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RENAMO-UE ROMPE DIÁLOGO COM GOVERNO A Renamo-União Eleitoral decidiu romper o diálogo com o Governo, no final do terceiro encontro entre o Presidente da República, Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama. Depois de quase cinco horas reunidos, o líder da Renamo abandonou a Assembleia da República. No centro da discórdia está a exigência do partido da perdiz na nomeação de seis governadores nas províncias onde este partido obteve maior número de votos nas eleições Gerais de 1999 e a convocação de eleições antecipadas. Numa conferência de imprensa a seguir do encontro, o Presidente Chissano diz que a Frelimo estava na posição que a nomeação de "governadores da Renamo" exigia uma alteração na constituição porque os eleitores não foram eleger governadores, mas sim o Presidente da República e os membros da assembleia. Entretanto diz que tinha oferecido a Renamo a possibilidade de dar sugestões ao Presidente da República para a nomeação de administradores e governadores quando houver necessidade "fazer mexidas". Mas o PR sempre se reserva o direito de escolher quem achar melhor. O partido da perdiz quer uma nomeação automática dos seus candidatos nas províncias onde ganhou as eleições. Se não houver uma resposta favorável as suas exigências até Maio, a Renamo-UE ameaça desencadear mais manifestações em todo o país. (Notícias 30/03/01) DHLAKAMA E CHISSANO ESPERAM CONVITE "Nós queremos dialogar. A qualquer momento Dhlakama pode contactar-nos", disse o Presidente da República na sua conferência de imprensa. Em resposta o Líder da Renamo, Afonso Dhlakama, admitiu a possibilidade de voltar ao diálogo com o Governo, mas na condição de o Presidente da República o contactar. Dhlakama acusou o Chefe de Estado de falta de vontade para o estabelecimento de um clima de paz no país. "Fiz todos os esforços para manter a paz e estabilidade, mas Chissano não quer negociar", disse. Dhlakama afirmou que os grupos de trabalho criados só serviram para entreter os seus irmãos e perder tempo. Acrescentou que não houve nenhuma conclusão concreta das discussões. Questionado sobre a possível realização de manifestações, Dhlakama afirmou que a uma guerra não é evitada com palavras mas sim com acções concretas. (Notícias 31/03/01) FUNDO CARLOS CARDOSO Apoie a Liberdade de Imprensa e Clique aqui para maiores informações CHISSANO E DHLAKAMA AMBOS SEM RAZÃO As reacções às negociações abortadas entre Frelimo e Renamo-UE fazem entender que o público não dá razão nem a Chissano nem a Dhlakama. Dum lado reconhece-se que a Renamo-UE não tem base na constituição para exigir a nomeação automática de governadores da Renamo nas províncias onde ganhou às eleições presidenciais e legislativas. Por outro lado, a posição da Frelimo de limitar os resultados das eleições até ao mínimo mostra a imaturidade democrática do partido no poder. Governadores, administradores, presidentes da TV e da Rádio, Secretários Gerais de Ministérios etc. são funções públicos semi-políticos. Em muitos países com uma democracia mais desenvolvida estas funções são "negociadas e divididas" entre os partidos maiores e tentam reflectir a divisão política no país. Esconder-se por detrás do argumento da constituição mostra este imaturidade política. A constituição permite ao PR deixar-se influenciar pelo voto da população na nomeação de pessoas para estes cargos semi-políticos e deixar reflectir a vontade política do povo e não do partido no poder. (diversos comentários em diversas média 31/03/01) PARLAMENTO PREPARA PERGUNTAS PARA O GOVERNO O Governo vai esta semana à Assembleia da República responder a questões que lhe vão ser colocadas pelos deputados. As bancadas já estiveram reunidas a preparar a sessão de perguntas. Entre vários assuntos a Frelimo está preocupada com a subida do índice de criminalidade e com o desempenho da Polícia na luta contra o crime. A Renamo-UE pretende, por seu turno, saber qual a situação das estradas e pontes no triângulo do Niassa, estradas de Manica, Nampula e Zambézia. A sessão terá lugar na terça e quarta-feira. (Notícias 31/03/01) MOÇAMBIQUE VAI INTRODUZIR ANTI-RETROVIRAIS Moçambique tem cerca de 1 140 000 pessoas infectadas com HIV, 76 000 doentes de SIDA, 120 000 órfãs e 160 000 pessoas já morreram da doença. No ano passado uma média de 700 pessoas foram infectadas diariamente. Este foi o triste informe que o Ministro de Saúde deu ao parlamento. Para o Ministério de Saúde a prevenção de SIDA através de abstenção de sexo, a fidelidade a um só parceiro e o uso de camisas fica o primeiro ponto de foco. Franscisco Songane, Ministro da Saúde anunciou que Moçambique vai introduzir medicamentos anti-retrovirais para o tratamento da SIDA no país, mas que o assunto ainda requer um estudo profundo. Além de uma formação específica necessária para a sua administração e utilização, os custos ligados a este tipo de tratamento requerem um estudo cauteloso. Nos EUA o tratamento custa 12 mil dólares por ano por doente, enquanto no Brasil e na Índia o mesmo tratamento custa "apenas" 600 dólares por ano por doente. Mesmo assim este valor equivale a quatro vezes o PNB por capita de Moçambique. Para um país em que 15% dos adultos (maiores de 15 anos) são infectados com o vírus, este preço baixo pode ser insuportável. (Notícias 29/03/01) MONAMO NÃO EM COLIGAÇÃO NAS AUTÁRQUICAS DE 2003 Membros e simpatizantes do Movimento Nacionalista Moçambicano - Partido da Social Democracia (MONAMO-PSD), mostram-se contra a aliança do partido na coligação Renamo-UE com vista às eleições autárquicas de 2003. Máximo Dias, Secretário Geral, disse que os seus correligionários defendem que o partido deve concorrer no seio da coligação Aliança para a Democracia (APD), constituída pela MONAMO, PCN e FUMO, ou então sozinho. (Notícias 27/03/01) |
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