Burocracia "trava" descarregamento de donativo líbio

Questões de ordem burocrática estão a inviabilizar a entrega às autoridades moçambicanas de um donativo líbio destinado às vítimas das cheias no país. O navio transportando cerca de duas mil toneladas de arroz atracou no Porto de Maputo há cerca de uma semana mas o descarregamento ainda não começou, numa altura em que milhares de necessitados aguardam por esse apoio. Porém, sabe-se que outra parte da mercadoria transportada pelo mesmo navio, que não é donativo, foi já descarregada.

Curioso ainda, é o facto de o Instituto de Gestão das Calamidades, entidade que devia receber o donativo, ainda não se fez ao porto. A tripulação do navio "Fratzis Valeta" está agastada e diz que está a gastar muito dinheiro com o estacionamento do barco que já devia ter iniciado a viajem de regresso à Líbia. (Notícias, 13/01/01)
 

Na Zambézia: Inundações desalojam 600 pessoas

Mais de 575 pessoas estão desalojadas e extensas áreas de produção encontram-se inundadas devido a um forte vendaval acompanhada de chuva e granizo ocorrido há dias no distrito de Murrumbala, província da Zambézia. As chuvas provocaram inundações que danificaram culturas em cerca de 1400 hectares localizados nas margens do rio Chire, em Morrumbala, situação preocupante pois este ano as inundações estão a ocorrer mais cedo que o habitual.

Em Morrumbala, o vendaval destruiu 70 casas e os cerca de 1400 hectares perdidos tinham arroz, milho e batata-doce, produtos que constituem a base de alimentação das populações daquele distrito. Por outro lado, na província de Tete, o rio Zambeze continua a subir em Mutarara e ontem já registava 4,5 metros contra os 3,8 do passado dia nove.(Notícias, 11/01/01)
 

Cabeça decepada: Quatro indivíduos recolhem aos calabouços

As autoridades policiais detiveram sobre prisão cautelar 4 indivíduos com relação ao caso da cabeça humana recentemente decepada ao malogrado Juvêncio Dias, em Bobole na província de Maputo. Os quatro detidos são indivíduos com quem o malogrado passou os últimos momentos da sua vida, pois acredita-se que eles poderão desempenhar um papel preponderante no esclarecimento do crime.

Juvêncio Dias foi assassinado na última sexta-feira em Bobole por indivíduos que depois amputaram-lhe a cabeça da qual retiraram alguns órgãos. Dos quatro casos reportados em Maputo, primeiro deu-se nas proximidades do Quartel-General e o segundo foi registado no bairro Hulene. Contudo mais mediatizado foi o da cabeça de Gonçalves Mpoto decepada para alegadamente ser vendida ao Maulana Shafik Kadwala, que no entanto foi ilibado pela justiça por falta de provas. (Notícias, 11/01/01)
 

Reabilitação do Porto de Quelimane é para breve

O Governo da Alemanha vai disponibilizar 11 milhões USD para a reabilitação do Porto de Quelimane, na província da Zambézia. O montante será aplicado na modernização das infra-estruturas do porto, incluindo o abastecimento de água e energia. Está também prevista a modernização da administração e o melhoramento da fiscalização da madeira. Ainda no quadro da cooperação bilateral, a Alemanha vai conceder 3,5 milhões USD para a reabilitação do sistema de fornecimento de energia eléctrica ao distrito de Gorongosa, província de Sofala. A antiga linha de transmissão de energia naquele distrito foi completamente destruída durante a guerra. (Notícias, 12/01/01)
 

Três milhões de moçambicanos sofrem de malária

Moçambique regista actualmente cerca de 3 milhões de casos de malária, uma doença endémica responsável por cerca de 20% das mortes nos hospitais do país. Face ao drama as autoridades sanitárias do país estão a desenvolver, campanhas de pulverização visando combater o mosquito causador da doença.

Em Maputo, onde a situação é particularmente crítica, as autoridades sanitárias vão lançar este mês uma alternativa à cloroquina, que devido ao seu consumo excessivo já incapaz de combater a doença. No período de 1993 a 1997, a malária significou uma média de 42% de internamentos nos hospitais rurais do país. Em 1999 foram notificados cerca de 2 milhões de casos da doença e cerca de 1400 óbitos. (Notícias, 10/01/00)

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