A aprovar hoje:
Novos estatutos da Renamo prevêem eleição do SG

A proposta de Estatutos da Renamo, a aprovar hoje, prevê que o secretário-geral do partido passará a ser eleito pelo respectivo Conselho Nacional, sob a proposta do seu líder, e não nomeado, como acontecia até agora. Outras inovações propostas são o alargamento do número de membros do Conselho Nacional, o órgão deliberativo, de 10 para 60, a redução do número de departamentos de dez para quatro, nomeadamente departamentos de mobilização, administração e finanças, relações externas e defesa e segurança.

Na organização do partido, a estrutura territorial passa a ser a seguinte: nação, região, província, distrito, posto administrativo, localidade e povoação. A estrutura central do partido tem o congresso como o órgão máximo, seguido pelo presidente do partido, o Conselho Nacional e a Comissão Política.

O projecto submetido à apreciação dos delegados resulta da revisão dos Estatutos aprovados em 1994, período de transição de movimento de guerrilha para partido político. Entretanto, há no seio do partido quem entenda que as mexidas propostas não reflectem uma evolução na filosofia e na génese do partido, mas têm em vista acomodar a ala dos "históricos" e constituem uma afronta à Lei dos Partidos. O IV congresso, que decorre desde segunda-feira última, em Nampula termina amanhã com a eleição dos órgãos internos do partido. (Notícias, 31/10/01)
 

Ex-combatentes da Renamo manifestam-se :
Congresso da Renamo abre com escaramuças

O IV Congresso da Renamo, na cidade nortenha de Nampula, começou na segunda-feira com escaramuças entre manifestantes e os homens da segurança da Renamo. Um grupo de cerca de vinte pessoas demonstrava fora do local de encontro, quando foram agredidas violentamente pelos guardas. Os manifestantes alegam ser antigos combatentes da Renamo e criticam o partido por não lhes ter convidado a participar no congresso, onde queriam expor as suas queixas.

Os manifestantes empunhavam dísticos dizendo que o Congresso é apenas um encontro dos "amigos de Dhlakama". Os antigos guerrilheiros acusam os líderes da Renamo de terem uma vida confortável em Maputo e de se terem esquecido deles. Perguntaram por que a Renamo paga um subsídio à mulher de Dhlakama, que nunca combateu. Um porta-voz da Renamo disse - sem apresentar qualquer evidência para a sua afirmação - que a manifestação foi organizada por Raúl Domingos, antigo número dois da Renamo, expulso do partido em Setembro do ano passado, mas os próprios manifestantes negam isto. (AIM, RM 30/10/01)
 

A partir de manhã:
"Notícias" com nova "roupagem" custa 8 mil MT

A apresentação gráfica do jornal Notícias - o principal diário do país - vai sofrer alterações a partir de amanhã, 1 de Novembro. Segundo a direcção daquele diário, a medida surge na sequência das reflexões internas sobre a qualidade do produto oferecido ao leitor e as críticas e sugestões apresentadas por este. "Estas são as primeiras medidas de uma série de outras que irão sendo introduzidas, em conformidade com o que as condições técnicas, financeiras e de recursos humanos forem permitindo".

Numa primeira fase, as principais alterações irão ocorrer na primeira página, na página de Opinião e nas páginas dedicadas à Economia, à Cultura e à Mulher. Por exemplo, na primeira página, a coluna "24 horas" vai ser substituída por outra, designada "Breves", na qual serão inseridas notícias que merecem destaque, embora sem grande desenvolvimento. As cartas dos leitores passarão "a ser resumidas, a fim de permitir que mais interessados possam publicar as suas opiniões neste espaço". Por outro lado, passa a ser publicado, às sexta-feiras, um caderno sobre "Economia e Negócios". Finalmente, o preço do jornal sobe amanhã de 5000 para 8000 MT. (Notícias, 31/10/01)
 

Combate ao terrorismo:
Chissano e Fidel contra recurso à guerra

Os presidentes Joaquim Chissano, de Moçambique, e Fidel Castro, de Cuba, pronunciaram-se contra o recurso à guerra no combate ao terrorismo, dado que faz vítimas inocentes e tem efeitos colaterais negativos. Na última segunda-feira, depois das conversações que manteve com Fidel, em Havana, Chissano apontou os efeitos negativos da acção armada anglo-americana contra o Afeganistão, destacando a drástica diminuição do tráfego aéreo que se instalou a seguir aos atentados contra os EUA e que se mantém devido à guerra.

Por seu turno, Fidel Castro questionou a eficácia da guerra na luta contra o terrorismo, ajuntando que não vê como é que uma bomba ou míssil pode saber evitar matar civis e calcinar apenas os terroristas. Entretanto, em Maputo Chissano tinha-se manifestado a favor desta guerra contra o terrorismo. Recorde-se que Chissano está a efectuar uma visita a Cuba, desde o início desta semana, a convite do presidente Fidel Castro. (Notícias, 31/10/01)

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Notícias de ontem (30 de Outubro):

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