Para os assassinos do moçambicano na Alemanha
A acusação do caso Alberto Adriano, o moçambicano assassinado na Alemanha em Junho último por um grupo de três neonazis, pediu ontem pena máxima para os autores-confessos do crime, agora em processo de julgamento. Os autores do crime são Enrico Hilprecht, 24 anos de idade, Frank Mierthauer e Christian Richter, ambos de 16 anos de idade. O primeiro deverá ser condenado à prisão perpétua, enquanto que os dois menores vão cumprir dez anos de prisão cada um, pena máxima prevista pelo Direito Penal Juvenil, conforme exigiu o Procurador do Ministério Público Federal, Joachim Lampe, nas alegações finais proferidas ontem.
O advogado de acusação considerou claramente provada a culpa dos réus na morte de Alberto Adriano, de 39 anos de idade, devido às provas apresentadas no julgamento. Pouco antes o médico legista afirmou que a causa da morte do moçambicano foram os violentos golpes recebidos na cabeça, tanto é que tinha o olho esquerdo e o mesmo lado do cérebro muito maltratados. Os três não mostraram nenhum sinal de estarem arrependidos, o que levou a viúva alemã de Adriano a se retirar da sala. Adriano, pai de três filhos, vivia há 12 anos na Alemanha, para onde foi como estudante. (Notícias, 25/08/00, BBC)
Siderúrgica de Beleluane
Arrancaram ontem na zona franca industrial de Beleluane, na província de Maputo, estudos geotécnicos com vista à instalação de uma unidade siderúrgica com capacidade para produzir quatro milhões de toneladas de ferro e aço por ano. Os trabalhos ora iniciados vão durar cerca de cinco semanas e vão incidir sobre os 400 hectares de terra disponibilizados pelo Governo de Moçambique para a instalação da fábrica. Um trabalho idêntico será levado a cabo na zona do Porto Industrial da Matola, a partir de onde será exportado o produto acabado para diversas partes do mundo, gerando receitas estimadas em 61 milhões USD/ano.
O Projecto de Ferro e Aço de Maputo (MISP) representa um investimento global de 2,2 mil milhões USD, devendo abrir um total de 5000 postos de trabalho na fase de construção, e pelo menos 1500 durante a fase de operação, sem incluir a mão-de-obra que será empregada na construção de 610 quilómetros de um gasoduto que, a partir de Pande, norte da província de Inhambane, vai fornecer gás natural a África do Sul e à fundição. O MISP vai usar, como matéria prima, minério de ferro importado da África do Sul.
Com relação aos financiamentos, sabe-se que 40% do valor global de investimento será proveniente da comparticipação dos parceiros, nomeadamente a ENRON, dos EUA, Kobe Steel, do Japão e a VAI da Austrália, devendo os restantes 60% serem assegurados por outros parceiros, desejando-se que ao empresariado nacional seja garantida uma participação mínima na ordem dos 30%. (Notícias, 25/08/00)
Moçambique e RAS analisam cooperação económica
Moçambique e África do Sul (RAS) reuniram-se ontem em Maputo ao mais alto nível no âmbito das consultas bilaterais que regularmente tem acontecido entre as partes com vista à dinamização da cooperação económica entre os dois países. Após o encontro, que decorreu à porta fechada, a Ministra do Plano e Finanças de Moçambique, Luísa Diogo, disse que o encontro decorreu sob uma "agenda aberta" na qual as delegações passaram em revista todos os assuntos inerentes a cooperação económica entre Moçambique e RAS.
Entre as questões discutidas incluem-se os projectos transfronteiriços, designadamente a Iniciativa Espacial dos Libombos, que prevê o aproveitamento económico do espaço turístico na região da fronteira comum entre Moçambique, RAS e Suazilândia, e os corredores de desenvolvimento de Maputo, Beira e Nacala, como assuntos importantes para a cooperação bilateral e regional. (Notícias, 25/08/00)
Cinco milhões de contos para projectos na Zambézia
O Governo moçambicano disponibilizou recentemente cerca de 5 mil milhões de meticais para financiar 38 projectos económicos e sociais na província da Zambézia no âmbito da implementação do Fundo de Apoio à Reabilitação Económica (FARE). A maior parte dos projectos aprovados centralmente são de comércio rural - um dos sectores económicos mais afectados pela guerra - sendo os restantes de agricultura, pequena indústria e pesca.
Os administradores distritais estão orientados para a selecção de quatro potenciais agentes económicos cada, por forma a serem potenciados com financiamentos a fim de relançar as actividades económicas nos distritos em que operam. Todavia, muitos distritos ainda não adiantaram com as propostas nesse sentido, situação que embaraça os técnicos indicados para trabalharem no projecto. (Notícias, 25/08/00)
Notícias de ontem (24 de Agosto): Moçambicanos devorados por crocodilos na RAS Encontro intercontinental de Católicos: "Construir a paz pela cidadania" |