África do Sul - Antigos combatentes do ANC também querem terras

Deacom Mathe, líder da Associação dos Veteranos do MK, o ex-braço armado do Congresso Nacional Africano (ANC), confirmou que a sua organização está a negociar com o Estado a aquisição de milhares de hectares de terras para ex-combatentes da luta de libertação.

Mathe revelou ao jornal "Die Burger" que tem levado a cabo negociações com o Land Bank e o Departamento da Agricultura com vista à aquisição, por meios legais, de parcelas de terra pertencentes ao Estado. "As perspectivas são positivas. Pretendemos criar parcerias com mulheres desempregadas em áreas rurais, ajudando, dessa forma, a combater a pobreza e o desemprego, redistribuindo cerca de 80% das terras agrícolas e eliminando a herança do "Apartheid". Deacon Mathe frisou que as coisas não se deverão passar como no Zimbabwe, onde na sua opinião a redistribuição da propriedade nada teve a ver com os veteranos. Para si, o processo de redistribuição deve sim beneficiar os mais pobres. (Notícias 25/8/2000)

Zimbabwe - Polícia invade acampamentos de ocupantes de "farmas"

A Polícia zimbabweana efectuou operações contra acampamentos de veteranos de guerra instalados em propriedades ocupadas ilegalmente desde Fevereiro último. Os ataques foram duramente protestados obrigando o Governo a recuar na sua intenção de impor ordem na reforma agrária. A Polícia estava sob ordens do Ministro do Interior, John Nkomo. Centenas de pessoas manifestaram-se em frente a Presidência zimbabweana contra a actuação do ministro e o Governo cedeu às pressões dos antigos combatentes e pediu "desculpas".

Esta atitude é vista como um recuo face aos antigos combatentes que, na óptica de alguns analistas, vêm dar crédito à tese de que os veteranos de guerra da independência constituem uma "terceira força" dirigente no Zimbabwe, embora sem mandato político. "Temos mais uma vez, a prova de que os veteranos detêm verdadeiramente o poder deste país", sublinhou o porta-voz do Movimento para a Mudança Democrática (MDC). (Notícias 25/08/2000)
 

RDCongo - Governo de Kinshasa voltado para o diálogo

O Governo de Kinshasa pediu negociações "directas" com a oposição armada e com a não armada, assim como com a sociedade civil para um compromisso nacional urgente sobre questões ligadas ao funcionamento do Estado. Trata-se de uma importante decisão do poder de Kinshansa que sempre se opôs ao diálogo directo com a oposição armada considerando que os rebeldes não eram senão "marionetas do Ruanda e do Uganda" que os apoia.

Ainda na mudança de atitude, segundo o representante especial da ONU na RDCongo, Kamel Morjane, o Governo da República Democrática do Congo autorizou o envio de capacetes azuis da Missão de Observadores das Nações Unidas (MONUC) para todo o território congolês. A autorização permite à MONUC destacar os primeiros quatro batalhões, dois paquistaneses, um marroquino e um senegalês - respectivamente para Kananga (Kasai Ocidental), Kisangani (nordeste), Kindu (Maniema) e Mbandaka (Equador). (Notícias 25/08/2000)

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