Moçambique on-line

Notícias do dia 4 de Janeiro 2002

No último dia de 2001:
ABSA toma conta do Banco Austral

Não foi antes do Natal, como tinha sido prometido, mais foi ainda antes do fim do ano que o ABSA (Amalgamated Banks of South Africa) tomou o controlo do Banco Austral, ao adquirir 2,52 milhões de acções por 10 milhões de dólares americanos, o correspondente a 80% das acções desta instituição financeira. No último dia do ano 2001 foi formalizada a assinatura da escritura pública do contrato de compra das acções.

O Banco Austral resultou da privatização, em 1997, do Banco Popular de Desenvolvimento a favor de um consórcio liderado pelo Southern Bank Berhad da Malásia. Em Abril de 2001 os sócios malaios recusaram-se a contribuir para o aumento de capital e cederam a sua participação ao Estado. O Banco Central decidiu chamar a si a gestão do Banco Austral, nomeando um Conselho de Administração, presidido pelo jovem António Siba-Siba Macuácua, com a tarefa de regular a grave situação financeira em que se encontrava o banco e de identificar instituições financeiras interessadas em concorrer para o processo de reprivatização.

Uma das principais causas da desastrosa situação financeira do banco foi o elevado nível de crédito mal parado e Siba-Siba definiu como uma das acções prioritárias da nova Administração a recuperação deste crédito. Os maiores devedores fazem todos parte da elite política do país. Em 11 de Agosto Siba-Siba foi assassinado na própria sede do banco, na Av. 25 de Setembro em Maputo, por pessoas que o atiraram do 14º andar. Até aqui ninguém foi detido pela polícia em relação a este crime. A morte de Siba-Siba é relacionada com a de Carlos Cardoso, que, como jornalista, investigava o desvio de grandes somas pela elite política deste país. (AIM 31/12/01)

Leia mais sobre a reprivatização do Banco Austral:
15 de Dezembro 2001: ABSA recebe aval do Banco Central da RAS
30 de Outubro: Concluída a reprivatização:ABSA compra 80% do Banco Austral
Leia também a série de artigos de Joe Hanlon sobre a pilhagem na banca:
Matando a galinho de ouvos de ouro
Visite a página dedicada a Siba-Siba

 

Chumbadas propostas de novos operadores de telefonia móvel

Das 25 empresas que se mostraram interessadas no concurso para o licenciamento de novos operadores de telefonia móvel no país, apenas três chegaram a apresentar propostas concretas, mas o Governo reprovou todas elas. O comité de avaliação, criado pelo Governo para avaliar as propostas, recomendou que as mesmas fossem chumbadas, mesmo antes de se abrir as propostas financeiras," disse o ministro dos Transportes e Comunicações, Tomás Salomão. Entre as exigências do concurso consta a apresentação de qualidade técnica e um suporte financeiro de cerca de 100 milhões de dólares americanos. As três empresas que apresentaram propostas não incluem a Locomotivas Económicas, empresa cujos sócios são quase todos filhos de altos dirigentes do partido Frelimo.

O ministro dos Transportes e Comunicações acredita que o fim do monopólio trará também o fim da má qualidade dos serviços prestados pela empresa Telecomunicações Móveis de Moçambique (mCel). Entrevistado pelo jornal Notícias, Salomão chamou de "inconcebível" a fraca qualidade dos serviços da mCel, em função dos rendimentos alançados por esta empresa desde que começou a operar em 1998. A mCel é detida em 74% pela TDM (Telecomunicações de Moçambique) e em 26% pela empresa alemã Deutsche Telekom. O número de utentes dos serviços da mCel já ultrapassou o marco dos 100 000, superando o número de instalações fixas. De acordo com a KPMG, no seu estudo sobre as 100 maiores empresas do país, a exploração da telefonia móvel rendeu 19,9 milhões de dólares à TDM no ano 2000. (AIM 29/12/01, Notícias 04/01/02)

Leia este artigo de 27 de Novembro sobre o concurso:
Filhos de dirigentes concorrem para telefonia móvel

 

Na província de Nampula:
Peste suína africana dizima 5000 porcos

Pelo menos 5000 suínos morreram nos últimos dias na província de Nampula como consequência da eclosão da peste suína africana, que atinge os distritos de Malema e Ribáuè, assim como a periferia da capital provincial. O Chefe dos Serviços Provinciais de Pecuária em Nampula, Celestino Linha, confirmou a morte de 4680 porcos no posto administrativo de Mutuali, em Malema, enquanto na cidade de Nampula foram contabilizados 50 animais. Ainda não há dados sobre o número de animais mortos no distrito de Ribáuè.

As autoridades decretaram a proibição da movimentação de animais, ao que se deveria seguir o seu abate. No entanto, de acordo com o director nacional de Pecuária, Ventura Macamo, o problema é que o Estado não tem dinheiro para pagar as indemnizações que a lei prevê neste tipo de situações. Nampula é o maior criador de porcos a nível do país, com cerca de 600 mil animais, de acordo com dados do Censo Agro-Pecuário divulgado em Agosto do ano passado. Cerca de 20 mil porcos morreram quando a peste suína atingiu Maputo em 1996. (Diário de Moçambique 03, Notícias 04/01/02)

Alguns resultados do Censo Agro-pecuário podem ser encontrados no
site do Instituto Nacional de Estatística (INE)

 

Euro = 20 contos

No primeiro dia útil do ano, o Banco de Moçambique cotou a nova moeda europeia, a euro, a 20 142 MT (compra) e 20 346 MT (venda). Enquanto isto, a cotação oficial do dólar no dia 2 de Janeiro foi de 22 770 MT (compra) e 23 000 (venda). A maior parte das transacções moçambicanas é feita em dólares americanos e randes sul-africanos. (Notícias 04/01/02)
 

Notícias de sábado passado (29 de Dezembro 2001):

Julgamento do caso Nyimpine vs. Mosse adiado pela terceira vez
Fechou o jornal "metical"


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