Greve nos CFM-Sul está a prejudicar a indústria Tudo está a funcionar normalmente nos CFM-Sul, afirma a direcção daquela empresa. Para convencer a imprensa da tal normalidade, a administração da empresa convocou uma conferência de imprensa para dizer que a empresa não está a sofrer nenhum prejuízo. De acordo com a direcção a empresa nem sequer está em greve. Não há grevistas, apenas meia dúzia de arruaceiros, a acreditar nas palavras do Eng. Rui Fonseca, PCA dos CFM. A greve, afirma Fonseca, é invenção dos jornalistas, que querem prejudicar a empresa! Da indústria, no entanto, vem sinais diferentes. Várias empresas utentes dos serviços dos CFM-Sul estão a sofrer prejuízos em consequência da greve. A fábrica da Companhia Cimentos de Moçambique na Matola já está a recorrer aos "stocks" de calcário - que é transportado por comboio a partir de Salamanga - enquanto que a de Nacala começa a sentir a falta de clinker, matéria-prima que é enviada àquela unidade a partir do Porto de Maputo, atingido pela paralisação. A empresa Manica revelou que tem mais de vinte vagões de açúcar que não podem ser manuseados devido à situação. Por outro lado, no porto estão retidos, desde domingo, vagões carregados de fruta provenientes da África do Sul, cujo destino era a Europa. Os grevistas, que cumpriram ontem o quarto dia de greve, desmentem que esteja a circular algum comboio, apesar de alguns operários, sobretudo maquinistas, serem contactados à noite para assegurarem a movimentação de uma ou duas máquinas. Refira-se que a greve foi convocada para reivindicar entre outros direitos, um reajustamento salarial, correspondente ao pagamento de trinta dias de salário por mês no lugar dos vinte que os trabalhadores alegam que lhes são pagos. Contrariando a "normalidade" da empresa é também a acção da Polícia de Intervenção Rápida. Unidades policiais especiais, fortemente equipadas, escorraçaram ontem os manifestantes do recinto ferro-portuário, que agora se concentram nos arredores. Quem em todo este processo brilha pela ausência é o sindicato, reduzido à sua própria insignificância pela iniciativa dos trabalhadores. O Governo até aqui não se pronunciou sobre o conflito, mas supõe-se que a abordagem repressiva encetada pela empresa tenha o aval do ministro de tutela. Só nos resta esperar que não haja mais "massacres". (Notícias, TVM, MOL, 10/08/01) Leia também a notícia de quarta-feira Em Mutarara: As autoridades da província de Tete estão a canalizar cerca de 670 toneladas de alimentos diversos para o distrito de Mutarara, onde 56 mil pessoas, afectadas pelas cheias deste ano, enfrentam uma grave crise alimentar. O director do Instituto de Gestão das Calamidades, em Tete, José Silvestre, disse na passada terça-feira que a falta de alimentos nos centros de acomodação resulta da ruptura de "stocks" nos armazéns do PMA, organismo encarregue de abastecer aqueles necessitados em bens essenciais. Para além da ruptura de "stocks", existe também o problema das vias de acesso que se encontram em péssimas condições, o que dificulta as operações de socorro às vítimas que necessitam, igualmente, de apoio em sementes e instrumentos agrícolas. Numa recente visita efectuada ao distrito de Mutarara, o Primeiro-Ministro, Pascoal Mocumbi, deplorou a forma lenta como estava a ser feita a assistência às vítimas das cheias, apelando para um maior dinamismo. (Notícias, 10/08/01) Leia também a notícia de 31 de Julho Zambézia: O Ministério da Saúde está a recolher e destruir um antibiótico designado por "Kanamicina", usado normalmente no tratamento de doenças contagiosas, entre as quais as de transmissão sexual. Trata-se de um curativo distribuído em Março deste ano, no qual, após análises laboratoriais, foi detectada a contaminação por um fungo. Com efeito, o Ministério da Saúde despachou uma equipa independente às diversas províncias para recolher o curativo contaminado e posterior devolução à capital do país, para a sua destruição. No total foram distribuídos 56 500 ampolas do antibiótico pelas províncias do país. Entretanto, indivíduos não identificados na cidade de Quelimane estão a desinformar as populações, afirmando que as
autoridades sanitárias nacionais, teriam enviado o antibiótico para a província da Zambézia com o objectivo de provocar e disseminar doenças naquela
parcela do país. (Notícias, 09/08/01) Notícias de ontem (9 de Agosto): Por arrogância e desvio de fundos: demitido administrador de Marínguè |