ABSA compra 80%: O governo anunciou na segunda-feira passada que foram concluídas com êxito as negociações relativas à reprivatização do Banco Austral. O ABSA Group da África do Sul comprará 80% do capital do banco. A ministra das Finanças, Luísa Diogo, disse que o Estado tenciona vender os restantes 20% aos trabalhadores do banco. Assim culminou um processo iniciado em Abril deste ano, quando o governo "retomou" aquele banco e iniciou a busca de um novo "parceiro estratégico credível". A entrega formal do Banco Austral ao ABSA está prevista para o dia 19 de Novembro. O governo acredita que o ABSA "é o melhor parceiro, dada a sua solidez, credibilidade, experiência na região e capacidade comprovada na gestão de instituições financeiras em situação similar ao Banco Austral". A venda do Banco Austral ao ABSA, diz um comunicado do Ministério do Plano e Finanças, irá "contribuir para salvaguardar a estabilidade, competitividade e modernização do sistema financeiro moçambicano". O comunicado não explica os pormenores da transacção. Não informa, por exemplo, se o ABSA vai se responsabilizar por todo o crédito mal parado, ou se as perdas serão compensadas com dinheiro do orçamento do Estado. O Banco Austral é o sucessor do Banco Popular de Desenvolvimento, que foi privatizado pela primeira vez em 1997, quando 60% foi vendido a um consórcio no qual o Southern Bank Berhad da Malásia era maioritário. Os restantes 40% ficaram com o Estado. Em Abril deste ano o governo reassumiu o controlo completo do Banco Austral, quando os sócios maioritários malaios se recusaram a contribuir para o aumento de capital e cederam a sua participação ao accionista Estado. Na altura, foi nomeado um Conselho de Administração provisório, liderado por António Siba Siba Macuácua. Siba-Siba foi assassinado em Agosto em circunstâncias estranhas até ao momento não esclarecidas. O Governador do Banco de Moçambique, Adriano Maleiane, afirmou que a cobrança dos créditos mal parados não parou, nem abrandou após a morte de Siba-Siba. Desde Abril, disse Maleiane, cobram-se em média, 14 milhões de contos por mês. (AIM, Notícias, 30/10/01) Leia os artigos de Joe Hanlon sobre a pilhagem na banca: Leia também estas notícias relacionadas: Que futuro para as comunidades no GKG? Quando, nos princípios de Outubro, a África do Sul entregou os primeiros 30 elefantes à Coutada 16, o arranque do Projecto de Conservação Transfronteira Gaza-Kruger-Gonarezhou (GKG) virou notícia em jornais no mundo inteiro e a iniciativa foi recebida com entusiasmo tano por ecologistas como por pacifistas. No entanto, nem tudo à volta desta iniciativa da Fundação dos Parques de Paz é pacífico. Do lado zimbabweano, o que põe em causa o futuro do parque são as invasões constantes das populações, organizadas em coordenação com a ZANU, que já transformaram uma parte do parque em zona de pastagem para o gado. Partes do parque estão a ser parceladas para a entrega de lotes à população para lá construirem as suas casas. Do lado moçambicano é o futuro das populações locais que ainda é assunto em reserva. As autoridades governamentais ainda não anunciaram qualquer plano de integração, nem sequer se dignaram a promover jornadas de consulta às cerca de 20 mil pessoas que vivem na zona e que receiam que vão ser retiradas da região para dar corpo ao empreendimento. A gigantesca reserva internacional, agora conhecida oficialmente por Parque Internacional do Grande Limpopo, pode trazer benefícios para a população, desde que ela seja envolvida no empreendimento desde o início. (AIM 25/10/01) Visite o website ofical do Gaza-Kruger-Gonarezhou Transfrontier Park Leia também esta notícia de 27 de Setembro: Em Chókwè: A Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e o governo assinaram ontem, em Maputo, um acordo de financiamento de cerca 4,4 milhões de euros, destinados a apoiar a produção agrícola e a realização de obras no dique 11 e na vala de drenagem principal do regadio de Chókwè, em Gaza. Essas actividades haviam sido financiadas em 1998 por aquela instituição, mas o dinheiro foi aplicado no programa de reconstrução pós-cheias de 2000. Os franceses vêm financiando acções de beneficiação das áreas hidroagrícolas de Chókwè
há cerca de 10 anos. Em 1992 disponibilizaram os fundos que permitiram a reabilitação da barragem de Macarretane e as infra-estruturas de irrigação
controlada, no perímetro da área abrangida pelo regadio. (Notícias, 30/10/01) Notícias de ontem (29 de Outubro): Represálias por causa da greve: Direcção da MOZAL despede sindicalistas |