Caso mandrax: Réus vão cumprir 20 anos de cadeia O Tribunal Judicial de Maputo condenou ontem a 20 anos de prisão maior Jacinto Namuneque e Jerry Dean, este último de nacionalidade tanzaniana, pelo tráfico de estupefacientes. O Tribunal decidiu ainda que Jerry Dean, com residência em Londres, deve ser imediatamente expulso do país, devendo cumprir a respectiva pena na sua terra natal. Os dois foram condenados em virtude de ter ficado provado em Tribunal que foram os responsáveis pela instalação na Plasmex, fábrica de plásticos, de um linha de produção de mandrax, uma substância que, quando ingerida, provoca alterações no funcionamento do sistema nervoso central e é susceptível de provocar dependência no consumidor. A Plasmex, empresa onde era fabricada a droga, deverá permanecer encerrada por três anos e o material que era usada no fabrico dos estupefacientes irá reverter a favor do Estado. A quota social de Jacinto Namuneque na Plasmex, 30%, perde-a a favor do Estado, assim como os juros inerentes, títulos, depósitos bancários, valores e outros bens de fortuna a que tinha direito na qualidade de sócio da empresa. Dois ausentes neste processo, que poderão ser julgados noutra ocasião, são André Timana, actualmente à monte e tido como sendo o principal responsável pela instalação da fábrica, e Amós Kumane, detido na África do Sul, numa altura em que o processo já havia avançado significativamente. Entretanto, o Tribunal absolveu os réus Justino Manjate, representante do Estado na fábrica, e Alfredo Filipe Sitói, serralheiro que instalou a maquinaria que era usada na produção da droga, por não ter sido provado o seu envolvimento. O "caso Mandrax" eclodiu em Fevereiro do ano passado, quando uma equipa composta por agentes da Polícia de Moçambique e da África do Sul foi visitar a fábrica com o objectivo de confirmar as suspeitas de que a Plasmex produzia droga, para além de plásticos. Na ocasião a Polícia realizou algumas detenções, apreendeu mais de 100 mil comprimidos de mandrax, a maquinaria e a respectiva matéria-prima. A Plasmex é parte da ex-Emplama, adjudicada a André Timana e Jacinto Namuneque no quadro das privatizações. Esta é a segunda fábrica de mandrax desmantelada em Maputo, depois de em 1995 ter sido desmantelada a primeira, pertença de 10 cidadãos asiáticos e cujo desfecho não ficou claro. (Notícias, 06/04/01) Fábrica de mandrax: Polícia detém mais um indivíduo Banco Austral: Desfalque leva ex-funcionários à prisão Sete indivíduos foram recentemente condenados, pelo Tribunal Judicial de Maputo, a penas que variam entre um e catorze anos de prisão, após ter sido provado o seu envolvimento na defraudação do Banco Austral em cerca de dois mil milhões de meticais e trezentos milhões de meticais. Os réus foram ainda solidariamente condenados a pagar ao banco o valor correspondente ao montante defraudado. Os condenados a 14 anos são Francisco Emídio S. Noronha e Júlio André, que eram, até à data da sua detenção funcionários do Banco lesado. Fernando António Uamusse, Pedro J.S. Bila e Abdul Curgy, outros intervenientes no processo, foram condenados a 8 anos de prisão, enquanto que Rosa V. D. Rugnate foi condenada a três anos de prisão e Maria J. S. Baila condenada a um ano. A operação fraudulenta foi realizada com recurso a depósitos fictícios, seguidos de saques fraudulentos em contas abertas naquela instituição bancária, filial da Avenida de Moçambique, em Maputo. Concretamente foram roubados sete mil milhões de meticais, mas durante as investigações ficou provado que os réus, agora condenados, estiveram envolvidos no desvio de cerca de 2300 milhões de MT. (Notícias, 06/04/01) Bill Gates-pai traz vacina contra Hepatite "B" O pai do co-fundador da Microsoft, Bill Gates, e a directora executiva da UNICEF, Carol Belamy, encontram-se em Maputo, integrados na delegação da Aliança Global para as Vacinas e Imunização (GAVI). Estes, que se deslocaram ao país a convite do Governo, foram recebidos, ainda ontem, pelo Presidente da República, Joaquim Chissano no Palácio da Ponta Vermelha. Hoje, a delegação procedeu, no centro de saúde de Boane, província de Maputo, à entrega formal ao Executivo moçambicano do primeiro lote de vacinas contra a Hepatite "B", em apoio aos esforços do Governo de Moçambique na prevenção e combate a esta doença. O material que é hoje entregue é calculado em 5 500 mil USD, cinco milhões dos quais constituídos por vacinas e os restantes 500 mil em material de apoio aos Serviços de Saúde no país. A partir do próximo mês de Julho, as autoridades sanitárias passam a incluir a vacina contra a Hepatite "B" para crianças dos zero aos onze meses de idade, como forma de reduzir a morbi-mortabilidade provocada por aquela doença. O seu combate vai custar aos doadores cerca de 4 milhões USD por ano, para já garantidos pela GAVI para os próximos cinco anos. (Notícias, 06/04/01) Notícias de ontem (5 de Abril): Em Inhambane: Miriam Makeba entrega embarcações a pescadores |