Moçambique on-line

Notícias do dia 16 de Janeiro 2002

Tendo-se alastrado a oito províncias
Cólera já ceifou 139 vidas

A epidemia de cólera que eclodiu em Agosto do ano passado no distrito de Mocuba, na província da Zambézia, atinge actualmente oito das onze províncias do país, incluindo Maputo. No total já foram registados 11 527 casos, dos quais resultaram 139 óbitos. Segundo o Departamento de Epidemiologia do Ministério da Saúde, a propagação da cólera no país é facilitada pela elevada mobilidade da população, ida principalmente das zonas afectadas pelas cheias onde as condições de saneamento do meio são precárias.

A Zambézia é a província mais afectada com 5 020 casos e 74 óbitos registados. Em Nampula, desde a eclosão do surto, foram registados 11 óbitos de um total de 1 704 casos cumulativos da doença. Esta semana o surto atingiu o distrito de Monapo, elevando para seis o número de distritos atingidos pela doença em Nampula. Na província de Tete, onde a epidemia eclodiu em Dezembro último, foram registados até ontem 22 óbitos com um total de 1 275 casos diagnosticados. A situação continua preocupante na cidade de Tete, a capital, e na vila de Moatize onde o fluxo de doentes aos centros de tratamento continua a crescer. (Notícias, 16/01/02)

Leia também este artigo de 12 de Dezembro do ano passado:
Cólera continua em alta na Zambézia

 

Contra o Zimbabwe:
SADC rejeita aplicação de sanções

A SADC opõe-se terminantemente à aplicação de sanções internacionais ao Zimbabwe, defendendo que as mesmas irão afectar as economias dos outros países da região. De acordo com o presidente Joaquim Chissano, que participou na recente cimeira extraordinária da SADC, decorrida no Malawi, e que regressou ontem a Maputo, a SADC irá continuar a realizar contactos com a União Europeia, os EUA e a Grã-Bretanha, para evitar sanções contra o Zimbabwe. Na sua conferência de imprensa, Chissano recordou que Moçambique fechou as suas fronteiras em conformidade com as sanções económicas que o mundo decretou contra o regime minoritário de Ian Smith na então Rodésia e que nunca foi compensado pelas perdas que sofreu.

Chissano disse que "do lado do Governo e mesmo das forças de segurança do Zimbabwe, a vontade é de criar um clima de máxima segurança e dar maior liberdade aos eleitores para votar." Minimizando as recentes declarções do general Vitalis Zvinavashe, Chefe do Estado Maior zimbabweano, segundo as quais os militares zimbabweanos não aceitarão um governo que "não defenda os objectivos da luta de libertação", Chissano disse que "era melhor que os militares optassem por se calar na actual situação conturbada que se vive naquele país," acrescentando que, na sua opinião, tudo não passe de uma "interpretação tendenciosa" das palavras do general.

Quanto à situação na RDCongo, a cimeira procurou encontrar formas de retirada das forças estrangeiras do país. Os movimento rebeldes da RDCongo mostraram-se preocupados em relação à preparação do diálogo intercongolês e, segundo Chissano, pediram apoio à SADC para criar um clima de confiança entre as partes para que "quando forem à África do Sul tenham um diálogo mais eficiente com as outras partes." Em relação a Angola, Chissano disse que foram registados progressos que estão a permitir avanços na economia e no processo de reintegração das populações. (RM 15, Notícias, 16/01/02)

Leia também este artigo de ontem:
SADC convencida da boa vontade de Mugabe

 

Congresso dos Democratas Unidos
Mais um partido político

Foi apresentado ontem, em Maputo, um novo partido político, denominado Congresso dos Democratas Unidos. O CDU, constituído no ano passado e legalizado em Agosto, pretende participar nas eleições autárquicas de 2003 e nas legislativas de 2004. O "homem forte" do CDU, o antigo deputado da Assembleia da República António Palange, declarou a "segunda guerra de libertação", a de libertação económica. Palange e o seu elenco apresentaram o manifesto e os estatutos do partido que indicam que o CDU é uma força "de orientação democrático liberal". São objectivos do novo partido a unidade dos moçambicanos, baseada na diversidade de etnias, expressões culturais, religiosa, social ou linguística. O CDU defende a "valorização das tribos" e a "indigenização da economia nacional" e pretende promover a tolerância e a paz.

Palange foi um dos fundadores do PALMO (Partido Liberal de Moçambique) e primeiro chefe da bancada da coligação União Democrática (UD), constituída pelo PALMO, PANAMO e PANADE, que conseguiu eleger nove deputados na legislatura passada. Divergências no seio do partido e da coligação fizeram que Palange fosse afastado do partido, tornando-se assim o primeiro deputado independente do parlamento moçambicano. (RM 15, Notícias, 16/01/02)
 

Notícias de ontem (15 de Janeiro 2002):

Campanha pede que Nyimpine desista do processo contra "metical"
SADC convencida da boa vontade de Mugabe
Atletismo: Elisa Cossa brilha na África do Sul


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