Montepuez: Daniel Wahia, carcereiro da cela da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Montepuez, onde em Novembro último foram "dizimados" os manifestantes da Renamo-UE, revelou ontem, no Tribunal de Pemba, que não morreram apenas 75, conforme fora anunciado, mas sim 85 detidos. Esta revelação veio a juntar-se à de João Manuel Simão, testemunha, então detido durante as buscas efectuadas pela Polícia, após as manifestações. Wahia revelou ainda que a cela onde morreram os detidos tem a capacidade de albergar no máximo 35 pessoas. Acrescentou que foi o comandante distrital da PRM em Montepuez, Dahalili Sumail, quem ordenou a remoção dos corpos e a limpeza da cela antes do exame pericial. Esta revelação não coaduna com a dos cinco polícias detidos, que acusam o director da PIC em Cabo Delgado, Juma Macesseque, de ter orientado a remoção dos cadáveres antes da chegada da equipa dos médicos legistas. (Notícias, 07/06/01) Leia a notícia de ontem Renamo reage: O Secretário-geral da Renamo, João Alexandre, acusou ontem a justiça de estar a agir segundo a vontade da Frelimo no julgamento dos "líderes" da manifestação, em Montepuez. De acordo com Alexandre, a decisão do tribunal de atribuir penas que variam entre 3 meses e 20 anos de prisão aos 11 elementos da Renamo é a continuidade da perseguição e massacre dos elementos da Renamo. Por outro lado, Máximo Dias, advogado e deputado da Assembleia da República pela Renamo-UE, disse esperar que aos membros da Polícia
responsáveis pelas mortes dos manifestantes sejam aplicadas penas igualmente severas. (Notícias, 07/06/01) Em Maputo: O Comité das Bolsas de valores da SADC reúne-se a partir de hoje em Maputo, com o objectivo de avaliar as actividades desenvolvidas por
estes serviços no último trimestre. O encontro, que acontece pela segunda vez este ano, é organizado pela Bolsas de Valores de Maputo (BVM) e, durante dois dias,
irá discutir vários temas, dentre eles o relatório trimestral da organização, os padrões de auditoria e contabilidade da zona, o código de
conduta das sociedades e contagens financeiras e de corretagem. Deverá discutir também o relatório da USAID sobre o financiamento dos encontros. (Notícias,
07/06/01) No país: O Ministro da Saúde, Francisco Songane, disse, em Maputo, que as tarifas cobradas por prestação de cuidados de saúde nas unidades sanitárias públicas do país vão sofrer actualização. A medida visa fazer com que a comunidade comparticipe na minimização dos custos do sector até agora apenas suportados pelo Governo, através do Orçamento Geral do Estado (OGE) e dos financiamentos disponibilizados pelos parceiros internacionais de cooperação. Songane reconheceu, entretanto, que no país não existem serviços de saúde que protegem os mais desfavorecidos. Actualmente, o
sector da saúde gasta por ano cerca de 27 milhões USD na aquisição de medicamentos e reagentes para laboratórios, contra uma necessidade média de
70 milhões USD por ano. (Notícias, 07/06/01) Notícias de ontem (06 de Junho): Montepuez: "Cabecilhas" das manifestações condenados a 20 anos |