Chissano pronuncia-se a favor da luta contra o terrorismo O presidente Joaquim Chissano disse ontem em Maputo, que "o terrorismo deve ser combatido, independentemente da sua origem ou local de ocorrência, da raça ou religião de quem o pratica, visto que ele provoca a morte de cidadãos inocentes e põe em causa a paz, a estabilidade e a boa convivência social no seio dos povos..." Chissano reagia ao início das acções militares contra o Afeganistão em retaliação aos actos terroristas de 11 de Setembro a Washington e Nova Iorque. O Chefe de Estado disse esperar que as vidas de cidadãos inocentes, dentro e fora do Afeganistão, sejam salvaguardadas, e ajuntou que o país vai continuar a tomar medidas para prevenir a possibilidade de utilização do "nosso território para a planificação, organização e execução de actos terroristas". Na sua Declaração à Nação, Chissano deixou transparecer o alinhamento do país quando disse que "prosseguiremos a coordenar com os países da região e a comunidade internacional em geral para a melhor eficâcia do nosso combate global contra o terrorismo internacional". Chissano apelou a todos os cidadãos que se mantenham "vigilantes e colaborem com as autoridades competentes na prevençao e combate a este fenomeno". O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, por sua vez, apelou à comunidade muçulmana em Moçambique a não considerar os ataques anglo-americanos ao Afeganistão como uma guerra contra o Islão e chamou atenção à comunidade muçulmana para que não adira ao chamamento à guerra santa do mutimilionário saudita, Bin Laden, afirmando que a ofensiva movida contra o Afeganistão é uma acção contra o terrorismo. Entretanto, Ya-qub Sibindy, líder de único partido de tendência islâmica no país, o PIMO, afirmou que "os ataques americanos visam o extermínio dos muçulmanos". (AIM, Notícias, 09/10/01) Leia também a notícia de 12 de Setembro: Evadidos 50 reclusos na cadeia de Inhambane Evadiram-se da Cadeia Provincial de Inhambane, na manhã de domingo último, cerca de 50 reclusos após neutralizarem um guarda. O incidente deu-se quando o guarda, Rafael Almeida, se dirigiu a uma das celas para ir buscar um dos prisoneiros que trabalha na cadeia como cozinheiro. Dos 50 evadidos 29 já foram recapturados na baía de Inhambane, quando tentavam atravessar à nado para a cidade da Maxixe. O director da cadeia, Xadreque Arnaldo, responsabilizou os seus subordinados pelos acontecimentos, por considerar que houve manifesta negligência
po parte destes. Refira-se que Rafael Almeida caíra recentemente numa emboscada similar, na qual se evadiram 17 reclusos. Com a capacidade para 75 pessoas, a Cadeia Provincial de
Inhambane alberga actualmente mais de 150. (Notícias, 09/10/01) Um grupo de 60 elementos autodenominado "comissão executiva" da Associação dos Desmobilizados de Guerra (AMODEG) tomou "de assalto" ontem as instalações da sede nacional desta agremiação, em Maputo. O grupo obrigou o elenco presidido por Rogério de Sousa a entregar as chaves, bem como todo o património pertencente à colectividade. Os golpistas disseram que "derrubaram" a direcção, "por via estatutária e pacífica", devido à má gestão e atropelos aos estatutos da agremiação. Acrescentaram que em conversações com o elenco de Rogério de Sousa concordaram que este devia cessar as funções a partir de ontem. A "comissão" vai conduzir os destinos da AMODEG até à realização, este ano, da assembleia-geral extraordinária na qual serão eleitos novos corpos sociais da agremiação. Hoje vai reunir-se para tomar "providências urgentes tendentes a normalizar e garantir o funcionamento regular da associação". Dessa
reunião sairá um comunicado a todos os membros da colectividade, no qual será dada a conhecer a agenda da "comissão". O "golpe" acontece três dias antes
do início da assembleia geral da AMODEG, marcada para a cidade da Beira. (Notícias, 09/10/01) Morre herói da luta de libertação Morreu mais um dos heróis da luta de libertação contra o colonialismo português, o general na reserva Oswaldo Tazama. Tazama nasceu em 1940, no distrito do Lago, na província de Niassa. Em 1963 juntou-se à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Tazama foi um dos 12 elementos da Frelimo que iniciaram a luta de libertação na província do Niassa, em 25 de Setembro de 1964. No segundo Congresso da Frelimo em 1968, ele foi eleito membro do Comité Central. No mesmo ano, Tazama foi indicado ainda responsável da Segurança Militar da guerrilha, posto que ocupou até ao final da guerra em 1974. Depois da independência, Oswaldo Tazama assumiu vários cargos, entre os quais o de Comandante da Polícia moçambicana,
governador da província da Zambézia, e finalmente Secretário de Estado dos Antigos Combatentes da luta de libertação. Tazama morreu domingo passado no
hospital de Lichinga. Ele deixa viuva e dez fillhos. (AIM 08/10/01) No Corredor de Maputo: A Agência norte-americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) vai conceder a Moçambique 11,5 milhões de dólares para o programa de prevenção e mitigação do HIV/SIDA no "Corredor de Maputo", da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC). Um acordo nesse sentido foi ontem assinado pela representante da USAID, Cintia Rozel, e pela presidente da FDC, Graça Machel. Denominado por "Kulhuvuka ("evoluir", em lingua changane) - Corredor da Esperança" o projecto da FDC prevê o envolvimento de
indivíduos e comunidades ao longo do "Corredor de Maputo" na disseminação de informação e actividades comunitárias que encorajem a prática
de sexo seguro. O programa está orçado em cerca de 12,5 milhões de dólares. (AIM 08/10/01) Notícias de ontem (8 de Outubro): Greve na MOZAL entra no sexto dia |