Madagáscar - Ratsiraka vai de férias
Didier Ratsiraka deixou a Ilha de Madagáscar com destino a França. O ex-presidente malgaxe prometeu que ia
à busca de uma solução para a crise que abala o país. Simpatizantes de Ratsiraka dizem que ele pretende passar um tempo em Paris com a sua família,
antes da próxima ronda de negociações, agendadas para a próxima semana em Libreville, no Gabão.
As tropas de Ravalomanana tomaram a cidade portuária de Mahanjanga, que estava sob jurisdição de
Didier Ratsiraka, a noroeste do país. Acredita-se que com a captura da cidade se possa ajudar a pôr fim ao cerco que dura há três meses na capital.
A ilha está dividida em duas partes, a capital Antananarivo controlada por Ravalomanana e a zona costeira nas
mãos dos partidários de Ratsiraka. (TVM, 14/06/02)
Guiné Bissau - Nova vaga de detenções
Mais duas dezenas de pessoas foram presas na Guiné Bissau, por alegado envolvimento numa nova tentativa para
derrubar o regime do presidente Kumba Ialá. O próprio chefe de Estado guineense anunciou as detenções, que se juntam à captura de cerca 30 militares e
polícias, ocorrida no início de Dezembro de 2001, também justificada por actos subversivos.
Embora sem o declarar abertamente, o presidente relacionou os presumíveis conspiradores com a rebelião do
ex-chefe da Junta Militar, brigadeiro Ansumane Mané, assassinado em Novembro de 2000. Ao discursar num acto oficial, na presença de diplomatas estrangeiros, o presidente
Ialá indicou que razões "étnicas e religiosas estiveram na linha de frente das motivações dos protagonistas" da suposta tentativa de golpe de
Estado.
Kumba Ialá anunciou que os supostos conjurados iam ser todos amnistiados, medida que é da
competência do Parlamento. Com as prisões cheias de militares, os funcionários com vários meses de salários em atraso e o governo sem orçamento,
os mais pessimistas acreditam que o pior ainda está para vir. (TVM, 13/06/02)
Angola - governo termina arrumação da UNITA
Terminou oficialmente o processo de aquartelamento das Forças Militares da UNITA (FMU). O governo, ONU,
organizações humanitárias, forças políticas e grupos de pressão, angolanos e estrangeiros, preparam-se agora para a próxima fase,
não isenta de perigos e conflitos. O governo angolano parece efectivamente sobrepassado pela magnitude das tarefas que tem pela frente.
Os 25 milhões de euros inicialmente atribuídos às FAA, para "acomodar" os ex-guerrilheiros e as
suas famílias, são insuficientes para responder às necessidades de mais de 300 mil pessoas que se precipitaram nos aquartelamentos à procura de comida, roupa e
assistência médica.
O governo chamou os seus embaixadores a Luanda para lançar uma ofensiva diplomática para angariar ajudas e
investimentos externos. O primeiro objectivo é conseguir uma ajuda suplementar de emergência de 65 milhões USD. Os militares das FAA e das FMU que integram a
Comissão Mista não param.
Enquanto se procede à selecção dos 5000 militares que integrarão as FAA e a Polícia e
a identificação dos "desmobilizáveis", as primeiras equipas conjuntas de desminagem já entraram em acção, bem como as operações de
localização dos paióis e de recuperação do armamento pesado da UNITA, escondidos nas matas. (TVM, 15/06/02)
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