Chissano "aprova" "vitória" de Mugabe
O presidente Joaquim Chissano "aprovou" a vitória de Robert Mugabe nas eleições presidências
do Zimbabwe e apelou a oposição aceitar os resultados. Com efeito, Chissano pediu aos Zimbabweanos para trabalharem em conjunto (...) com vista à
promoção da concórdia e do desenvolvimento do seu país. O presidente moçambicano apelou também à comunidade internacional para que apoie
os zimbabweanos na consolidação e aprofundamento da democracia.
Segundo Chissano, na África Austral estão em curso processos de transformação
democrática cujo "aperfeiçoamento e desenvolvimento plenos levam tempo". Chissano disse ter recebido informações preliminares da missão
moçambicana de observação, que lhe assegurou que as eleições decorreram, "de um modo geral", de forma ordeira e pacífica. (TVM, RDP-África
e Notícias, 14/03/02)
Para Dhlakama: houve fraude
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama criticou a vitória de Robert Mugabe nas presidências zimbabweanas
e a posição assumida pelo governo moçambicano face ao resultado do pleito. Para Dhlakama, a aprovação dos resultados das eleições pelo
governo de Maputo "é vergonhosa". Dhlakama acusou ainda a SADC de estar a fazer "lobbies" junto da comunidade internacional a favor de Mugabe, colocando os interesses
partidários acima dos interesses dos cidadãos.
Na óptica do líder da Renamo, os resultados destas eleições devem ser anulados, para dar
lugar a outras, ou Mugabe deve formar um governo de reconciliação nacional. Dhlakama considera que o pleito foi fraudulento porque, entre outras anomalias, "apoiantes do MDC
foram impedidos de votar e a campanha eleitoral foi caracterizada por intimidações ou prisões..." (Notícias e TVM, 15/03/02)
Dez anos mais tarde: 4 de Outubro é feriado
A Assembleia da República aprovou o projecto de lei que institui o 4 de Outubro como "Dia da Paz e
Reconciliação" e como feriado nacional. A data assinala a assinatura do Acordo Geral de Paz, alcançado em Roma a 4 de Outubro de 1992, entre o governo e Renamo,
então movimento rebelde. Esse acordo marcou o fim de uma dura guerra civil, que ceifou a vida a milhares de moçambicanos e paralisou a economia do país, durante cerca
de 16 anos. (TVM e Notícias, 14/03/02)
Evolução da crise na FAP: Conceição processa Palaço
O secretário-geral da FAP, Raul da Conceição, processou criminalmente o líder do partido,
José Palaço. A participação deste assunto à Procuradoria-Geral da República leva em apenso os recibos alegadamente falsificados por Palaço
e a cópia em que falsificou a assinatura de Raul da Conceição. O Secretário-geral da FAP enviou ainda um ofício à Assembleia da República
comunicando afastamento de Palaço da liderança do partido.
O visado é deputado da Assembleia da República pela Renamo-UE, coligação de que a FAP
é membro integrante. Palhaço já pediu protecção policial, alegando ameaças à sua integridade física. (Notícias,
13/03/02)
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