ÁFRICA - GUERRAS MATARAM 100 MIL PESSOAS NUM ANO

Perto de dois terços das cerca de100 mil pessoas mortas em conflitos armados, entre Agosto de 1999 e o mesmo mês de 2000, viviam na África sub-sahariana. Segundo indica um relatório publicado em Londres, pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IIEE), três quartos de todos os países da região foram afectados, directa ou indirectamente, por uma guerra. Só em Angola registaram-se mais de 6 mil mortos, na maioria civis.

O relatório sublinha ainda que a venda de armas mantém o ritmo dos anos anteriores, e que o tráfico ilegal de diamantes continua uma importante fonte de receitas para certos grupos de rebeldes. (Notícias 20/10/2000)
 

RDCONGO - RUANDA DISPOSTO A RETIRAR-SE DO TERRITÓRIO

O Presidente ruandês, General Paul Kagamé, reafirmou que o Ruanda esta disposto a retirar as suas tropas da RDCongo caso as Nações Unidas se disponham a concentrar as suas forças neste país. Numa conferência de imprensa em Kigali, Kagamé sublinhou que terá "dificuldades de pôr em prática o acordo de Maputo porque alguns presidentes, como Laurent Kabila e os seus aliados não gostariam de o ver entrar nessa prática."

O chefe de estado ruandês acrescentou que "o Ruanda começou a retirar as suas forças até 200 km das posições de partida, porque constatamos que o Acordo de Lusaka patinava (...) este gesto era para motivar outras partes a retirarem também as suas forças com o fim de se aplicar este acordo." (Notícias 19/10/2000)

ZIMBABWE - EXÉRCITO TENTA TRAVAR PROTESTOS POPULARES

As Forças militares zimbabweanas foram mobilizadas para ajudar a polícia a enfrentar as violentas manifestações de protesto público contra a subida dos preços. "Activamos a força de reacção nacional, formada por polícias e militares, por não termos efectivos suficientes para patrulhar as ruas", declarou à imprensa Wayne Bvudzijena, porta- voz da polícia.

Os manifestantes ergueram barricadas para impedir que centenas de pessoas se deslocassem aos os seus locais de trabalho. Os manifestantes apelaram ao boicote à compra do pão, cujo preço aumentou em 30%, agredindo as pessoas que violassem o apelo. (Notícias 18/10/2000)
 

ÁFRICA DO SUL - AUMENTOS SALARIAIS DESPROPORCIONAIS

O Presidente sul-africano, Thabo Mbeki, autorizou um aumento máximo de 15,5% para os detentores de cargos políticos. As recomendações foram elaboradas por uma comissão nomeada por Mbeki para estudar a estrutura salarial dos mais altos escalões da administração pública e proceder a uma reestruturação do sistema remuneratório.

Enquanto os políticos vão receber este novo aumento, os restantes funcionários públicos são confrontados apenas com 6% de aumentos, valor imposto após duras negociações com o Governo e que originou greves na generalidade da função pública. (Notícias 18/10/2000)
 

GUINÉ-BISSAU - YALÁ ACUSADO DE INGERÊNCIA

A Associação de Magistrados da Guiné-Bissau acusou o Presidente Kumba Yalá de ingerência "constitucionalmente intolerável" no poder judicial. Kumba Yalá apelou à suspensão das eleições para o Supremo Tribunal de Justiça guineense até que seja julgado o processo do alegado tráfico de armas para os independentistas de Casamança. Posição essa que foi mal recebida pelos magistrados.

Segundo o presidente guineense, foi este alegado tráfico de armas que causou o levantamento militar de 7 de Junho, que levou 11 meses depois à destituição do Presidente João Bernardo "Nino" Vieira. Assim, "para que haja uma reconciliação perfeita e realista no país é necessário que se faça justiça", disse. Apesar do descontentamento, o Conselho Superior da Magistratura decidiu atender à sugestão de Kumba Yalá, suspendendo as eleições, para as quais se perfilavam três candidatos, entre os quais o actual Presidente deste órgão, Emiliano Nosoline dos Reis. (Notícias 19/10/2000)

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