Faleceu Ricardo Timane

Faleceu, na terça-feira passada, vítima de ataque cardíaco, o jornalista, empresário e filósofo Ricardo Timane. Logo após a Independência, Timane foi jornalista do jornal Notícias. No final dos anos setenta participou na experiência "Amad Chamisse", junto com, entre outros, Ricardo Rangel, Areosa Pena e Miguéis Lopes. Para romper com o "jornalismo cinzento" depois da Independência, esses jornalistas produzíam artigos que mandavam para os jornais, assinados pelo "pseudónimo colectivo" Amad Chamisse.

Durante muitos anos Timane retirou-se das actividades públicas para se dedicar a um projecto ligado a camponeses no Chókwè. O assassinato de Carlos Cardoso, seu amigo, fez com que voltasse a escrever artigos, que foram publicados no jornal "metical". Timane foi um dos principais animadores do Movimento pela Paz e Cidadania e defensor da criação de uma "terceira força" política, para concorrer às eleições e retirar o poder à Frelimo, sem o entregar à Renamo. (metical 26/04, Savana 27/04)

Leia um dos últimos artigos de Ricardo Timane
no metical de 18 de Abril de 2001: Uma alternativa de esperança
 

Caso mandrax: Polícia detém André Timana

Fonte da Polícia moçambicana (PRM) informou que André Timana, tido como responsável pela instalação da fábrica de mandrax desmantelada no ano passado nas instalações da PLASMEX, em Maputo, recolheu ontem à cadeia de máxima segurança em Maputo. A fonte indica que Timana foi detido no âmbito das operações conjuntas entre a PRM e a polícia da África do Sul, país onde o suspeito terá procurado refúgio após o desmantelamento da fábrica. Na sequência deste caso, o Tribunal Judicial de Maputo condenou recentemente dois réus a 20 anos de prisão. (Notícias, 27/04/01)

Leia artigo de 6 de Abril:
Caso mandrax: Réus vão cumprir 20 anos de cadeia
 

Moçambique lança Movimento Global pela Criança

Foi lançado ontem, em Maputo, o Movimento Global pela Criança, uma iniciativa que reúne milhões de crianças, jovens e adultos na definição de prioridades sobre as acções a serem desenvolvidas a favor da criança. Pretende-se desta maneira que a voz destas seja tomada em consideração na sessão especial da Assembleia Geral da ONU a ter lugar em Setembro próximo.

O evento, sob o lema "Diga Sim à Criança", pretende, particularmente em Moçambique, sensibilizar as crianças a respeito dos seus direitos, e encorajá-las para expressarem as suas opiniões, através da votação em instituições públicas já identificadas. Os votantes identificarão nos boletins de voto três assuntos prioritários para eles. O UNICEF, ONG's e ministérios encaminharão os assuntos votados directamente às pessoas a que disserem respeito e colocá-los-ão na Internet.

Internacionalmente a campanha é liderada por um grupo de personalidades tais como Graça Machel, Nelson Mandela, Koffi Annan e Bill Gates e irá chegar a todo o mundo, congregando as pessoas sob a égide de dez princípios que procuram melhorar e proteger a vida da criança. Dentre esses princípios consta a não exclusão de nenhuma criança, combate ao HIV/SIDA, a não ofensa nem exploração à criança, educação de todas as crianças e respectiva protecção contra a guerra. (Notícias, 27/04/01)

Sector do Caju: MOCITA despede 1400 operários

A MOCITA, uma empresa do ramo do caju, encerrou as portas e despediu 1400 trabalhadores, devido à falta de matéria prima, não obstante esta continuar a ser exportada em bruto para a Índia, em cumprimento das recomendações do FMI e do Banco Mundial, cumpridas rigorosamente pelo Governo moçambicano. Para além dos trabalhadores despedidos pela MOCITA, em todo o país há cerca de 10 mil desempregados por causa do encerramento de diversas fábricas devido a falta da castanha de caju. Entretanto, Ilda Reiser, co-proprietária da única fábrica de caju existente em Pemba, província de Cabo Delgado, afirma que na Índia já não há mercado para a castanha devido à saturação. (Savana, 27/04/01)

Interindústria abriu com mais de 70 empresas

Abriu ontem em Maputo a terceira edição da "Interindústria", um feira especializada para os profissionais das áreas de materiais de construção, agro-alimentar, equipamentos e serviços para a indústria. Estão inscritas naquele certame, organizado pela Feira Internacional do Porto (EXPONOR), pouco mais de 70 empresas de Moçambique (19), África do Sul (20), Zimbabwe (20) e Portugal (13). A EXPONOR é uma entidade especializada na organização de exposições providenciando anualmente perto de 60 certames em diferentes países do mundo. (Notícias, 27/04/01)

Notícias de ontem (26 de Abril):

Empresas devem cerca de 22 milhões de contos ao INSS
Texlom vai despedir 1200 operários
Activistas anti-SIDA marcham ao Parlamento