Mocumbi em Durban: O primeiro ministro, Pascoal Mucumbi, disse em Durban, África do Sul, que a pobreza estimula a exacerbação das manifestações de racismo, ódio e intolerância. Segundo Mocumbi, que falava na Conferência Mundial sobre o Racismo, que desde sexta-feira última decorre naquela cidade, alguns círculos da sociedade moçambicana usam o factor tribo ou crença para fomentar estes males que, devem merecer "uma condenação veemente e inequívoca por parte de todos os cidadãos". A legislação nacional é firme na condenação a essas práticas, disse Mocumbi, embora, "à vontade", alguns cidadãos fomentam o racismo e a intolerância. Deve haver diálogo permanente com todas as forças da sociedade, visando a identificação de todas as formas manifestas de intolerância, racismo e discriminação. O PM realçou, contudo, que o maior desafio é o cometimento no combate à pobreza, para que este fenómenos não sejam uma realidade que atente contra a dignidade do Homem em plena era de civilização. Referindo-se ao caso concreto da província de Inhambane, onde cidadãos brancos sul-africanos que exploram estâncias turísticas não permitem que cidadãos negros as frequentem, o PM disse que tais práticas ocorrem porque as autoridades locais não possuem capacidade para impor a lei. Entretanto, aos representantes da sociedade civil moçambicana que se deslocaram a Durban para participar na reunião, não foi
permitida a entrada no International Convention Centre, local onde decorre o encontro, porque alegadamente os seus nomes não foram entregues à tempo à ONU pelo
Governo. (Notícias, 03/09/01) Exigindo indemnização para os "excedentários": Os trabalhadores da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), sediada na vila do Songo, na província de Tete, poderão entrar em greve hoje, por um período indeterminado. A paralisação laboral deverá resultar da alegada recusa do patronato em negociar a indemnização dos 800 trabalhadores que estão a ser despedidos. Sérgio Ferrão, secretário do comité sindical na HCB, disse que a empresa decidiu reduzir para metade os operários
moçambicanos que constituem a força laboral, sem observar os regulamentos que salvaguardam os direitos do trabalhador. A empresa estaria a actuar conforme pretende, sob o
olhar apático do governo, não cumprindo a Lei do Trabalho em vigor no país. Do rol dos 400 trabalhadores a despedir até ao fim desta semana constam os nomes de
alguns membros do comité sindical da empresa. (Notícias, 03/09/01) FACIM abre as portas esta tarde A 37ª edição da FACIM abre hoje à tarde em Maputo e irá reunir, durante 7 dias, cerca de 600 expositores, 115 dos quais nacionais. A direcção da FACIM considera que estão criadas as condições para o arranque da exposição, que vai decorrer sob o lema "2001 - Odisseia de Negócios no Espaço da FACIM". A inauguração ocorrerá por volta das 14:30 horas e será presidida pelo primeiro ministro, Pascoal Mocumbi. A partir das 20 horas o certame, cujos bilhetes de ingresso custam 40 mil MT, deverá estar aberto ao público. Na quarta-feira, ainda no âmbito da FACIM-2001, terá lugar uma conferência subordinada ao tema "A Produção de Produtos Biológicos e seu Impacto nas Exportações", evento que está associado ao Dia do Exportador Moçambicano. (Notícias, 03/09/01) Leia também a notícia da semana passada: Em Maputo: Centenas de pessoas marcharam sábado último em Maputo para marcar as comemorações do Dia Nacional do Dador. A marcha foi aproveitada pelo grupo para manifestar o seu repúdio a todas as formas de discriminação entre os homens, salientando que no acto de doar sangue nunca se deve observar a cor, raça ou etnia da pessoa beneficiária. Na ocasião, Jorge Amade, presidente da Associação dos Dadores de Sangue de Moçambique lançou uma vigorosa crítica algumas instituições do Estado, sobretudo ao Ministério da Saúde, por aquilo que considera de falta de consideração e insensibilidade em relação ao problema de sangue no país. Citou casos de dadores que, quando se deslocam aos postos sanitários para receberem assistência em caso de doença, não lhes são reconhecidos os direitos de isenção de pagamento das consultas e de custos de medicamentos, conforme o previsto na lei. Amade apontou a ausência, na marcha, do ministro, da vice-ministra e dos directores nacionais da Saúde como exemplo claro da falta de
sensibilidade que esta instituição do Estado tem para com a problemática do sangue. Estima-se em 53 mil o número de dadores de sangue existentes em
Moçambique. (Notícias, 03/09/01) Leia também a notícia de sábado passado: Notícias de sábado passado (1 de Setembro): Mais de 500 plantas em perigo de extinção |