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Notícias do dia 19 de Fevereiro 2001

Em consequência das cheias:
Beira isolada do resto do país

As águas do rio Púnguè galgaram a Estrada Nacional nº 6, num troço de cerca de 16 quilómetros, o que obrigou ao encerramento de todo o trânsito, efectivamente isolando a cidade da Beira do resto do país. A subida do nível do rio Púnguè deve-se às chuvas que continuam a cair na região e nos países vizinhos, o que é agravado pela abertura da barragem de Chicamba Real, na província de Manica. O rio Búzi também está a subir e largas zonas do distrito de Chibabava já estão alagadas; nos próximos dias o enchente deve atingir a vila do Búzi.

O vale do Zambeze foi decretado zona de emergência, na sequência do aumento do caudal daquele rio que provocou cheias que se comparam às ocorridas no ano de 1968. Em Tambara, na província de Manica, as aulas foram suspensas devido à inundação das escolas. No distrito de Mutarara o cenário tende a agravar-se; o número de centros de acomodação subiu para oito e estima-se em 33 mil o número de pessoas afectadas. Na ilha de Tolo, distrito de Mopeia, encontram-se 350 pessoas isoladas, sem qualquer tipo de víveres. Em Marromeu o dique de defesa sofreu quatro rombos e receia-se que a as águas do Zambeze possam inundar a vila nos próximos dias. O distrito está isolado da capital provincial, Beira, tendo apenas ligação com a sede distrital de Caia.

Na Zambézia, a estrada Maganja da Costa-Quelimane foi reaberta ao tráfego, com a instalação de uma ponte metálica sobre o rio Cuni. Outra ponte metálica permitiu o restabelecimento da sede de Mopeia com o resto da província. A ligação Namacurra-Macuze, no entanto, continua interrompida. Entre Mocuba e Milange há interrupções frequentes do tráfego, devido às péssimas condições em que se encontrom alguns trechos da estrada. O Governo já tem garantidos 270 mil USD para apoiar um programa de emergência no sector agrícola na província da Zambézia, onde mais de 17 mil hectares de culturas diversas foram perdidas e perto de 25 mil famílias camponesas ressentem-se das inundações.

Mais ao norte também há problemas, com a subida do rio Messalo a dificultar a ligação entre a cidade de Pemba e o Norte da província de Cabo Delgado. No sul, o rio Save já inundou a vila de Massangena e ameaça também causar estragos em Machanga e Nova Mambone. (Notícias, RM, TVM 18 e 19/02/01)

Leia também: notícia de sábado:
Moçambique contacta Zâmbia e Zimbabwe
 

Relatório médico esclarece:
Mabote morreu de asfixia por afogamento

Segundo refere o relatório da autópsia do Serviço de Medicina Legal do Hospital Central de Maputo o Coronel-General na reserva Sebastião Marcos Mabote, falecido no dia 27 de Janeiro último, morreu de asfixia por afogamento. De acordo com as conclusões dos peritos, Sebastião Mabote teve uma morte violenta resultado de asfixia, penetração de líquidos pelas vias respiratórias, afogamento e também carcineno primitivo do fígado. A requisição da autópsia foi feita pela Polícia de Investigação Criminal depois da suspeita de que a sua morte teria sido por afogamento ocorrido na praia do Bilene durante a travessia a nado da lagoa. (Notícias, 19/02/01)

Leia também:
notícia de 2 de Fevereiro: Mabote enterrado no Monumento aos Heróis
notícia de 29 de Janeiro: Morreu Sebastião Marcos Mabote
 

Golpe de Estado ou "inventona" ???

"Frelimo desmente preparação de golpe de Estado" foi o título de um artigo no jornal português Diário de Notícias da sexta-feira passada. O artigo refere-se a "notícias vindas a público, segundo as quais estaria em preparação um golpe de Estado em Moçambique", sem precisar o origem dessas "notícias". No entanto, a fonte parece ter sido o jornal por fax Imparcial, fortemente conotado com a Renamo, e o boato parece ter criado certa expectativa nalguma imprensa estrangeira. O desmentido não teve o mesmo destaque na imprensa moçambicana, talvez por falta de credibilidade dos boatos que o originaram.

De acordo com esses boatos, o chefe da bancada da Frelimo, Armando Guebuza, e o deputado Sérgio Vieira estariam sob detenção domiciliária. De facto, os dois não apareciam em público há vários dias, Guebuza porque está com hepatite B e Vieira porque estava de viagem. A intentona golpista teria sido descoberta em Dezembro e a viagem de Chissano e a sua prolongada ausência do país seriam para aguardar se a situação acalmasse. A morte repetina de Sebastião Marcos Mabote também foi motivo de especulação acerca do seu envolvimento na "inventona". (Domingo 18/02/01, metical 19/02/01)

Laboratório de Engenharia rubrica acordo com o Governo

O Governo e o Laboratório de Engenharia de Moçambique (LEM) assinaram sexta-feira em Maputo um contrato-programa válido por três anos ao abrigo do qual aquela entidade deverá fazer a inspecção das obras públicas construídas nos últimos quatro anos, por forma a verificar a sua qualidade e estudar as patologias nos novos edifícios construídos nas zonas rurais e urbanas, bem como a monitorização da qualidade de pavimentação das estradas concluídas durante aquele período.

Ao abrigo do mesmo contrato deverá ser optimizada a capacidade técnica daquela instituição para que possa responder aos desafios que se impõem no domínio das obras públicas e habitação. Para o efeito, o Governo disponibiliza 62 milhões de contos, distribuídos pelos três anos. O LEM - que depende do Ministério das Obras Públicas e Habitação - tem por finalidade garantir a investigação, a homologação e controlo da qualidade no domínio da engenharia civil e dos materiais de construção, principalmente com relação às obras públicas. (Notícias, 19/02/01)

Notícias de sábado passado (17 de Fevereiro):

Para reduzir o drama das cheias: Moçambique contacta Zâmbia e Zimbabwe
Atentado contra Procurador Adjunto pode estar relacionado com caso-BCM
Combate à SIDA: Governo poderá autorizar privados a importar retrovirais
Depois de um mês: Chissano regressou ao país
Reabilitação da Texlom: processo mal encaminhado beneficia infractor


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