Manifestações resultam em 31 mortes e 113 feridos
As manifestações promovidas pela Renamo-UE em diversos pontos do país resultaram em 31 mortos e cerca de 113 feridos, para além de numerosas detenções. Entre os mortos encontram-se agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) e civis enquanto que os detidos são os delegados políticos provinciais da Renamo em Sofala e Manica, respectivamente Manuel Pereira e Ossufo Momade, os tais que exigiam a divisão do país.
Ainda em Sofala, a Polícia deteve o deputado Rui de Sousa e Domingos Dhlakama, um dos delegados da Renamo naquele ponto do país. A PRM considera que as manifestações são ilegais, sustentando que não foram observados requisitos exigidos pela legislação em vigor sobre a matéria. Na cidade de Maputo, a manifestação decorreu de forma ordeira e pacífica, com o acompanhamento da Polícia. Na cidade de Chimoio, província de Manica, foram detidas 56 pessoas, em Nampula e Niassa também houve incidentes. Nas outras províncias não se registaram incidentes graves. (Notícias, 10-11/11/00)
Chissano apela à calma e responsabiliza Renamo
O Presidente da República, Joaquim Chissano, lamentou a morte de inocentes e apelou a toda população para não aderir às manifestações protagonizadas pela Renamo-UE afirmando que elas visam provocar o caos e o retrocesso do processo de desenvolvimento económico no país.
Chissano disse que tais manifestações tinham como objectivo assaltar postos da Polícia para se apoderarem das armas, ocupar administrações e cometer ofensas corporais contra dirigentes do Estado ao nível dos administradores, o que é totalmente inaceitável. Para o Chefe de Estado, estas manifestações são realizadas fora da lei, sem respeito pela dignidade humana e direitos dos cidadãos. Refira-se que dada a "convulsão" política do país Chissano cancelou a sua deslocação ao Qatar, onde devia tomar parte numa reunião do Conselho Islâmico. (Notícias, 10/11/00)
Dhlakama responsabiliza Chissano e interrompe manifestações
O líder da Renamo diz que o único culpado pelos graves incidentes registados durante as manifestações promovidas pelo seu partido é o Presidente Joaquim Chissano porque "ordenou" a polícia para atirar a matar contra os manifestantes indefesos, como castigo por estes terem votado contra ele nas últimas eleições gerais.
No entanto, para "estudar" a melhor forma de proteger os manifestantes, a Renamo interrompeu o levantamento popular mas garante que dentro em breve estas voltarão a acontecer. Em Montepuez cerca de 500 manifestantes, entre eles alguns armados atacaram a esquadra da polícia mataram seis agentes e levaram consigo cerca de cem armas de fogo das quais terão devolvido às autoridades perto de quarenta. (Notícias e RM 11/11/00)
Governo responde às perguntas do parlamento
Apesar da ausência da bancada da RENEMO-UE, que se ausentou para poder juntar-se à manifestação organizado por aquele organização, o governo prestou contas no parlamento, respondendo às perguntas colocadas pelas bancadas da FREKLIMO e da RENAMO-UE nos dias anteriores.
Um dos pontos mais quentes foi o decreto 15/2000 do Ministro de Administração Estatal José Chichava sobre os Conselhos Comunitários. Segundo o Ministro os Conselhos não são mais uma escalão do aparelho do estado, como sugeriu a opisição RENAMO-UE. Os Conselhos Comunitários são aquelas estruturas locais que existem e funcionam e que por esta razão devem ser parceiros do estado no desenvolvimento. (Notícias, 06/11/00)
CPLP cooperação na luta contra crime organizado
Os ministros da Justiça dos países da CPLP, reunidos em São Tomé, reforçaram a cooperação multilateral e a luta contra o crime organizado. Aqueles ministros decidiram reforçar o carácter multilateral da cooperação sem prejuízo da manutenção e normal desenvolvimento da cooperação bilateral, segundo o documento final da VII Conferência dos Ministros da Justiça da CPLP, lido na cerimónia de encerramento.
Os ministros encarregaram o secretariado de preparar três projectos, nomeadamente, o acordo multinacional sobre transferência de pessoas condenadas para o país de origem e os acordos multilaterais de cooperação em matéria penal, civil e comercial. Na luta contra o crime organizado, aqueles ministros, decidiram criar um registo de drogas e de branqueamento de capitais. (Notícias, 06/11/00)
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