Direcção e sindicatos continuam divididos
Chissano critica grevistas da MOZAL

Decorridos mais de dez dias após a eclosão da greve na Fundição de Alumínio MOZAL, apenas 36 trabalhadores grevistas decidiram abandonar o movimento e apresentar-se junto à empresa para trabalhar. Por outro lado, mais de 400 candidatos terão sido recrutados pela MOZAL para substituir os cerca de 500 trabalhadores que foram despedidos pela fábrica de alumínio por terem aderido à greve.

A OTM-Central Sindical criticou a inflexibilidade da direcção da MOZAL e exortou-a a regressar à mesa de negociações, porque "só a negociação e o espírito de boa fé podem ajudar a solucionar o conflito e a parar a greve". Mas a direcção reafirma que somente em Novembro discutirá condições de trabalho e salário a implementar a partir de 1 de Janeiro de 2002. Por seu turno, o Sindicato Nacional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, SINTIME, sindicato ao qual estão filiados os trabalhadores da MOZAL, reitera o prosseguimento da greve "até às últimas consequências".

O presidente Joaquim Chissano, ao qual os sindicatos apresentaram ontem um informe sobre a situação na MOZAL, criticou as reivindicações dos trabalhadores, dizendo que estes "não são os mais pobres". Chissano disse ser uma grande vitória Moçambique ter conseguido atrair um investimento da envergadura da MOZAL e que esta indústria é uma espécie de "isca" para atrair outros investimentos. A greve, disse Chissano, pode levar à retracção dos investimentos estrangeiros. De acordo com o Chefe de Estado, a greve deve ser considerada o último recurso para a resolução de quaisquer que sejam os problemas. (AIM, Notícias, 13/10/01)

Leia também a notícia da passada segunda-feira:
Greve na MOZAL entra no sexto dia
 

No Dia do Trabalhador:
Sindicatos "queixam-se" ao Chefe de Estado

Os trabalhadores moçambicanos querem que o bom desempenho económico que o país está a registar se traduza em condições de vida melhores. Em mensagem apresentada ontem, em Maputo, ao presidente Joaquim Chissano, a Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM) exige do Governo mecanismos que garantam uma evolução económica e social, mas num contexto de manutenção e aumento de postos de emprego e de melhoria do sistema de segurança social.

A mensagem do sindicato afirma que pelo menos 120 mil postos de trabalho foram suprimidos desde o início do Programa de Reabilitação Económica, um conjunto de medidas de reajustamento estrutural, em 1987. Só no ano passado mais de 9 000 trabalhadores perderam emprego. Mais preocupante ainda, de acordo com a mensagem do sindicato, é a privatização de empresas a favor de pessoas sem capital, nem experiência de gestão de negócios, o que levou a que cerca de um terço das 1 470 empresas privatizadas ficassem paralisadas ou semi-paralisadas.

A OTM-Central Sindical celebrou ontem o 25º aniversário da criação dos "conselhos de produção" e o 18º daquela agremiação. A esta organização estão filiados 14 sindicatos representantes de cerca de 289 mil trabalhadores. (Notícias, 13/10/01)
 

Aos cinco anos de existência:
ISPU gradua primeiros licenciados

Realiza-se hoje, em Maputo, a cerimónia da graduação dos primeiros licenciados do Instituto Superior Politécnico e Universitário (ISPU). Entre os licenciados, 17 formaram-se em Ciências Jurídicas, 4 em Ciências de Comunicação, 4 em Administração e Gestão de Empresas e dois em Psicologia. Serão graduados ainda dois mestres e 130 bacharéis de diferentes cursos. A graduação marca o fim do primeiro ciclo de cinco anos da existência do ISPU. (Notícias, 13/10/01)
 

No rio Incomati:
Fuzileiros americanos morrem afogados

Dois fuzileiros norte-americanos morreram recentemente, vítimas de afogamento no rio Incomati, quando a canoa com a qual passeavam naufragou. Pessoas que presenciaram o incidente disseram que os dois americanos se atiraram para as águas do rio após terem sido assustados por um hipopótamo.

As duas vítimas encontravam-se em passeio turístico, no "Inkomati River Camp" em Marracuene, província de Maputo, durante as festividades do dia 25 de Setembro, juntamente com outros 18 colegas. Os corpos dos dois fuzileiros foram recuperados e entregues à Medicina Legal do Hospital Central de Maputo. (Notícias, 13/10/01)
 

Notícias de ontem (12 de Outubro):

Incêndio devora 102 casas em Mocuba
Siba-Siba morto há dois meses: Justiça demora chegar
12 de Outubro é o Dia do Professor
Sector agrícola recebe apoio da Itália
Previsão do tempo via satélite