Relatório BCM encobre anos de roubo

Na sexta-feira passada o Banco Comercial de Moçambique (BCM) finalmente publicou as contas de 1999. As enormes perdas - na ordem de 127 milhões de dólares - que já foram anunciadas na imprensa em Outubro passado, aparecem no relatório como simples "provisões".

Em entrevista com a TVM, no domingo, o novo PCA do BCM, o antigo Primeiro-Ministro Mário Machungo, disse que durante anos o banco não fez as provisões necessárias e que agora tudo tinha que ser feito de uma vez. Mas isto significa que o Banco, durante anos, mentiu ao público sobre o seu verdadeiro estado: tudo o que disse no passado sobre os seus lucros era mentira, houve sempre prejuízo.

De acordo com um economista contactado pelo jornal metical esta operação constitui o último estágio no processo de um assalto ao erário público por pessoas próximas do poder, encoberto pelo Estado. Tirando os eufemismos do relatório, o dinheiro perdido refere-se a fraudes e a crédito mal-parado durante vários anos. Ao não se referir a esses problemas, o relatório do Banco ajuda a encobrir anos de roubo organizado. (AIM, metical)

PoDE está orçado em 40 milhões USD

O Projecto para o Desenvolvimento Empresarial (PoDE), uma iniciativa que resulta de uma parceria entre o Governo moçambicano e o sector privado, está consumado. Orçado em 40 milhões USD, que serão aplicados nos próximos quatro anos, o PoDE visa fundamentalmente apoiar o empresariado moçambicano e as sociedades subscritas maioritariamente por cidadãos nacionais. Ontem representantes do Governo e do sector privado anunciaram o projecto, que deverá ser oficialmente lançado no próximo dia 8 de Dezembro, na província de Nampula.

Com o PoDE, as entidades envolvidas pretendem ajudar o empresariado nacional a competir dentro dos mercados nacional e regional. O projecto em alusão vem sendo analisado há cerca de três anos entre o Governo, sector privado e parceiros internacionais, e pressupõe ainda componentes financeira, de aprendizagem, institucional e social, vocacionada na busca de soluções para os problemas provocados pelo HIV/SIDA. O PoDE recebeu um apoio de algumas instituições internacionais e de alguns doadores, nomeadamente o Banco Mundial, a NORAD, a União Europeia e o DfID. (Notícias, 05/12/00)

Luta contra o SIDA: Brasil apoia Moçambique

O Brasil vai participar com 190 mil USD nos programas de luta contra o SIDA em Moçambique. Este contributo surge na sequência das negociações havidas nesse sentido, que culminaram na assinatura, no sábado último em Maputo, de um acordo entre os dois países. Ao abrigo desse entendimento, Brasília vai compartilhar os seus conhecimentos e transferir tecnologia para acções de combate ao SIDA.

O acordo foi assinado pela encarregada de negócios da Embaixada do Brasil em Maputo, Isabel de Azevedo, e pela secretária executiva do Conselho Nacional de Combate ao SIDA, Janet Mondlane. O montante que o Brasil vai disponibilizar é parte dos 490 mil USD para acções idênticas em Angola, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe. Numa primeira fase o Brasil ajudará a fortalecer a capacidade de gestão dos programas de combate à SIDA em Moçambique, prevenção e promoção da saúde. (Notícias, 05/12/00)

Notícias de ontem (4 de Dezembro):

Reino Unido perdoa juros da dívida moçambicana
Até quarta-feira: Chissano e Dhlakama poderão se encontrar
Cheias do Limpopo: Mais de 22 mil pessoas vão precisar de apoio
Cirurgiões da África Oriental estão reunidos em Maputo