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Notícias do dia 17 de Agosto 2001

Siba-Siba teria recebido ameaças de morte

De acordo com o semanário Savana, na sua edição de hoje, o PCA do Banco Austral, que foi assassinado no passado sábado, teria recebido constantemente telefonemas anónimos de gente que o ameaçava de "estar a correr sérios riscos", caso não abrandasse a sua "ofensiva" contra os devedores do banco. Ainda de acordo com a revista, que cita como fonte funcionários seniores do Banco, a indicação de um outro quadro para ocupar o lugar deixado pelo malogrado está a ser difícil, já que ninguém quer ficar com a "batata quente".

O Savana também alega "haver indícios de envolvimento de um director e um guarda do Banco", mas não apresenta nenhum dado para corroborar esta afirmação. O editorial da mesma edição escreve que "Siba-Siba morreu porque os que se opõem à passagem do Banco Austal para mãos privadas insuspeitas e não manipuláveis queriam fazer abortar a operação (...)". Perante esta possibilidade, o Primeiro-Ministro, Pascoal Mocumbi, reconheceu que a morte de Siba-Siba "enfraqueceu relativamente" os trabalhos de reprivatização deste banco, mas ele garantiu que "o Governo mantém a sua decisão de levar avante o processo".

Num comunicado assinado pelo seu Presidente, Carlos Alberto Caúio, a Ordem dos Advogados de Moçambique apela ao Governo para que tome todas as medidas a fim de que sejam identificados e punidos os verdadeiros culpados pela morte de Siba-Siba Macuácua e para prevenir novas ocorrências como este "crime hediondo". (Savana 17, AIM 16/08/01)

Leia também a notícia de ontem:
António Siba Siba foi a enterrar
 

Sem penalizar os maus:
Serviço público dificilmente será eficiente

O serviço público dificilmente será eficiente caso não elimine a sua mão-de-obra não qualificada e não penalize sistematicamente, com expulsão, os funcionários que "boicotam o serviço do Estado para gerar o seu nicho de corrupção", escreve a revista "Agora" na sua última edição. A outro condição para a eficiência na função pública, sublinhada pela revista, é a pertinência da retenção dos quadros mais produtivos e competentes, remunerando-os "com justiça".

Num artigo com o título "Corrupção: o que traz a nova reforma?", a revista "Agora" faz uma abordagem crítica sobre a reforma da administração pública. Lembra que ao anunciar a reforma, o Governo declarou que tenciona acabar com a corrupção. Mas, ao mesmo tempo, teve o cuidado de garantir que "ninguem seria expulso do Estado." (AIM, 15/08/01)

Leia também a notícia de 26 de Junho:
Chissano lança Reforma do Sector Público
 

Necessários 48 milhões para reabilitar Ilha de Moçambique

O Governo da província de Nampula necessita de mais de 48 milhões USD para financiar a execução de vários programas de desenvolvimento da micro-região de Mossuril e Ilha de Moçambique, locais onde mais de 130 mil pessoas vivem em situação de pobreza absoluta.

Na conferência de investidores, recentemente havida na Ilha, o Governo apresentou aos participantes uma carteira de projectos que aponta as áreas das obras públicas e habitação, meio ambiente, cultura e património, agricultura e pescas como sendo as prioritárias. (Notícias, 16/08/01)
 

Paralisada pelas cheias:
Maragra iniciou a produção de açúcar

A "Ilovo Sugar Ltd" reiniciou recentemente a produção de açúcar na fábrica da Maragra. Situada a 75 quilómetros a norte da cidade de Maputo, a fábrica estava paralisada devido às cheias do ano passado, que deixaram os 8500 ha de canavial totalmente submersos. Previa-se que a produção seria reiniciada apenas em 2002. Até finais de Outubro próximo a fábrica deverá produzir cerca de 15 mil toneladas de açúcar. A produção plena da Maragra deverá ser alcançada em 2002 quando forem produzidas cerca de 70 mil toneladas.

A açucareira da Maragra encerou a produção em 1984 devido à guerra. A sua produção máxima foi de 44 100 toneladas, alcançada em 1972. Desde Julho de 1997 foram gastos cerca de 45 milhões USD na reabilitação da fábrica e dos respectivos canaviais. A reparação dos diques, ruas, pontes, bombas e pavilhões para alojamento dos trabalhadores, destruídas pelas cheias, custou cerca de 18,5 milhões USD, disponibilizados pela Ilovo.

A açucareira, que emprega 2 200 trabalhadores directos e cerca de mil sazonais que trabalham no corte da cana, ainda está à espera dos 14 milhões USD prometidos na conferência de Roma. Entretanto, o facto de o dinheiro ser disponibilidade em meticais vai criar prejuízos à companhia que tem de pagar os seus débitos em dólares. Refira-se que o Metical se depreciou cerca de 4% por mês nos últimos 8 meses. Na estrutura accionista da Maragra a "Ilovo Sugar Ltd" detém 50% das acções e as restantes estão repartidas pelo Governo e o sector público. (News 24, 15/08/01)
 

Notícias de ontem (16 de Agosto):

António Siba Siba foi a enterrar
Depois de 16 anos de paralização: Marromeu volta a produzir açúcar
África do Sul é o maior investidor no país


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