Sistema nacional de educação:
Ensino bilingue será introduzido no próximo ano

O Ministério da Educação está a preparar a introdução, a partir do próximo ano lectivo, do ensino bilingue no primeiro ciclo do ensino primário (EP-1), concretamente na 1a e 2a classes. Para o efeito, está em curso a capacitação de 46 professores que vão leccionar em 23 escolas seleccionadas para participarem na primeira fase da introdução da inovação. Cada província terá duas escolas abrangidas pela iniciativa. A primeira fase de capacitação dos professores decorreu em Junho último, tendo compreendido a sua formação em elementos da linguística bantu e metodologia de ensino da língua materna e de segunda língua, neste caso a língua portuguesa.

Rafael Sendela, coordenador do projecto ao nível do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação, disse que os professores que se encontram em processo de capacitação foram seleccionados tendo em conta critérios tais como ser falante da língua a introduzir e saber escrever, formação psico-pedagógica, ter vontade de ensinar numa determinada língua, para além de experiência de ensino de pelo menos cinco anos. Com a introdução das línguas moçambicanas no ensino primário pretende-se evitar o desperdício escolar, sobretudo no campo, promover o acesso da criança à sua cultura e preservar o direito de utilizar a sua língua, consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos. (Notícias, 01/08/01)
 

Governo reconhece:
É difícil garantir educação para todos

O Ministério da Educação (MINED) reconhece que está a enfrentar inúmeras dificuldades para garantir educação para todos e que o país está longe de assegurar o ensino gratuito e obrigatório. As longas distâncias que separam os alunos das escolas, a insuficiência de estabelecimentos do ensino e de professores, sobretudo no ensino básico, que engloba as sete classes do ensino primário, constituem alguns dos principais problemas que o MINED enfrenta para assegurar que todos tenham acesso ao ensino. (AIM, 31/07/01)
 

Localizados mais dois náufragos do "Alpha"

Mais dois cadáveres de pessoas que viajavam na embarcação "Alpha", que afundou semana passada em Zonguene, foram ontem descobertos. De acordo com o Serviço Nacional de Administração e Fiscalização Marítima (SAFMAR) o navio levava a bordo 14 tripulantes e 4 passageiros. Até agora foram encontrados apenas dois sobreviventes e os corpos de nove vítimas mortais. Os destroços da "Alpha" encontram-se na foz do rio Limpopo. (Notícias 01/08/01)

Leia a notícia de sexta-feira passada:
Localizados destroços do navio afundado
 

Vindos das Ilhas Reunião
Descendentes de moçambicanos visitam Inhambane

Idos das Ilhas Reunião, descendentes das últimas gerações de moçambicanos que estiveram nas plantações de cana-de-açúcar no século XIX procuram a sua identidade e reencontro com a sua origem. Com efeito, uma delegação das Ilhas esteve recentemente na província de Inhambane para o estudo dos traços culturais comuns e busca de uma possível reunificação de famílias separadas. A delegação, que foi acompanhada pelo coordenador do "Espace Afrique", Patrice Mourandoú, espera encontrar as suas tribos e até mesmo familiares que eventualmente não tenham sido deportados para as ilhas do Índico.

Aquela delegação escolheu a província de Inhambane para desenvolver as suas buscas porque foi daquela região do país que partiram muitos escravos e as comunidades negras daquelas ilhas partilham hábitos e costumes semelhantes aos das tribos de Inhambane. Entre essas semelhanças destacam-se o culto dos antepassados, o modo de construção de palhotas, apelidos e o uso de plantas medicinais.

As Ilhas Reunião, sob soberania francesa, são habitadas maioritariamente por comunidades de origem asiática e africana. Entretanto, os asiáticos, devido aos seus traços inconfundíveis, conseguiram reencontrar-se com as origens, facto que lhes permitiu a reorganização até ao ponto de tornarem-se nas elites em detrimento das comunidades negras que, continuam a representar a má imagem de escravos. (TVM, 31/07/01)

Notícias de ontem (31 de Julho):

Em debate contratação de mão-de-obra estrangeira
Governo procura melhorar a situação nas prisões
PMA garante assistência às vítimas das cheias até Setembro