Fumo negro está a sair das chaminés: A fábrica de alumínio Mozal está há cerca de três semanas com uma avaria na sua estação de tratamento de fumos. Na sequência desta avaria, a fábrica está a emitir gases poluentes que se suspeita possam provocar doenças pulmonares. A Mozal informou o Ministério da Coordenação da Acção Ambiental (MICOA), que, por sua vez, não achou necessário informar os habitantes dos arredores da cidade de Maputo. O acontecimento só virou notícia através dum artigo no jornal "Correio de Manhã" da segunda feira passada, baseado em informações prestadas por um funcionário daquela fábrica. O jornal metical obteve do ministro do Ambiente, John Kachamila, a confirmação da avaria, mas, de acordo com o ministro, a emissão de gases poluentes não seria grave e estaria dentro dos limites recomendados pelo estudo de impacto ambiental realizado aquando do estabelecimento da Mozal. No entanto, como indica o jornal, as declarações de Kachamila são baseadas exclusivamente na sua confiança na boa fé da Mozal, uma vez que o país não dispõe de um sistema para realizar medições independentes da qualidade do ar ao redor da fábrica. Recorde-se que a instalação da Mozal foi criticada por ambientalistas, a nível internacional, que receavam que um dos motivos da
Mozal se instalar em Moçambique - além da energia e da mão de obra baratas - fosse a ausência de um sistema de verificação independente do impacto
ambiental. Além da emissão de fumos contendo substâncias nocivas, há o problema de outros efluentes do processo fabril que são lançados no Rio
Matola e que se suspeita sejam nocivos para o meio ambiente. Notícias não confirmadas afirmam que esta poluição já teria começado a afectar a
pesca na baia de Maputo. (metical, AIM, 27/09/01) Regressados da RDA: Os trabalhadores moçambicanos na extinta República Democrática da Alemanha continuam a sua manifestação barulhenta e pacífica defronte do Ministério do Trabalho, em Maputo, mas enquanto há duas semanas as manifestações eram feitas a aproximadamente 50 metros da entrada principal do edifício, esta semana os manfestantes começaram a apertar o cerco. Na quarta-feira os manifestantes passaram a ocupar o acesso principal do edifício, dificultando a entrada e a saída dos funcionários do Ministério. Na quinta-feira logo de manhã, os manifestantes foram forçados a se retirarem do acesso principal, por um contingente policial, constituído por membros da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), Polícia Canina e de Protecção. Nos confrontos que se seguiram, alguns dos manifestantes foram feridos na cabeça pelos polícias, que recorreram a coronhados para os afastar do edifício. O cerco dos ex-RDA ao Ministério acontece numa altura em que o Ministro do Trabalho, Mário Sevene, está a acompanhar a visita do Presidente da Repúblicaà província do Niassa. De referir que os regressados da RDA acusam o Governo moçambicano de lhes ter roubado as compensações que lhes foram destinadas pelo governo alemão aquando da reunificação alemã em 1990. (TVM 27, Notícas 28/09/01) Leia outras notícias recentes sobre o assunto: Reagindo à redução da dívida externa: O Grupo Moçambicano da Dívida considera que a redução da dívida externa em 600 milhões de dólares norte-americanos, à luz da iniciativa HIPC, apesar de ser um passo para a resolução da crise da dívida externa do país e consequente alívio da pobreza absoluta "não garante a sustentabilidade destes objectivos". De acordo com o grupo, o valor do alívio corresponde apenas ao que o Governo não iria pagar de qualquer maneira, por insuficiência de meios. Sendo assim, a iniciativa não irá libertar, na prática, recursos adicionais para o combate à pobreza no país". O comunicado de imprensa do Grupo salienta que "o HIPC não vai alterar em nada a situação do Orçamento Geral do Estado, que depende em cerca de 60% do financiamento externo". O Grupo acrescenta que a redução da dívida só será notória até 2006, voltando a observar uma tendência crescente a partir de 2007, quando Moçambique terá que desembolsar cerca de 82 milhões de dólares por ano, em serviços da dívida. "Congratulamo-nos, como moçambicanos, por mais esta vitória mas continuamos a defender que a única maneira de acabar com esta farsa é o perdão total e incondicional da dívida. O HIPC ainda não é solução", refere o Grupo, que reúne ONGs, igrejas e indivíduos que lutam pelo perdão da dívida externa. (AIM 27/09/01) Leia também a notícia de ontem: Nos princípios de 2002: A construção do gasoduto de 500 quilómetros para o transporte de gás natural de Temane-Pande para Secunda (na África do Sul), deverá começar nos princípios do próximo ano. O director nacional de Carvão e Hidrocarbonetos, Arsénio Mabote, disse que a BGP, uma empresa chinesa, está a executar acções de prospecção sísmica ao longo do percurso. O fornecimento do gás deverá ter início em 2003 ou 2004. Actualmente, segundo Mabote, os intervenientes no desenvolvimento do empreendimento estão a concluir discussões com vista a alcançar acordos em torno de um plano técnico de desenvolvimento do projecto, que inclui a realização de um estudo do impacto ambiental. Também estão a ser discutidos acordos sobre a venda e o transporte do gás entre a SASOL e o seus parceiros, a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, empresa pública moçambicana, e a Igas, uma subsidiária do South African Central Energy Fund. (AIM 27/09/01) Leia outras notícias sobre o assunto: Notícias de ontem (27 de Setembro): FMI e BM aliviam dívida do país em 600 milhões USD |