Agudiza-se o conflito na UEM
Na semana passada os docentes da UFICS (Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane) voltaram
à greve. Os docentes observaram uma greve simbólica de dois dias, para protestar contra o não cumprimento do acordo alcançado em finais de Março. Este
acordo, que foi assinado pelos docentes e por uma comissão mandatada pelo Reitor da UEM, Brazão Mazula, fez com que os docentes terminassem a sua primeira greve.
O acordo estipula um prazo de 15 dias para a realização de eleições para uma nova
direcção da faculdade. No entanto, o Reitor não reconhece o acordo e a direcção interina da UFICS alega não existirem as "condições
psicológicas" adequadas para a realização de eleições. O acordo também continha a garantia "de que não haverá represálias a
todos os docentes, sem excepção, envolvidos no processo de paralisação das aulas."
No entanto, o Reitor decidiu no passado dia 5 de Maio rescindir o contrato de um dos "grevistas", o professor
holandês Wim Neeleman. Wim - que fundou o jornal NotMoc em 1994 - é acusado de ter violado um artigo do seu contrato que o obriga a "abster-se de participação
em actividades políticas". Os estudantes mostraram-se preocupados com a rescisão do contrato do seu professor a apenas três semanas do fim do semestre.
O regresso à greve foi decidido numa Assembleia Geral dos docentes que tinha sido convocada para o dia 3 de Maio.
Cinco minutos antes da hora marcada a direcção interina divulgou um despacho que proibiu a realização desta reunião, baseando-se na lei 9/91. Esta lei,
que regula o exercício do direito à liberdade de reunião, apenas estipula normas para reuniões em lugares públicos e os docentes concluíram que
ela não se aplica ao seu caso. (Notmoc 16/05/00)
Mineiros moçambicanos com SIDA expulsos da RAS
Frederico Brito, médico-chefe da província de Inhambane, acusa as autoridades sanitárias
sul-africanas de "devolverem" para Moçambique, mineiros moçambicanos seropositivos. Brito acrescenta que os mesmos são "expulsos" sem qualquer
informação nem relatório clínico. O médico não adiantou números mas assegurou que são muitos os casos. A maioria proveniente dos
distritos de Maxixe, Massinga, Vilankulo e Govuro.
Esta situação tem vindo a dificultar o acompanhamento e controlo da propagação do
vírus na província. "Nós temos de fazer um novo diagnóstico ao doente e planificar a nova forma de vida", disse Brito. Como tal, foram redobrados os
esforços para garantir a consciencialização de toda a sociedade. (Notícias 19/05/00)
70% dos desalojados já foram reassentados
Cerca de 70% das 491 317 pessoas desalojadas pelas cheias, que se encontravam refugiadas nos centros de
acomodação, já estão em locais de reassentamento ou nas suas zonas de origem. O processo tem vindo a ser coordenado pelo Governo com a ajuda de ONG's. Aos
poucos as pessoas vão abandonando os centros para iniciar uma vida nova. A preocupação do Governo é de que as pessoas sejam reassentadas emlocais seguros com
as mínimas condições. (Notícias 18/05/00)
Cruz vermelha desenvolve projectos de reconstrução
Cerca de 300 mil pessoas vão beneficiar de vários projectos a serem levados a cabo pela Cruz Vermelha de
Moçambique como uma ajuda pós-cheias. Os projectos, dos quais alguns já estão em execução, estão virados para acções de
reabilitação e construção de escolas, unidades sanitárias, fontes de água e saneamento do meio, edificação de parques habitacionais
e apoio psico-social às vítimas. Os projectos abrangem as zonas mais afectadas pelas inundações e terão a duração de um ano.
(Notícias 15/05/00)
Saúde necessita de cerca de 50 milhões de USD
O Sector da Saúde vai precisar de um pouco mais de 49 milhões de USD para a reconstrução de
mais de 40 unidades sanitárias que ficaram destruídas pelas cheias. Um valor correspondente a cerca de 11% do valor total do apelo de emergência feito em Roma pelo
Governo.
Este valor será aplicado na reabilitação das infra-estruturas, no apetrechamento, na
logística, e em medicamentos. O sector da Saúde prevê ainda a execução de um plano de contingência especialmente direccionado à
malária e à cólera. (Notícias 17/05/00)
Vida volta à normalidade em Aúbe
O posto administrativo de Aúbe, em Nampula, voltou a registar um ambiente de sossego depois de, há duas
semanas, ter sido palco de violentos confrontos entre a polícia e alguns apoiantes da Renamo que, segundo algumas versões, pretendiam apoderar-se de armas no posto da
Polícia. Dos confrontos resultaram 4 mortos e pânico geral entre a população.
A Liga dos direitos Humanos apresentou uma outra versão. A organização acusa as entidades policiais
de terem começado o incidente. No entanto, ao que parece, não passou tudo de um caso de perturbação da ordem pública. Um caso que cedo ganhou
dimensões políticas a favor de uns e contra outros. (Notícias 20/05/00)
Falsos transportadores acusados de violarem passageiras
Dez mulheres que saíam de Maputo com destino à África do Sul, foram recentemente maltratadas e
algumas violadas, por um grupo que se fingiu de transportadores. O caso já está com a Polícia que adiantou já ter "em mãos" dois suspeitos. Segundo uma
das vítimas, os malfeitores ofereceram-se para facilitar a viagem daqueles que não possuíam visto alegando ter "conhecidos" na fronteira.
Cobraram 300 randes a cada senhora e ao chegarem a Ressano Garcia obrigaram-nas a descer e a ir para o mato. Duas das
senhoras, uma por estar grávida e outra por ter o seu filho ao colo foram soltas, as outras acabaram sendo violadas, não se conhecendo ainda o seu paradeiro.
(Notícias 19/05/00)
Moçambicanos repatriados da África do Sul
Uma média de 20 moçambicanos, acusados de permanência ilegal na África do Sul, é
recambiada semanalmente para o país, através da fronteira de Kosy Bay, na região da Ponta do Ouro em Maputo. A maioria são jovens que chegam em camiões
e como a Polícia moçambicana não dispõe de instalações os alojar, estes acabam por voltar a violar a fronteira e regressar á RAS.
(Notícias 17/05/00)
47% da população de Maputo vive em situação de pobreza absoluta
Dados recentemente revelados num encontro que reuniu a sociedade civil, líderes religiosos e ONG's indicam que do
total de 64,4% da população moçambicana que vive em situação de pobreza absoluta, 47,8% são só citadinos de Maputo. Maputo tem cerca de um
milhão de habitantes.
O encontro tinha como objectivo discutir o perfil da pobreza e desenvolvimento humano, e o plano de acção
para a redução da pobreza absoluta durante os próximos cinco anos. (Notícias 17/05/00)
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