Moçambique on-line

Notícias do dia 25 de Agosto 2001

Crise nos CFM-Sul:
Maior parte dos grevistas teria abandonado o movimento

Um número não especificado de grevistas dos CFM-Sul aderiu ontem ao grupo de trabalhadores que decidiu apresentar-se à direcção da empresa propondo o seu regresso ao trabalho, reporta o jornal Notícias na sua edição de hoje. A acreditar no jornal, o movimento de ontem envolveu todos os operários que continuavam em greve após a "capitulação" dos primeiros 30 na passada terça-feira.

Como noticiámos ontem, a maioria dos grevistas tinha optado por uma negociação directa das suas preocupações com a administração, sem envolver o sindicato, que é tido como defensor dos interesses do patronato. Porém, enquanto decorriam os preparativos para a constituição da comissão que iria negociar com a administração, os grevistas foram instados a apresentarem-se na empresa a fim de assinarem os termos de compromisso e daí receberem os respectivos salários. Consequentemente, dispersaram e acorreram em massa ao local para onde haviam sido chamados.

Entretanto, o primeiro grupo de trabalhadores que decidiu abandonar a greve, na perspectiva de poder auferir o salário referente ao mês de Agosto, até a tarde de ontem não tinha sido pago. (Notícias, 25/08/01)

Leia também a notícia de ontem:
Grevistas nos CFM-Sul preparam equipa para negociações com o patronato
 

Em debate Lei sobre Gestão de Calamidades

Foi discutido ontem, em Maputo, em seminário, o anteprojecto da Lei de Gestão de Calamidades, um documento que o Governo decidiu submeter a debate público para auscultar as diferentes sensibilidades sobre as melhores formas de enquadrar e normar os procedimentos a serem seguidos pela sociedade no domínio de prevenção e de resposta em caso de ocorrência de calamidades.

Esse anteprojecto já tinha sido apresentado e discutido em seminários regionais nas cidades de Nampula, Beira e Maputo, depois de auscultações distritais e provinciais. A instituição da Lei de Calamidades no país é uma matéria que vem sendo abordada desde 1997, altura da elaboração das ideias que culminaram com a criação da Política Nacional de Gestão de Calamidades.

Na abertura do seminário o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Leonardo Simão, revelou que o país acumulou um prejuízo de pouco mais de 750 milhões USD, durante os últimos dois anos, em consequência das cheias. O Governante recordou que, para além dos desastres que ocorreram recentemente, como cheias, ciclones, secas, pragas e pestes, aconteceram desastres ecológicos como, por exemplo, o derrame de petróleo bruto pelo petroleiro grego "Katina P" em 1992, e o aluimento de terras em Tumbine, na província da Zambézia. (Notícias, 25/08/01)
 

Regressados da RDA chegam a consenso com Governo

Representantes dos trabalhadores moçambicanos regressados da antiga RDA tiveram ontem um encontro com o Ministério de Trabalho, no qual chegaram a um consenso em relação aos cinco pontos constantes do seu caderno reivindicativo. Segundo os acordos assinados em 1979 entre os Governos de Moçambique e da RDA, os trabalhadores, ao perder o emprego, teriam direito a 70% do seu salário durante três meses. Além disto, o Governo da RDA tinha-se comprometido a pagar 3000 marcos orientais a todos os trabalhadores estrangeiros que perdessem o emprego. Muitos dos regressados alegam que não receberem os 70% ou os 3000 marcos. No acordo alcançado ontem, o Governo compromete-se a encontrar soluções para aqueles trabalhadores que provarem não ter recebido as referidas compensações.

Outro assunto levantado pelos manifestantes diz respeito àqueles que ficaram incapacitados na sequência de acidentes de trabalho ou doenças profissionais, e que deveriam ter recebido indemnizações. O consenso alcançado prevê que os Ministérios de Trabalho, Saúde e Acção Social, em conjunto com o Fórum dos Regressados, irão identificar esses incapacitados e garantir os cuidados médicos de que precisam. O acordo estabelece o dia 6 de Setembro como data-limite para se encontrar uma solução para todas as questões pendentes.

O encontro de ontem ocorreu no quinto dia consecutivo de uma manifestação ruidosa organizada por cerca de duas centenas de regressados defronte do edifício do Ministério do Trabalho em Maputo. De acordo com os regressados o Governo moçambicano teria recebido um total de 300 milhões de dólares americanos do seu congénere alemão, para indemnizar os regressados, mas que a maior parte deste dinheiro nunca chegou ao seu destino. O Governo nega ter recebido esta soma. De acordo com as estatísticas do Ministério do Trabalho, 21 877 moçambicanos foram trabalhar na RDA entre 1979 e 1990. Neste momento há apenas cerca de três mil trabalhadores moçambicanos na Alemanha. O grande êxodo ocorreu aquando da reunificação alemã em 1990, quando 15 917 moçambicanos regressaram à pátria. (RM 24, PANA 25/08/01)

Leia também a notícia de terça-feira passada:
Regressados da ex-RDA manifestam-se
 

Notícias de ontem (24 de Agosto):

Grevistas nos CFM-Sul preparam equipa para negociações como patronato
Estados Unidos doam trigo e óleo
Linha de Cahora Bassa chegará a Niassa


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