Na sequência das chuvas intensas: Os estragos causados pelas chuvas que têm caído quase ininterruptamente nos últimos três dias na zona costeira da Zambézia são de tal maneira avultados que foi declarada situação de emergência naquela província. Na cidade de Quelimane alguns bairros suburbanos, nomeadamente o de 1º de Maio, ficaram inundados e um número não especificado de pessoas teve que abandonar as suas casas. No entanto, no centro da cidade as águas estão a escoar com relativa facilidade, devido a um trabalho de limpeza do sistema de esgotos efectuado há pouco tempo. A situação está crítica no distrito de Namacurra, onde todas as nove localidades ficaram sem ligação com a sede. A ligação rodoviária entre Quelimane e Mocuba poderá ficar interrompida a qualquer momento. Também dos distritos de Maganja da Costa, Pebane, Mopeia e Chinde vêm notícias dando conta de casas e machambas inundadas, centenas de pessoas desalojadas e pontes submersas ou desabadas. Na bacia do rio Zambeze o nível das águas começou a baixar, mas o rio Chire continua a trazer muita água para o leito do Zambeze. (Notícias e RM 25/01/01) de 23/01/01: Há inundações em Tete Dhlakama quer acordo político com Chissano Afonso Dhlakama, Presidente da Renamo, disse ontem em conferência de imprensa em Maputo que um acordo político é a condição para o país sair da situação de crise em que se encontra. Falando para jornalistas e diplomatas, Dhlakama reafirmou que o país está em crise política e social. "A economia mostra sinais preocupantes de instabilidade, o investimento parou, o crime atingiu índices elevados, a Polícia, a Procuradoria-Geral da República e os Tribunais não funcionam e, no entanto, o Governo está de férias, como se nada fosse", afirmou. Acrescentou que duvida da boa-fé de Chissano que teria aceite encontrar-se com ele apenas para "ganhar tempo e protelar a resolução dos problemas do país". Referiu-se ainda à necessidade da constituição de uma nova Comissão Nacional de Eleições "em moldes diferentes e sem os fantoches das últimas eleições". Disse ser urgente a criação do Conselho Constitucional, órgão previsto na Constituição de 1990, mas até agora inexistente. Uma das tarefas desse Conselho é a supervisão das eleições e a validação dos resultados. Numa breve retrospectiva do que foi o primeiro encontro com Chissano, Dhlakama disse ter cumprido da sua parte o compromisso de constituição de grupos de trabalho que junto da contraparte governamental, deverão arrolar as questões discutidas entre os dois líderes. (Notícias, metical 25/01/00) de 18/01/01: Segundo encontro Chissano/Dhlakama não traz novidades Máximo Dias não acredita que Frelimo irá nomear governadores da oposição O Secretário-Geral do Monamo/PSD, Máximo Dias, defendeu ontem que os partidos políticos da oposição devem capacitar-se em matérias relacionadas com os processos eleitorais, de modo a participarem com mais propriedade nos sufrágios e evitar qualquer tentativa de fraude. Por outro lado, o líder do Monamo/PSD disse que a Frelimo nunca iria nomear governadores propostos pela Renamo nas seis províncias onde a oposição obteve a maioria dos votos nas eleições de 1999, porque, disse, não existe vontade política nesse sentido. Máximo Dias é pouco optimista quanto ao desfecho dos encontros técnicos entre Chissano e Dhlakama, alegadamente porque a Frelimo irá sempre evocar as leis vigentes para reprovar algumas das exigências da Renamo. É nesta base que o líder do Monano/PSD entende ser necessário potenciar a formação dos partidos políticos de modo a poderem também fiscalizar com mais autoridade os actos eleitorais. (Notícias, 25/01/01) No âmbito da IDEL: Num seminário em Maputo, ontem, o Governo de Moçambique fez o lançamento do projecto Âncora da Ponta d'Ouro, integrado no âmbito da Iniciativa de Desenvolvimento