Moçambique on-line

Notícias do dia 17 de Setembro 2001

Devido a alegada pressão:
Chissano poderá recandidatar-se em 2004

Terminou ontem na cidade da Beira, sem grandes novidades, a Conferência dos Quadros da Frelimo. Cerca de 1300 membros reflectiram sobre os desafios futuros do seu partido e do seu país. Os quadros constataram que o partido distanciou-se das suas bases de apoio, que cresceu um grande fosso entre a liderança e as bases e que os órgãos a todos os níveis funcionam de forma deficiente. Advertiram que é urgente alterar esta situação, e recomendaram melhorar o desempenho do partido e apostar na renovação.

Não aconteceram as "ofensivas ideológicas e organizacionais" que Sérgio Vieira achou necessárias. E não foram varridos os corruptos que tomaram conta do partido e o transformaram num "sindicato de interesses individuais", como escreveu o jornal Domingo na semana passada. Pelo contrário, a conferência serviu para confirmar a posição firme destes dentro do partido.

O encontro, que não estava aberto à imprensa, não parece ter promovido novos candidatos à sucessão de Chissano. Pelo contrário, muitas foram as intervenções pedindo a Chissano para alterar a sua decisão de não recandidatar-se à presidência da República. O presidente da Frelimo deixou em aberto a possibilidade de poder vir a repensar a sua decisão. Chissano terá dito que condiciona uma eventual recandidatura a um sério comprometimento de uma larga faixa de eleitores em apoiá-lo, e um desempenho sério e responsável do partido. Um pronunciamento definitivo sobre a questão só deverá sair do VIII Congresso.

Ao analisar a situação do país, os participantes reiteraram a necessidade de reduzir as assimetrias no âmbito do desenvolvimento económico e social e recomendaram uma aposta forte no desenvolvimento rural. Sugeriu-se a criação de instituições de crédito para os camponeses do sector familirar e uma política que estimula os pequenos e médios empresários nacionais. Falou-se ainda, com manifesta preocupação, do recrudescimento da criminalidade, do tráfico de drogas, da prostituição de menores e do galopante crescimento de casos de HIV/SIDA. (Notícias, 17/09/01)

Leia também a notícia da quarta-feira passada:
Quadros da Frelimo reúnem-se na cidade da Beira
 

Depois da electricidade...
Água também ficou mais cara

A Águas de Moçambique, empresa privada que fornece água a cinco cidades do país, agravou as suas tarifas com efeitos retroactivos a partir de 1 de Agosto último. Em Maputo e Matola, os consumidores do escalão mais baixo da tarifa doméstica passam a pagar 3 250 meticais por metro cúbico de água, contra os anteriores 2 350 MT.

Para as cidades da Beira, Quelimane, Nampula e Pemba as novas tarifas estão ainda por aprovar mas serão taxadas, igualmente, com efeitos retroactivos a partir de 1 de Agosto. Saliente-se que Maputo e Matola têm taxas diferentes das restantes cidades onde o abastecimento é assegurado por esta empresa.

Uma das atribuições da Águas de Moçambique, no quadro do contrato de exploração do sector de água assinado com o governo, é o melhoramento da qualidade de água distribuída nas cinco cidades onde a empresa opera. Com efeito, em Março último entrou em funcionamento um novo laboratório para o tratamento da água dentro dos padrões estabelecidos pela OMS. (Notícias, 17/09/01)

Leia também a notícia de sexta-feira:
Energia eléctrica 20% mais cara
 

Polícia neutraliza falsos aduaneiros

A Polícia deteve dois indivíduos que se faziam passar por despachantes aduaneiros na fronteira de Namaacha, província de Maputo. Os burlões deixavam passar, através da fronteira, automóveis e carga com direitos pagos em seu próprio benefício. Suspeita-se que os dois indivíduos terão actuado em conivência com alguém ligado às Alfândegas de Moçambique.

A suspeita surgiu em virtude de os "mafiosos" terem actuado sem as devidas credenciais no espaço de trabalho da fronteira, onde operam apenas agentes daquela instituição devidamente identificados. A polícia está a investigar o incidente. (Notícias, 17/09/01)
 

Na cidade da Matola:
Voluntários portugueses prestam apoio à Saúde

Um grupo de voluntários da Associação Saúde em Português chegou sexta-feira ao país, para dar continuidade ao projecto "Saúde para a Matola". Iniciado no ano passado, o projecto visa formar formadores em educação sanitária que deverão, por sua vez, formar activistas voluntários que irão trabalhar na promoção da Saúde da população daquele município.

A iniciativa é financiado pela Câmara Municipal de Loures, no quadro do protocolo de geminação com o Conselho Municipal da Matola. Visa apoiar o município da Matola nas acções de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e HIV/SIDA. A equipa três da ASP integra um médico especialista em medicina geral e familiar, uma professora de enfermagem e uma enfermeira, que deverão permanecer três semanas no país. (Notícias, 17/09/01)
 

Notícias de sábado passado (15 de Setembro):

Telefonia móvel quase impossível em Maputo
PADEMO pretende aliar-se à Frelimo
Ninguém morreu no acidente da TSL


Informação sobre Moçambique - © Moçambique On-line - 2000/2001

Clique aqui voltar para voltar à página inicial