Chissano sobrevoou as zonas inundadas

O Presidente Joaquim Chissano sobrevoou ontem algumas áreas afectadas nas províncias de Tete, Sofala e Zambézia, onde se inteirou do drama que afecta as populações dessas regiões. À chegada à vila de Caia, Chissano foi recebido por populares que lhe informaram que certos produtos alimentares não estão a ser encaminhados devidamente aos necessitados. Chissano, após consultar as entidades visadas, explicou que isso se devia a uma questão de prioridades.

Desde o início das chuvas em Janeiro último, pelo menos 52 pessoas morreram em consequência das cheias no centro do país. Entretanto, em resposta ao apelo de emergência, na passada quarta-feira, Portugal disponibilizou 250 milhões USD e está a manter contactos com ONG's para coordenar futuras acções conjuntas de apoio. A embaixada dos Estados Unidos em Maputo disponibilizou 25 mil USD.

Ontem, 120 toneladas de alimentos foram enviadas para Marromeu através do batelão da Companhia do Sena. O trânsito na EN nº 6, no troço Mutua-Tica, que tinha sido encerrado há cerca de uma semana devido às inundações, foi reaberto ontem, mas somente durante o período diúrno. (RM, Notícias, 23/02/01)

Terminou greve na Laurentina

Os trabalhadores da cervejeira "Laurentina", em Maputo, voltaram ontem ao trabalho, depois de dois dias de paralisação laboral, reivindicando a revisão das carreiras profissionais e o melhoramento das suas condições salariais. Depois de negociações com a direcção da empresa acordou-se num aumento salarial na ordem de 53% para as categorias I, II, III e IV e 25% para as categorias V, VI, VII e VIII da escala salarial em vigor na empresa. Com efeito, durante 90 dias, o sindicato e o patronato vão estudar a revisão salarial.

A greve despoletou quando o comité sindical propôs a revisão salarial e consequente reenquadramento do pessoal em novos grupos salariais e a direcção da empresa se opôs. A Laurentina, cuja maior parte das acções está entregue a sócios privados e estrangeiros, emprega 510 trabalhadores. (Notícias, 23/02/01)

Renamo quer Governadores eleitos

Consta do rol das questões apresentadas pela Renamo-UE ontem aos membros do Governo na Comissão dos Assuntos Constitucionais, a nomeação de governadores seus nas seis províncias onde obteve a maioria dos votos nas eleições gerais de 1999. Para além da nomeação de governadores, a Renamo-UE sugere alterações no sistema de governação do país, que passam pela autominização dos governos provinciais. Para esta coligação, os Governadores provinciais devem ser legitimados através do voto popular. Entretanto, estas propostas implicam uma mudança legal, pelo que é imperiosa a revisão da actual Constituição, pois esta não prevê tal procedimento. (Notícias, 23/02/01)

Notícias de ontem (22 de Fevereiro):

Cheias no país: A situação continua crítica
Governo lança apelo da emergência
Encontro Chissano/Dhlakama: Grupos de trabalho arrancaram com as actividades
PIMO diz que os grupos não são legítimos