Administração recusa-se a negociar as reivindicações: A administração dos CFM fez saber na última quinta-feira, no final do encontro com o sindicato dos trabalhadores ferro-portuários, que "não está em condições" de aprovar um salário mínimo de dois milhões para a classe I da escala salarial em vigor na empresa nem de regularizar os dez dias alegadamente em falta nos salários mensais em vigor desde 1993. Perante a recusa da direcção de atender às duas questões principais colocadas pelos trabalhadores, estes pediram ao sindicato para convocar uma greve geral dos trabalhadores ferro-portuários de todo o país. O sindicato ainda não se pronunciou. A delegação sindical que vinha negociando com a administração desde a passada segunda-feira, foi dar a informação sobre o total fracasso das negociações aos grevistas concentrados nos arredores do recinto portuário, na tarde da quinta-feira. Por sinal, a delegação foi escoltada por um carro da Polícia da Intervenção Rápida. Com esta prova de intransigência da direcção da empresa, a crise laboral nos CFM entrou numa fase mais tensa. Com efeito, na sexta-feira a Polícia de Intervenção Rápida atacou grupos de grevistas para afastá-los das proximidades do recinto das oficinas gerais da empresa. Estes mostraram-se surpreendidos pela violência policial, uma vez que se encontravam fora do recinto da empresa, num lugar público. No mesmo dia, um indivíduo, supostamente mandatado pela administração para aliciar os grevistas a regressar ao trabalho, foi feito refém pelos trabalhadores que o fecharam numa casa nas imediações do local de concentração. Os CFM estão a executar um programa de reforma estrutural, que envolve a redução drástica da mão-de-obra. O actual número de 15 835 trabalhadores deverá ser reduzido a 6978, o que significa que 56% dos trabalhadores perderão o emprego nos próximos três anos. O projecto de reestruturação é orçado em 133 milhões USD, dos quais 20 milhões são contribuição do Governo, 13 milhões da própria empresa e 100 milhões financiados pelo Banco Mundial. Mais de 80 milhões daquela montante serão aplicados na compensação e reinserção sócio-profissional dos trabalhadores a serem desvinculados. (Notícias, 17 e 18/08/01, MOL) Leia também a notícia da quinta-feira passada: À busca de paz: O Presidente Joaquim Chissano recebeu na passada sexta-feira em Maputo o seu homólogo da RDCongo, Joseph Kabila, com quem discutiu a actual situação militar naquele país dos grandes lagos. Não são conhecidos pormenores do encontro mas Kabila disse esperar um envolvimento positivo de Moçambique e dos restantes países da SADC na busca de uma solução definitiva para o conflito no seu país, que dura há cerca de três anos. Para além da situação na RDCongo, Chissano e Kabila analisaram o estado das relações bilaterais entre os dois países. Recorde-se que Chissano foi eleito Presidente do Órgão para a Cooperação Política, Defesa e Segurança da SADC. (Notícias, 18/08/01) Leia também a notícia da quinta-feira passada: Na rota do contrabando: Brigadas móveis das Alfândegas apreenderam na passada sexta-feira, em Maputo, grandes quantidades de bebidas alcoólicas e óleo alimentar que se encontravam na rota do contrabando. Entre as bebidas contam-se 529 caixas de whisky e 580 caixas de vinho branco, cujos direitos aduaneiros, que estavam por sonegar, sem incluir as multas e outras imposições devidas pela infracção, são estimados em 1,2 milhão de contos. A apreensão desta mercadoria, que se encontrava armazenada em cinco camionetas, resultou de uma operação iniciada no dia 16 de Agosto corrente, após terem sido identificadas duas residências que serviam de esconderijo de mercadorias contrabandeadas. Para além das referidas quantidades foram igualmente apreendidas 1570 caixas de bolachas, 500 caixas de sumo, 100 caixas de tempero, entre outros produtos, totalizando cerca de duas toneladas. Refira-se que nas duas últimas semanas foram feitas outras apreensões de vulto, tais como um contentor carregado de diversos produtos de
mercearia num valor de 812 milhões de meticais, e mais de duzentos televisores, avaliados em 340 milhões de meticais, introduzidos igualmente através de Ressano
Garcia. (Notícias, 18/08/01) Mabulu fez passar Moçambique na CNN O agrupamento moçambicano "Mabulu", que está a terminar uma digressão pela Europa, serviu recentemente de pretexto para uma
reportagem sobre Moçambique e sua cultura na cadeia televisiva norte-americana CNN. Na referida reportagem, transmitida no programa "Inside Africa" e que durou cerca de cinco
minutos, a CNN passou imagens das cheias em Moçambique e do espectáculo que o grupo realizou em Londres". Os "Mabulu" regressam próxima semana a Maputo, após
uma digressão de mais de dois meses por dez países europeus, onde promoveram o "Soul Marrabenta". (Notícias, 18/08/01) Notícias de ontem (17 de Agosto): Siba-Siba teria recebido ameaças de morte |