Governo "chumba" critérios de admissão à UEM O Governo chumbou a política de "discriminação positiva" do reitor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Brazão Mazula, ao mandatar o Conselho Universitário para apurar até que ponto os critérios habituais foram violados e ordenar a reverificação das pautas. Esta decisão foi tomada na 22ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, que concluiu que "se verificaram, neste processo, lacunas e a adopção de critérios não previamente divulgados; o que urge regularizar". Outro aspecto que mereceu a crítica do Governo foi o facto de os novos critérios terem sido estabelecidos sem consultar o Conselho do Ensino Superior. Nesta sessão do Conselho de Ministros, na quarta-feira passada, estava presente o reitor, que tinha sido convocado para esclarecer a sua decisão. Já na terça-feira passada, depois de um encontro dos ministros da Educação e do Ensino Superior com Mazula, o ministro da Educação, Alcido Nguenha, declarou que a problemática da equidade é complexa e que a sua resolução cabe ao Governo. No seu habital "briefing" com a imprensa, o primeiro-ministro, Pascoal Mocumbi, disse ontem que a UEM, ao alterar os critérios de admissão, estaria a violar a Lei do Ensino Superior. Também presente no briefing estava a ministra do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, Lídia Brito, que disse que está a ser discutida uma nova política de acesso ao ensino superior público que deverá entrar em vigor no próximo ano. Em resposta a uma pergunta de um jornalista do metical, que quis saber quando o Presidente da República vai nomear um novo reitor para a UEM, Mocumbi respondeu que não sabia. "Nem sei se o PR tem a intenção de nomear um novo reitor". (Notícias, RDP-África, metical, 1, 2 e 3/08/01) Leia a notícia de sábado passado: Exportações para UE atingem níveis recordes As exportações de Moçambique para a União Europeia no ano 2000 aumentaram consideravelmente, tendo passado de 111,8 milhões de euros para um nível recorde de 170,5 milhões de euros, de acordo com um comunicado da Delegação da Comissão Europeia em Moçambique. Os principais produtos exportados foram os crustâceos (48,2%), alumínio (13,0%), algodão (11,8%), granito (5,5%), tabaco (3,5%) e a copra (3,4%). O comunicado observa que o início das exportações do alumínio da MOZAL fez baixar a participação dos produtos agrícolas na exportação. Ao mesmo tempo reduziu-se em quase 80% o défice na balança comercial de Moçambique com a UE, baixando de 155,1 milhões de
euros para 32,2 milhões, o valor mais baixo registado ao longo dos últimos 10 anos. O nível de cobertura das importações pelas exportações
duplicou, passando de 42% em 1999 para 84% em 2000. (Notícias, 02/08/01) Reprivatização do Banco Austral: Apesar de ter recebido e analisado as propostas do Amalgamated Banks of South Africa (ABSA) e do Banco Comercial e de Investimentos (BCI), o Governo ainda não anunciou o vencedor do concurso para a reprivatização e recapitalização do Banco Austral. O Executivo indica que as duas propostas satisfazem as condições exigidas no caderno de encargos, mas ainda estão a ser analisadas. Ontem, o Primeiro-Ministro, Pascoal Mocumbi, disse que o Governo pretende que até Outubro próximo esteja concluído o processo de reprivatização do banco. O grupo financeiro sul-africano ABSA pode vir a ser a preferência uma vez que o Governo pretende diversificar o sistema financeiro nacional, dominado por interesses do capital social português. Por exemplo, a estrutura accionista do BCI é detida em 60% pela Caixa Geral de Depósitos de Portugal e os restantes 40% pertencem ao grupo financeiro moçambicano SCI. O Banco Austral, com cerca de 70 balcões espalhados pelo país, é o maior banco do país em termos de cobertura e absorve cerca de 20% da carteira de crédito do sistema bancário nacional. Em 2000, ano em que sofreu um prejuízo estimado em 1 400 milhões de contos, entrou em crise após ter sido abandonado pelos accionistas malaios da Southern Bank Berhad. (TVM, Notícias, 03/08/01) Leia também as notícias de Dez meses após o assassinato de Cardoso: A Polícia da República de Moçambique está a trabalhar com a sua congénere sul-africana nas investigações do assassínio do jornalista Carlos Cardoso, editor e proprietário do jornal "metical". Assim, encontra-se no país uma unidade daquela polícia composta por dois peritos de balística, um perito biológico e um especialista em cenários de crime. Carlos Cardos foi morto a tiro por uma arma automática quando regressava a casa em 22 de Novembro do ano passado. As circunstâncias que rodeiam o seu assassinato não foram esclarecidas, apesar de o sentido das investigações apontar para pessoas envolvidas no desfalque de 144 mil milhões de meticais no BCM, denunciado pelo jornalista. Dez suspeitos foram presos no âmbito das investigações do assassínio. (Notícias, 03/08/01) Leia também as notícias de Para reactivar alfabetização O Ministério da Educação necessita de cerca de 7 milhões de dólares americanos para operacionalizar as acções previstas no âmbito da implementação da estratégia do subsector de alfabetização e Educação de Adultos e Educação Não-Formal durante os próximos cinco anos. A informação foi dada à margem da reunião, em Maputo, de responsáveis do sector da Educação e da sociedade civil para analisar e enriquecer o draft da estratégia e buscar parcerias para o seu financiamento. A estratégia preconiza fundamentalmente a alfabetização de 1,2 milhões de pessoas, cerca de 10% da população
analfabeta do país. Para o efeito, serão formados ou capacitados 102 formadores, 321 técnicos e 7000 alfabetizadores. Prevê-se a criação ou
reactivação de um Instituto Nacional de Educação de Adultos, oito centros provinciais e três regionais de formação de quadros.
Paralelamente, deverão ser produzidos 20 mil exemplares de materiais para cursos de formação e 2,5 milhões de material de leitura e cálculo para
alfabetizandos, nas diferentes línguas nacionais. (Notícias, 03/08/01) Notícias de ontem (2 de Agosto): Dhlakama diz que chefe do posto não foi espancado... mas devia ter sido |