Moçambique on-line

Notícias do dia 23 de Janeiro 2001

Dois meses depois:
Nada de novo sobre o assassinato de Cardoso

Amigos e familiares de Carlos Cardoso realizaram na segunda-feira uma pequena cerimónia de deposição de flores no lugar onde o jornalista foi assassinado no dia 22 de Novembro do ano passado. No entanto, num comunicado subscrito pelo irmão de Carlos Cardoso, os familiares lamentam que, dois meses depois, a investigação continua quase no mesmo ponto em que estava no dia a seguir ao assassinato.

Há uma semana o comando da polícia da cidade de Maputo confirmou que ainda não foi feita nenhuma detenção relacionada com o crime. "Ainda não apanhamos os actores do assassínio", disse Abílio Quive, porta-voz da PRM da cidade de Maputo.

Leia:
o texto integral do comunicado dos familiares
 

No distrito de Balama:
Morte de manifestantes planeada pela Frelimo?

Na quinta-feira da semana passada o jornal "metical" publicou extractos de um relatório inédito da Liga dos Direitos Humanos sobre o que aconteceu no distrito de Balama (Cabo Delgado) no dia das manifestações organizadas pela Renamo, 9 de Novembro do ano passado, e nas semanas seguintes.

Em Balama, distrito vizinho do de Montepuez, a manifestação foi autorizada pelas autoridades. Participaram nela muitos simpatizantes da Renamo. Ao passaram em frente da Comanda da Polícia, o substituto do comandante mandou abrir fogo. Quatro manifestantes tiveram morte instantânea, outros dois, feridos, foram mortos pelos polícias, por meio de facadas na barriga e no peito. Há indicações de que a morte das manifestantes foi organizada de propósito por membros da Frelimo, com conivência do administrador do distrito.

Depois do dia 9, neste distrito também houve perseguições, ameaças e detenções arbitrárias pela calada da noite. Os secretários dos bairros fizeram "listas negras" dos simpatizantes da oposição, que a polícia usou nas suas perseguições. Ao todo, o saldo seria de 9 mortos e 15 feridos. (metical, 18/01/01)

Leia:
o artigo no metical de 18/01/01
 

Devido à subida do Rio Zambeze:
Há inundações em Tete

Cerca de 359 hectares com diversas culturas encontram-se submersos nos distritos de Zumbo, Mágoè e Mutarara, na província de Tete na sequência da subida dos níveis do caudal do rio Zambeze. Dados preliminares dão conta de que estão afectadas pelas inundações 521 famílias, que, à partida, só podem esperar pela segunda época agrícola para produzirem.

Em Caia, o batelão que liga as duas margens do Zambeze está a circular com fortes restrições. O batelão está a usar aterros improvisados, uma vez que as rampas de atracamento estão submersas. Na zona de Caia, onde os níveis estiveram a baixar na semana passada, o rio registava no domingo 5,26 metros contra os cinco que constituem o nível de alerta. (Notícias, 23/01/01)

Leia também as notícias
de 17/01/01: Rio Zambeze subiu e batelão está paralisado
de 11/01/01: Na Zambézia: Inundações desalojam 600 pessoas
 

No fim de semana:
Acidentes de viação semeiam luto

Catorze pessoas perderam a vida e outras 27 contraíram ferimentos em resultado de dois acidentes de viação ocorridos na localidade de Siaia, província de Gaza, e no distrito de Marracuene, província de Maputo.

No sinistro de Marracuene, ocorrido na madrugada da segunda-feira, um camião de marca Volvo, pertencente à empresa Chizingo Comercial, despistou e capotou, provocando a morte imediata de 10 passageiros e o ferimento grave de outros sete. Testemunhos citam como causas do acidente o excesso de velocidade e a embriaguez do motorista do camião, Issufo Omargy.

Por outro lado, 4 pessoas perderam a vida e outras 20 contraíram ferimentos graves, no domingo, quando um transporte semi-colectivo de passageiros também capotou. Esteve na origem do acidente o excesso de velocidade e a superlotação do autocarro. (Notícias, 23/01/01)

Na portagem de Maputo:
Automobilista baleado "porque não quis pagar"

Deu-se o primeiro incidente grave na praça de portagem recentemente inaugurada entre Maputo e Matola. Este fim de semana um agente da empresa privada de segurança Alpha alvejou na perna um automobilista. A versão da empresa é que o tiro foi dado porque o automobilista quis passar sem pagar. No entanto, a vítima, que está hospitalizada em Maputo, afirma que foi alvejada quando saiu do carro porque viu familiares seus envolvidos numa discussão com guardas da Alpha. (Rádio Moçambique 23/01/01)

Notícias de ontem (22 de Janeiro):

Dia da Religião junta crentes em oração pela paz
Na África do Sul: mineiros aguardam decisão sobre indemnizações
Em todo o país: comercialização agrícola cai 10%


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