Espacial dos Libombos (IDEL). Com o seminário o executivo pretende envolver o sector privado na implementação da IDEL, um empreendimento virado para o ecoturismo e a agricultura e que envolve os governos de Moçambique, África do Sul e Suazilândia. O Projecto prevê a criação, na região da Ponta d'Ouro, de infraestruturas capazes de atrair turistas "da faixa superior da escala"; o investimento previsto é de 150 milhões de randes. Do lado sul-africano várias iniciativas já estão em curso, como por exemplo a melhoria da estrada que liga a cidade de Richards Bay à fronteira sul de Moçambique. A Suazilândia já reabilitou a estrada de Siteki até à fronteira de Goba, mas do lado moçambicano nada de concreto foi feito até aqui. O ministro do Turismo, Fernando Sumbane, que presidiu o seminário, não explicou como os planos para a construção de um porto na mesma região se enquadra nos objectivos ecoturísticos da IDEL. No âmbito da IDEL é levado a cabo um programa de combate à malária. Uma vasta campanha de pulverização começou em Outubro do ano passado no Norte de Kwazulu-Natal, na parte oriental da Suâzilandia e no Sul de Moçambique. O programa é orçado em 40 milhões de randes, que serão pagos principalmente pela National Business Trust sul-africana e pelo governo sul-africano. A parte moçambicana é financiada com fundos doados pela empresa Mozal. O objectivo da campanha é reduzir a incidência de malária dos actuais 400 por 1000 para 20 por mil no sul de Moçambique e de 250 por mil para 5 por mil nas partes sul-africana e suâzi da região da IDEL. (Notícias, MOL 25/01/01) Iniciativa de Desenvolvimento Espacial dos Libombos arranca próximo mês Portagem de Maputo enfrenta manifestação de "chapas" Um grupo de transportadores semi-colectivos de passageiros (vulgo "chapas"), que estabelecem a ligação entre a capital do país e algumas terminais da província de Maputo, nomeadamente Matola, Boane, Namaacha, Ressano Garcia e Moamba, manifestaram-se na manhã de ontem a poucos metros da nova praça de portagem, junto do centro de manutenção da TRAC, concessionária da auto-estrada Maputo-Witbank, para reivindicar a redução ou isenção da taxa de portagem. Os manifestantes não paralisaram o trânsito na auto-estrada, mas recusaram-se a transportar os passageiros. A manifestação provocou embaraços aos residentes da Matola, uma vez que só circulavam os autocarros da empresa pública de transportes TPM, incapaz de satisfazer as necessidades. As associações de transportadores de semi-colectivos distanciaram-se da manifestação, uma vez que ainda decorrem negociações com o Governo. Os transportadores já ameaçaram aumentar as tarifas; o Governo, por sua vez, argumenta que a portagem também traz benefícios para os transportadores. Os protestos eram encabeçados por transportadores cujas carrinhas têm 25 lugares, que pagam, à passagem da portagem, uma taxa de 25 mil contos. Carros menores pagam 7500 MT e têm direito a um desconto caso passem frequentemente pela portagem. A greve só terminou cerca das 11 horas quando a polícia ordenou os manifestantes a abandonarem o local da concentração. (Notícias, metical 25/01/01) de 19/01/01: No primeiro dia: portagem regista 16 mil viaturas Deputados envolvidos nas manifestações: A Procuradoria Geral da República solicitou à Assembleia da República (AR) o levantamento da
imunidade parlamentar de três deputados da Renamo-UE, nomeadamente Manuel Pereira, João Gabriel e Cornélio Kivele, que participaram nas manifestações do
passado dia 9 de Novembro, indiciados de envolvimento em "acções atentatórias à ordem e tranquilidade públicas". A Comissão Permanente da AR vai
deliberar sobre o assunto na próxima semana, no decurso da sua sessão ordinária. (Notícias, 25/01/01) Notícias de ontem (24 de Janeiro): Na Zambézia: calamidades ameaçam 150 mil pessoas |