e pelo seu candidato Joaquim Chissano.

Quitine acrescentou que para a Renamo e Afonso Dhlakama, não é prioritário discutir o futuro do país nos próximos 25 anos, pois ainda persistem divergências entre Chissano e Dhlakama em torno dos polémicos resultados eleitorais. O anúncio do convite foi feito pelo Chefe de Estado, Joaquim Chissano, durante a sua visita à província de Cabo Delgado, na semana passada.(Notícias,11/10/00)
 


MONAMO quer promover o diálogo Frelimo/Renamo

Segundo deliberou o II Congresso do MONAMO-PSD, realizado em Maputo, aquele partido vai usar a sua influência junto da coligação Renamo-UE para persuadir o partido de Afonso Dhlakama a estabelecer um diálogo construtivo com a Frelimo. O MONAMO, à luz da sua ideologia, deve procurar formas de intermediar este diálogo, na perspectiva de contrariar o clima de instabilidade e contenda destrutiva que tem caracterizado o actual cenário político moçambicano.

O congresso do MONAMO-PSD, que reelegeu Máximo Dias para o cargo de secretário-geral, instou os seus deputados na Assembleia da República a deixarem a "política" de abandono da sala de sessões do parlamento que tem sido a característica da bancada Renamo-UE nesta legislatura. Com efeito, segundo a decisão dos delegados ao congresso, os deputados do MONAMO só poderão abandonar as sessões se houver algum motivo mais que suficiente, diferente das razões que até ao momento são invocados pela Renamo. (Notícias, 09/10/00)


AQUI PODIA ESTAR O SEU ANÚNCIO
 
Escreva para notmoc@iris.co.mz para obter informações sobre publicidade no NoTMoC

Polícia apreende armas da RENAMO

A polícia da República de Moçambique (PRM) na cidade da Beira recuperou uma quantidade não especificada de armas de fogo, rádios de comunicação e outro tipo de material bélico que se encontrava nas residências pertencentes à Renamo. O Comandante da PRM em Sofala, Augusto Mutaca, disse que a operação de recolha de armas nas seis residências da Renamo envolveu até unidades especiais da polícia.

A referida operação foi realizada a coberto do mandato passado pelo Tribunal Provincial de Sofala. Nessa operação dois indivíduos foram detidos, sendo um de nome Mariano Jequecene que possuía três armas de fogo. O comandante Mutaca referiu que a operação teve lugar pelo facto de nos últimos dias a cidade da Beira estar a conhecer um aumento significativo de actos de criminalidade, com recurso à armas de fogo de proveniência duvidosa. Esta acção levou o líder da Renamo a ter discursos extremos chegando mesmo a afirmar que não se responsabilizava por qualquer reacção violenta dos seus simpatizantes. (Notícias,11/10/00)
 


Dhlakama indignado exige comissão de inquérito

Segundo uma nota da presidência, que não adianta qualquer evidência, após os acontecimentos da Beira, "Joaquim Chissano recebeu informações segundo as quais Afonso Dhlakama enviou ordens para Marínguè e Inhaminga, via Quelimane, para que os seus homens estacionados nestes locais disparassem a matar, caso fossem instados pela PRM a entregar as armas que têm em seu poder". Chissano deplora a atitude e apela a todos os moçambicanos o cumprimento da lei em prol da paz e estabilidade no país. O líder da Renamo exigiu ainda uma comissão de inquérito internacional para examinar os acontecimentos na Beira. Dhlakama, ora em Maputo, convidou o corpo diplomático para, segundo uma fonte, se queixar de a sua segurança estar a ser "atacada" pela Polícia.

A Renamo diz que a recolha de armas na sede do seu partido na cidade da Beira constitui uma violação do Acordo Geral de Paz (AGP), pois "está previsto" que o partido detenha um contingente para a segurança do seu líder. Dhlakama não reconheceu o artigo 15 do Protocolo V do AGP, segundo o qual a protecção dos seus quadros deve estar a cargo da Polícia da República de Moçambique (PRM). No entanto, o líder da Renamo recusa a protecção policial, porque, alegadamente, a PRM não merece confiança. Por outro lado, afirma que o continente de segurança que possui está previsto nos acordos de Roma, alcançados em 1992, e nada está revogado. Acrescentou que nunca teve encontros com Chissano para discutir a questão da sua segurança pessoal. (Metical, TVM e Notícias, 13/10/00)

[voltar ao Conteúdo]


NoTMoC - © 2000 Iris Imaginações

voltar voltar à home page de NoTMoC voltar a Moçambique On-line voltar