Em Namacurra: há 3 mil pessoas à espera de resgate As chuvas intensas que estão a cair na província da Zambézia desalojaram, nos últimos dias, cerca de 3000 pessoas na localidade de Forquia, distrito de Namacurra, onde as pessoas se refugiaram nas árvores e esperam socorro. Não existem naquela região meios de socorro, uma vez que os dois barcos que para ali tinham sido alocados foram retirados para Inhassunge. Em Namacurra perto de 400 casas desabaram e muitas outras estão submersas e as populações nas ilhotas isoladas não têm alimentos. Por outro lado, estão em risco cerca de 10 mil hectares com diversas culturas, com particular destaque para o arroz. Um cargueiro sul-africano iniciou ontem a operação de transporte de 100 toneladas de farinha de milho para ajuda de emergência às populações de Luabo, Chire e Nante, na província da Zambézia. A cota da barragem de Cahora Bassa está situada a cerca de 325 metros contra a cota máxima de 326 metros, mas a barragem continua a descarregar apenas 3800m³/s. Na província de Sofala, devido à interrupção do trânsito na EN nº 6, perto de 300 viaturas estão aglomeradas em Mutua e Tica, nos dois extremos do troço inundado, esperando uma oportunidade para continuar a viagem. Em Tete, um representatne do Programa Mundial de Alimentos garantiu haver um "stock" de alimentos suficientes para atender 30 mil pessoas durante um mês. Hoje a tarde o Governo deverá fazer um apelo de ajuda à comunidade internacional. (Notícias, RM, 21/02/01) notícia de ontem: No vale do Zambeze: número de desalojados subiu para oito mil notícia de 19/02: Em consequência das cheias: Beira isolada do resto do país Em Maputo: há greve na cervejeira "Laurentina" Trabalhadores da cervejeira "Laurentina", em Maputo, entraram em greve, ontem, reivindicando entre outros aspectos, a melhoria das condições salariais. São cerca de 500 trabalhadores que se encontram concentrados na fachada das instalações da fábrica à espera de algum contacto do patronato, para a solução da crise. Os trabalhadores afirmam que estão a negociar com o patronato há quatro meses, e que nenhum acordo foi alcançado. Os principais reivindicações dos trabalhadores são a definição de um salário base para as diferentes categorias profissionais na empresa e a erradicação de manifestações de racismo alegadamente protagonizadas por alguns membros da direcção da fábrica. Numa tentativa de evitar que a greve arrancasse ontem, a directora dos recursos humanos da Laurentina, Elizabete de Sousa, diz ter solicitado a mediação do sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria e Bebidas, mas não obteve qualquer resposta. (Notícias, 21/02/01) Sector do algodão precisa de investigação e inovação As empresas algodoeiras que operam no país julgam ser necessária que o Governo invista na investigação e na produção de novas variedades de sementes. Enquanto no vizinho Zimbabwe o sector familiar consegue uma média de 800 a 900 quilos por hectare, a produção em Moçambique é de apenas 350 a 400 kg/ha. E enquanto em Moçambique o rendimento do algodão caroço é de 33 por cento, o Zimbabwe chega aos 40%. Esta diferença Carlos Henrique, presidente da Associação Algodoeira de Moçambique (AAM), explica com o investimento que o Zimbabwe tem feito na investigação, e que permitiu o cultivo de sementes adaptadas às condições de produção. Quanto a Moçambique, "as variedades de semente hoje usadas são as mesmas que foram produzidas antes de 1980". Para desenvolver o sector o Governo deve estimular e apoiar a investigação e o desenvolvimento da cultura. As algodoeiras e a AAM estão preparadas para participar em conjunto com o Governo no financiamento da investigação, usando parte da taxa de exportação de algodão de 3,5% que hoje é paga, afirmou Henriques. O algodão tem ocupado a terceira posição na lista das exportações, depois do camarão e do caju, envolvendo cerca de 300 mil produtores familiares e 10 a 12 empresas que empregam cerca de dez mil trabalhadores. O ano de maior produção foi 1973-74; a partir daquele ano a produção foi baixando até chegar a apenas 5200 toneladas em 1985. A partir de 1993, após a privatização do sector, a produção voltou a subir e atingiu cerca de 114 mil tonelados em 1999. Contudo, na campanha de 2000, a produção baixou para 36 mil toneladas, enquanto para o corrente ano se espera que a produção ultrapasse as 75 mil toneladas. (RM, Notícias, 21 e 19/02/01) notícia de 2/02/01: País vai produzir 75 mil toneladas de algodão notícia de 18/12/00: Preço de algodão abre boas perspectivas para o país Notícias de ontem (20 de Fevereiro): No vale do Zambeze: número de desalojados subiu para oito mil |