LDH denuncia torturas e execuções pela Polícia
A Liga dos Direitos Humanos (LDH) de Moçambique diz ter registado este ano cerca de 30 casos de tortura e execuções de cidadãos com alegado envolvimento das autoridades policiais.
A denúncia foi feita pela presidente da LDH, Alice Mabote, no âmbito de um encontro que a bancada parlamentar da coligação Renamo-União Eleitoral teve com associações ligadas aos direitos humanos no quadro das "jornadas parlamentares" desta força política da oposição.
"Só este ano já temos trinta e tal casos de desaparecimentos de cidadãos, muitos deles perpetrados pela Polícia", disse Alice Mabote, citada pela Rádio Moçambique (RM). Mabote acusou a Assembleia da República de "nada fazer" para impedir a violação dos direitos mais elementares do cidadão, não obstante o Parlamento moçambicano ter ratificado as convenções das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos. (Rádio Moçambique, AIM 14/09/00)
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Máximo Dias: Renamo-UE vai abandonar boicote
Na reunião que a Renamo teve na terça-feira com jornalistas, Máximo Dias disse que "têm havido alguns efeitos negativos do boicote das sessões" e que a RENAMO-UE ia "adoptar uma nova postura" na próxima sessão. Mas na quinta-feira o chefe da bancada da RENAMO-UE, Ossufo Quintine, foi pessoalmente aos escritórios do Jornal Notícias para negar que a posição do Máximo Dias represente a posição da coligação.
Segundo Quintine, Dias falou por conta do partido MONAMO só, embora o encontro fosse organizado pela RENAMO e presidido pelo deputado e porta-voz da RENAMO, Dionísio Quelhas.
Segundo Quintine a atitude da RENAMO-UE de boicotar as sessões era correcta e muito aplaudida pelo público. Ele prometeu que a RENAMO ia continuar desta forma a não reconhecer o Presidente Chissano e o Governo. "Se o senhor Máximo Dias quer reconhecer o Governo, ele tem a liberdade de fazê-lo, mas não devia falar em nome de toda a coligação", acrescentou.
Segundo Máximo Dias os encontros entre a RENAMO-UE e a sociedade civil tinham por objectivo "mudar as coisas". "Nos encontros com instituições religiosas, a imprensa e organizações de direitos humanos era óbvio que estas não concordam com o boicote das sessões parlamentares". (AIM 15/09/00)
Manuel Pereira ameaça dividir o país
O delegado provincial da RENAMO na província de Sofala, Manuel Pereira, ameaçou sexta-feira passada, numa conferência de imprensa, colocar uma cancela na ponte sobre o rio Save e dividir o País. "Daquí não sai mais nada para Maputo, os de Maputo fiquem lá e os daquí fiquem aqui até ao norte", declarou Manuel Pereira e acrescentou: "Dentro de umas semanas, ou no máximo dois meses Dhlakama tomará posse e a Renamo subirá ao poder, porque este é o pedido do povo".
João Alexandre, Secretário-Geral da RENAMO, contactado pela imprensa, desmentiu as declarações de Pereira e disse que "as declarações são de Pereira e reflectem o sentimento da população de Sofala, mas não são política oficial da RENAMO".
Interrogado sobre como um delegado provincial da RENAMO, numa conferência de imprensa da RENAMO, pode exprimir-se desta forma, João Alexandre respondeu que era "prática democrática". "Na RENAMO somos assim, porque não somos comunistas. Cada um pode dizer o que quer."
O Secretário-Geral da FRELIMO, Manuel Tomé, comentou que as declarações de Pereira mostraram "grande irresponsabilidade" e disse "não acreditar que Dhlakama ia embarcar numa aventura desta".
Máximo Dias, líder do MONAMO e deputado para a Renamo-União Eleitoral no parlamento disse sobre as declarações de Pereira: "Não vale a pena comentar". (Rádio Moçambique/AIM 15/09/00)
Fronteira de Goba reabre ainda este ano O posto fronteiriço de Goba, que permite o acesso mais rápido ao reino da Suazilândia, vai reabrir ainda este ano. Este posto encontra-se encerrado desde 1987, devido à guerra terminada em 1992 e a sua reabertura faz parte de um programa preconizado no âmbito da Iniciativa Espacial dos Libombos que, para além da Suazilândia e Moçambique, abrange também parte da África do Sul. Do lado moçambicano as obras de reabilitação das infra-estruturas fronteiriças estão atrasadas mas do lado suázi há um grande avanço pois já está em construção uma auto-estrada de cerca de 30 km. (Notícias, 18/09/00) Chissano: caso do Zimbabwe poderá ter desfecho feliz
O Presidente Joaquim Chissano está optimista quanto ao desfecho do complexo e delicado problema de redistribuição de terras no Zimbabwe, apesar das dificuldades que o processo enfrenta. Numa entrevista concedida à jornalistas da BBC, em Nova Iorque, Chissano deixou claro que não é um dos que consideram que a maneira como o Governo zimbabweano tem conduzido o problema deve ser vista como sendo completamente errada e susceptível de conduzir o país ao caos.
Chissano, admitiu, no entanto, que no processo se estejam a cometer erros que poderiam ser evitados, mas deixou entender que o executivo do Zimbabwe não lhe parece totalmente errado. Para Chissano, o facto de o Governo não ordenar a polícia para evacuar os antigos combatentes das fazendas ocupadas deve-se à necessidade de evitar um descontentamento no seio daqueles, o que levaria a uma anarquia ou "banho de sangue" dado que muitos polícias são antigos combatentes. (Notícias, 18/09/00)
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